Brasil tem 6 milhões de mulheres a mais que homens, aponta Censo 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira, 27 de outubro, resultados do Censo Demográfico de 2022 comprovando a predominância feminina em todas as regiões do país. As mulheres são, pela primeira vez em cinco décadas, maioria em todas as grandes regiões do Brasil.
Para o resultado o IBGE considerou, para fins de registro, o sexo biológico do morador atribuído no nascimento.

O Brasil tem uma população residente de 203.080.756. Deste total, 104.548.325 (51,5%) são mulheres e 98.532.431 (48,5%) são homens. O que significa que existe um excedente de 6.015.894 mulheres em relação ao número de homens.
Quando se consideram os grupos etários no Brasil, a proporção de homens é maior entre o nascimento e os 19 anos de idade. Entre 25 e 29 anos, a população feminina se torna majoritária e a proporção continua crescendo nas idades mais avançadas. O IBGE explica a diferença inicial pelo número maior de nascimentos de crianças do sexo masculino. E a mudança na idade adulta pelas taxas maiores de mortalidade masculina na juventude.
A análise por Unidades da Federação mostra que o Rio de Janeiro é o que tem a maior proporção de mulheres. A razão de sexo do estado é de 89,4 homens para cada 100 mulheres. Em números absolutos, são 16.055.174 de habitantes. Deste total, 8.477.499 (52,8%) são mulheres e 7.577.675 (47,2%) são homens.

Entre os cinco primeiros desse ranking, vêm logo na sequência o Distrito Federal (91,1), Pernambuco (91,2), Sergipe (91,8) e Alagoas (91,9).
O Mato Grosso lidera a lista de estados com maior proporção de homens. A razão de sexo é 101,3 homens para cada 100 mulheres. Em números absolutos, são 3.658.649 de habitantes. Deste total, 1.817.408 (49,7%) são mulheres e 1.841.241 (50,3%) são homens. Apenas outros três estados do país têm predomínio masculino na população: Roraima (101,3), Tocantins (101,3) e Acre (100,2).
Com relação aos municípios, quanto mais populoso, maior é a presença feminina. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022 o Brasil ficou menos masculino.
População brasileira com 65 anos ou mais cresceu quase 60%

A estrutura etária da população brasileira sofreu transformações significativas ao longo dos últimos anos. De acordo com dados do Censo 2022, há 22.169.101 idosos com 65 anos ou mais vivendo no país. É um número 57,4% superior aos 14.081.477 apurados na operação censitária anterior, ocorrida em 2010.
As mudanças ocorridas ao longo desses 12 anos também são observadas quando analisadas a proporção de idosos sobre a população total. No Censo 2010, as pessoas com 65 anos ou mais representavam 7,4% de todos os moradores do país. Já em 2022, elas são 10,9%.
Em sentido inverso, o total de crianças com até 14 anos recuou 12,6%, saindo de 45.932.294 em 2010 para 40.129.261 em 2022. Há 12 anos, essa faixa etária respondia por 24,1% de toda a população. Agora, ela representa 19,8%.
A proporção da população das faixas etárias intermediárias, entre 15 e 64 anos, sofreu leve variação. Em 2010, representavam 68,5% do total. Já em 2022, passaram a representar 69,3%.
Conforme apurou o IBGE, a idade mediana da população brasileira aumentou seis anos, saindo de 29 em 2010 e chegando a 35 anos em 2022. O índice de envelhecimento subiu para 55,2. Isso significa que há 55,2 idosos para cada 100 crianças até 14 anos. Em 2010, o índice era de 30,7.

As regiões do país com a maior proporção de idosos com 65 anos ou mais são Sudeste (12,2%) e Sul (12,1%). Entre os estados, o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram a lista. De outro lado, a população mais jovem, envolvendo crianças com até 14 anos, é mais expressiva no Norte (25,2% do total de moradores) e no Nordeste (25,2% do total de moradores).
Idoso é frágil, mas não é bibelô para ser esquecido na estante da vida. Observar e cuidar a população idosa que está cada dia mais ampliada é dever de todos. Os idosos são, normalmente, mais vulneráveis e os cuidados com esse grupo populacional devem ser intensos a fim de garantir a sua qualidade de vida.
A família deve ter um olhar mais complexo, uma escuta qualificada para detectar o que não está aparente, prestar atenção nas falas, nos olhares, nos gestos. Valorizar o que eles representam, ser generoso e incentivar a autonomia que muitos idosos ainda têm, para que o cerceamento dessas ações não os coloquem na estatística da solidão e dependência.
Assim, além de direito, é parte dos cuidados com idosos garantir que eles possam desfrutar plenamente da vida social e familiar.
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