Mauricio Duarte e Daiara Tukano, expoentes da arte indígena, mostram Tramas em um Mundo de Transformação

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Cultura indígena de Mauricio Duarte e Daiara Tukano, são atrações do pré-lançamento do 16º Salão do Artesanato

O Museu Nacional da República foi palco do desfile “Tramas” do jovem estilista Maurício Duarte e da exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação”, com belíssimas obras de arte da renomada Daiara Tukano.

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Yaponã Guajajara, filho da ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara, apresenta a coleção “Tramas” de Maurício Duarte

A coleção, assinada pelo designer e confeccionada em colaboração com artesãos de comunidades amazônicas, foi apresentada em um contexto de valorização da cultura dos povos originários, desde o cenário, passando pela música, até o casting, que incluiu modelos e personalidades indígenas como a deputada federal Célia Xakriabá e o modelo e publicitário Yaponã, filho de Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

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Célia Xakriabá, Maurício Duarte e Daiara Tukano, expoentes da arte indígena e da cultura dos povos originários

As atrações marcaram a contagem regressiva do 16º Salão do Artesanato que acontecerá na Arena de Eventos do Pátio Brasil Shopping de 15 a 19 de novembro, sob a responsabilidade de Leda Simone e Rômulo Mendonça, da Rome Eventos.

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Maurício Duarte apresenta a coleção Tramas emoldurado pelas obras de Daiara Tukano no Museu Nacional da República

O evento cultural com dois renomados artistas contou com a presença de representantes do Governo Federal, do Governo do Distrito Federal, do Congresso Nacional, de entidades como Sebrae, corpo diplomático, formadores de opinião e convidados.  

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Ahain AAM com o filhinho Gojtan Li, no Museu Nacional da República, em Brasília
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Célia Xakriabá apresenta a coleção Tramas de Maurício Duarte no Museu da República em Brasília

O designer amazônida Maurício Duarte já conquistou passarelas do mundo e personalidades nacionais. “Poder alcançar lugares, conectar pessoas e contar histórias por atrás da moda, arte e do artesanato é fantástico. Acredito que quanto mais estivermos nos centros das discussões, falando sobre as nossas vivências, desafios e força para superar os obstáculos, cada vez mais poderemos ser ouvidos e levar oportunidades para nossos lugares. Poder representar o meu estado (Amazonas), minha profissão e tantas pessoas envolvidas nessa ideia, me enche de orgulho”, declara o estilista.

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Maurício Duarte apresenta a coleção Tramas emoldurado pelas obras de Daiara Tukano no Museu Nacional da República

Estar dentro de um museu, com toda essa estrutura acontecendo, ao lado de outros artistas e profissionais indígenas, é muito importante. Estamos aqui para contar nossa história a partir de nós mesmos. Chega de contarem o que acham que sabem sobre nós. Então, trazer a coleção, falar de artesanato para o pré-lançamento de um evento do porte do Salão do Artesanato é um uma conquista na forma como nos apresentamos ao mundo, nos percebemos e somos percebidos”, disse o jovem designer Maurício Duarte.

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Estilista Maurício Duarte durante apresentação da coleção Tramas no Museu Nacional da República
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Daiara Tukano, Gojtan Li e Levi Oliveira no Museu Nacional da República, em Brasília
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Maurício Duarte com Marina Sakamoto, responsável pela produção do desfile “Tramas”, no Museu Nacional da República
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Franklin Martins, da Setur, Liliane Trindade, da PAB, Leda Simone e Rômulo Mendonça, da Rome Eventos, no pré-lançamento do 16º Salão do Artesanato
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Daiara Tukano apresenta “Pamuri Pati – Mundo de Transformação” com Kahtiri wi’i, casa da vida
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Ricardo Stuckert com Gilbert Di Angellis e Bernadete Alves no Museu Nacional da República

A mostra individual de Daiara Tukano “Pamuri Pati – Mundo de Transformação“, é apresentada em texto crítico de Lilia M. Schwarcz. A exposição destaca a cultura e a luta dos povos indígenas com obras inéditas, produzidas especialmente para a ocasião, além de importantes trabalhos da carreira de Daiara. É o caso do manto Kahtiri Ēõrõ – Espelho da vida, que fez parte da 34ª Bienal de São Paulo, e Pameri Yukese, pintura com oito metros de comprimento, exposta em Amõ Numiã, em fevereiro.

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Reitor do UniCeub Getúlio Moreira Lopes, Leda Simone e Cláudia Maldonado, no Museu Nacional da Repúblic
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Daiara Tukano, expoente da arte indígena, apresenta um Mundo em Transformação no Museu Nacional da República

A exposição apresenta uma coleção diversificada de obras de arte, incluindo pinturas, esculturas e instalações, que exploram temas como identidade, ancestralidade, conexão com a natureza e resistência. Cada peça é um reflexo do profundo conhecimento de Daiara sobre a história e as lutas dos povos indígenas.

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Jornalista Charlotte Vilela conferindo a arte e cultura de Maurício Duarte e Daiara Tukano, no Museu Nacional da República

Segundo a expoente da arte indígena “A obra fala do sagrado, mas também do luto que tenho vivido e compartilhado com a perda de parentes e ancestrais”, afirma a artista que também retrata a feminilidade e a força das mulheres, em formas geométricas e cores vivas.

