Livro “100 Vozes pela Democracia: uma autocrítica no campo democrático”, é lançado no Senado

A Biblioteca do Senado foi palco do lançamento do Livro “100 Vozes pela Democracia”, obra publicada pela Editora do Senado Federal, que reúne lideranças sociais de várias áreas que traçam um diagnóstico dos desafios colocados e apontam caminhos. O lançamento celebra a união de vozes em defesa da democracia no Brasil.
A coletânea de ideias nos convida a refletir sobre os acontecimentos dos últimos quatro anos no Brasil, com ênfase no desafio representado pela pandemia do Coronavírus, um período crucial para a democracia brasileira.

A cerimônia contou com a presença do Vice-presidente da República Federativa do Brasil, Geraldo Alckmin; do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas; do organizador da obra e coordenador-geral do “Direitos Já”, Fernando Guimarães; ministro de Estado de Portos e Aeroportos (MPA), Márcio França; do presidente do Conselho Editorial do Senado, Randolfe Rodrigues; do presidente do Conselho Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog; ministra do TST Adelaide Arantes, dentre outras importantes presenças.
O livro “100 vozes pela democracia: um mosaico de reflexões da sociedade brasileira frente à ascensão da extrema direita reacionária”, reúne artigos de personalidades da sociedade e de políticos de 16 partidos.

Dentre eles o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva; vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; ministro da Justiça Flávio Dino; ministro Wellington Dias; ministro Alexandre Padilha; ministra Marina Silva; ministra Simone Tebet; ministra Luciana Santos; senador Randolfe Rodrigues; senadora Eliziane Gama; Aloysio Nunes, Almir Surui, Luciano Huck, deputada federal Gleisi Hoffmann, ex-deputado Aldo Arantes, o ex-senador e ex-governador de Brasília Cristovam Buarque, ex-governador e ministro Ciro Gomes; deputada federal Érika Kokay; deputada federal Jandira Feghali; deputada federal Tabata Amaral; dentre outras importantes personalidades.


O presidente do Conselho Editorial do Senado, Randolfe Rodrigues, falou que a obra traz reflexões escritas em momentos dramáticos da história recente do Brasil. “Esse livro foi escrito nas tristes noites da pandemia, quando todos nós, além de vivermos a morte dos entes queridos, vivia a possibilidade dramática da democracia brasileira estar por um fio. Por isso que ele tem letras quentes desse período histórico”.

“O desafio que temos que cumprir está acima das diferenças políticas. Na política há espaço para quem é liberal, social-democrata, de esquerda. Todos esses espectros só têm espaço na democracia. Não há espaço na democracia é para o fascismo e o autoritarismo. Diante da ameaça, aos democratas só cabe o chamamento à unidade”, declarou o senador Randolfe Rodrigues.


O cientista social Fernando Guimarães Rodrigues, idealizador e coordenador do Fórum Pela Democracia “Direitos Já” e organizador da obra, falou da visões distintas dos autores dos artigos. “A ideia nossa é que, no futuro, esse livro possa ser consultado pelas futuras gerações e as futuras gerações poderão ter uma compreensão de diversos pontos de vista, diversas visões distintas, de gente de esquerda, de centro, de direita, tiveram por isso que a gente buscou fazer um mosaico representativo”, declarou Fernando Guimarães.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin assinam artigos no livro 100 Vozes Pela Democracia. Alckmin citou o advogado Heráclito Sobral Pinto (1893-1991), célebre por sua atuação contra duas ditaduras. Segundo contou o vice-presidente, Sobral Pinto foi preso após a edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5) e ouviu que a ditadura militar seria uma forma de “democracia à brasileira”. O advogado, então, reagiu e ensinou que não se pode conceber esse tipo de remendo. “Não existe democracia à brasileira. Democracia é universal, sem adjetivos.

“Democracia exige vigilância; nós temos que fortalecê-la e não sabotá-la. Nós temos que fortalecer instituições. As pessoas passam, as instituições ficam”, declarou Geraldo Alckmin.


“São 48 anos da morte do meu pai e, de repente, a gente poder estar lembrando do que aconteceu com meu pai, dentro do Congresso, novamente, é uma coisa de muita honra, muito orgulho, muita felicidade”, declarou Igor Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, vítima da ditadura militar no Brasil.


A senadora Eliziane Gama destacou que o livro, deve ser lembrança perene contra novas tentativas de agressão à democracia. “No momento em que se juntaram fundamentalistas e terroristas para atentar contra o estado democrático de direito, o Brasil mostrou o vigor das suas instituições e a força do povo. Apresentamos os indiciamentos responsabilizando aqueles que tentaram agredir e ferir a democracia brasileira. O relatório representa todo o Congresso Nacional. O 8 de janeiro não pode ser esquecido, para jamais ser repetido”.



O Deputado Carlos Lula participou do lançamento da coletânea “100 Vozes Pela Democracia” na qual é autor do capítulo intitulado ‘Enfrentando Pestes’, que aborda a complexa tarefa de enfrentar a pandemia da Covid-19 e suas implicações para o federalismo no Brasil.

Carlos Lula se destacou como líder no combate à pandemia durante o período mais crítico da crise sanitária, em um contexto que viu quatro trocas de ministros da Saúde. Sua atuação o consolidou como uma das principais autoridades em saúde pública do país.



Fotos: Marcos Oliveira/Agência Senado