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Gilbert Di Angelis, Irene Borges, Jane Godoy e Bernadete Alves, no Museu Nacional da República

Em cartaz até o dia 26 de novembro, a mostra reúne cerca de 70 obras, entre elas, o Espelho da Vida, inspirado no manto Tupinambá e que foi destaque na 34ª Bienal de São Paulo. Outro destaque é a série Kahpi Hori”, com pinturas que fazem uma alusão aos traços indígenas e Festa no Céu, composta por quatro grandes pinturas suspensas que representam pássaros sagrados: gavião-real, urubu-rei, garça-real e arara-vermelha.

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Daiara Tukano apresenta “Pamuri Pati – Mundo de Transformação” com a Festa no Céu

Para os Tukano, as aves, chamadas de miriâ porâ mahsâ, fazem cerimônia para segurar o céu e impedir que o sol queime a terra fértil. No verso de cada pintura, um manto feito de penas entrelaçadas que remete à tradição dos grandes mantos plumários.

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Jornalista Samanta Sallum com Sarah Seilert, do Museu Nacional da República conferindo os expoentes da arte indígena

Sara Seilert, diretora do Museu Nacional da República, diz que as obras de Daiara Tukano, que se em artes plásticas na Universidade de Brasília, enriquecem o local. “Estou muito feliz em ter a Daiara aqui. A exposição individual da artista, com obras significativas, em um museu público, é muito simbólico”.

Segundo os diretores da Rome Eventos, a escolha do estilista para marcar o pré-lançamento da Edição 2023 do Salão do Artesanato, se justifica devido a estreita ligação que ele tem com o artesanato, desde sua adolescência, acompanhando a mãe a feiras e pintando camisetas.

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Daiara Tukano, expoente da arte indígena, apresenta um Mundo em Transformação no Museu Nacional da República

Suas peças, além do próprio talento, carregam habilidades, artes e saberes artesanais da floresta amazônica, e preservar, apresentar, valorizar e atuar para perpetuar essa grande riqueza da nossa terra é o objetivo primeiro do nosso evento. Também nesse sentido, o Mauricio é super representativo e emblemático para o 16º Salão do Artesanato”, diz Leda Simone.

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Nayana Cambraia e Daniela Estevam conferindo as obras de Daiara Tukano, no Museu Nacional da República

Rômulo Mendonça, da Rome Eventos, informa que a 16ª edição do Salão do Artesanato traz a Brasília artesãos de todos os estados brasileiros e, claro, o melhor do Distrito Federal. “São os melhores artesãos do país, com sua melhor produção. Teremos, inclusive, área reservada para exposição e oficinas de arte indígena e quilombola. Nos tornar uma experiência de valorização da acessibilidade, sustentabilidade e inclusão social é um compromisso do Salão”.

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Daiara Tukano apresenta “Pamuri Pati – Mundo de Transformação”, com Maha Soagi: Arara vermelha
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Salomão Ferretti e Gustavo Roccha conferindo a arte e cultura de Mauricio Duarte e Daiara Tukano, no Museu Nacional da República

O desfile da coleção “Tramas”, de Mauricio Duarte teve produção de Marina Sakamoto, styling de Sávio Drew, assistência de Caroline Cortes, beleza de André Gagliardo, modelos Scouting e modelos e personalidades indígenas convidadas a desfilar. 

Estilista Maurício Duarte

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Maurício Duarte apresenta a coleção Tramas no Museu Nacional da República

Nascido no Amazonas há 28 anos, Maurício Duarte é indígena do povo Kaixana. Hoje à frente da Maurício Duarte Brand, chama a atenção por um trabalho de une beleza, qualidade e propósito. Ele, que vem desenvolvendo o seu talento desde a adolescência, quando começou a personalizar camisetas com pinturas à mão e a participar de feiras de artesanato ao lado da mãe, buscou formação no Senai e se sobressaiu. Foi então que ganhou uma bolsa para cursar Moda na Faculdade Santa Marcelina, na capital paulista.

Em 2019 abriu o seu ateliê, e mesmo com todas as dificuldades que chegaram com a pandemia, em quatro anos estreou nas passarelas da São Paulo Fashion Week, sendo um dos destaques da edição 2023. Construída e pautada por princípios de sustentabilidade e economia circular, a marca foca nos processos criativos de maneira artesanal e slow fashion.

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Maurício Duarte apresenta a coleção Tramas no Museu Nacional da República

Maurício trocou Manaus por São Paulo, mas levou a floresta dentro de si. A ancestralidade e contemporaneidade se encontram em suas criações. Apesar de conectado às suas raízes, foge dos estereótipos e da forma rasa e preconceituosa com que, muitas vezes, a cultura dos povos originários é tratada e retratada. Como indígena não aldeado, interpreta o choque entre a selva de pedra e a floresta, num resultado poético e de muita reflexão.  

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Maurício Duarte e Daiara Tukano, expoentes da arte indígena, com modelos e personalidades ao final do desfile no Museu Nacional da República

Fotos: FotoForum, Gilberto Evangelista e Ana Pigosso