Estudo descobre que ativar a gordura marrom é eficaz para perder peso e ganhar massa magra

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Gordura marrom: aliada para perder peso e ganhar massa magra

A gordura marrom, também conhecida como tecido adiposo termogênico, que ajuda a regular a temperatura corporal, atua como um “sumidouro de nutrientes”, consumindo glicose e lactato, entre outros metabólitos. Como gasta energia, ela pode ser aliada para perder peso e ganhar massa magra.

Estudo feito por pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca e da Universidade de Bonn, na Alemanha, publicado nesta segunda-feira, 29 de abril, na Nature Metabolism parece ter descoberto como ativar a gordura marrom, também conhecida como tecido adiposo marrom.

    Esse tipo de gordura tem uma função especial: ajuda a queimar calorias dos alimentos que comemos e tem o potencial de ajudar a combater a obesidade. As têm adipócitos marrons em locais corporais específicos, como no colo e ao longo da coluna. Ela é bastante prevalente em crianças, mas, aos poucos, vai sendo substituída pela gordura branca, que é armazenada como reserva energética do corpo.

    Durante muito tempo, os cientistas pensaram que apenas pequenos animais como ratos e recém-nascidos tinham gordura marrom. Mas novas pesquisas mostram que um certo número de adultos mantém a gordura marrom ao longo da vida. Como a gordura marrom é tão boa para queimar calorias, especialmente quando estamos expostos a temperaturas frias, como durante a natação no inverno ou na crioterapia, cientistas estão tentando encontrar maneiras de ativá-la com segurança, usando medicamentos que aumentem sua capacidade de produção de calor.

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    Estudo descobre como ativar gordura marrom e queimar calorias

    No novo trabalho, os pesquisadores descobriram que a gordura marrom tem um mecanismo interno, até então desconhecido, que a desliga logo após ser ativada. Isto limita a sua eficácia como tratamento contra a obesidade. A equipe descobriu uma proteína responsável por esse processo de desligamento, chamada de “AC3-AT”.

    Realizado pelo professor Hande Topel, pós-doutorando sênior na Universidade do Sul da Dinamarca e no Centro Novo Nordisk para Sinalização de Adipócitos e consultor da farmacêutica que fabrica o Ozempic, o estudo descobriu que a gordura marrom tem uma “trava de segurança”, que funciona para evitar o sobreaquecimento do organismo. Esta trava é a proteína AC3-AT, que consegue inibir a atuação da gordura marrom.

    O cientista acredita que desativando a proteína, é possível manter a ação termogênica da gordura marrom. “Olhando para o futuro, pensamos que encontrar formas de bloquear a AC3-AT pode ser uma estratégia promissora para ativar com segurança a gordura marrom e combater a obesidade e os problemas de saúde relacionados”, afirmou Topel, em comunicado à imprensa.

    Para avaliar o papel da proteína AC3-AT no organismo, os pesquisadores a desativaram em camundongos que haviam sido induzidos à obesidade. Após 15 dias, os animais passaram a perder peso e ganhar massa magra.

    Embora a prevalência da gordura marrom diminua à medida que as pessoas envelhecem, ela ainda pode ser ativada, por exemplo, pela exposição ao frio. “Uma vez ativada, a gordura marrom aumenta a taxa de metabolismo destes indivíduos, o que pode ajudar a estabilizar a perda de peso em condições onde a ingestão de calorias é elevada”, aponta a coautora Ronja Kardinal, que é estudante da Universidade de Bonn.

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    Estudo descobre que ativar a gordura marrom é eficaz para perder peso e ganhar massa magra

    A estratégia para combater a obesidade e problemas de saúde relacionados descoberta pelos pesquisadores destas importantes Universidades, é promissora. De acordo com os autores, compreender estes tipos de mecanismos moleculares pode ser fundamental para o avanço da nossa compreensão de várias doenças e no desenvolvimento de novos tratamentos.

    Como o estudo é inicial e deve demorar até que se encontre uma forma de fazer a desativação da proteína em humanos, até pelos riscos que manter o corpo em estado termogênico, que acelera os batimentos cardíacos e a pressão arterial, vamos seguir estudos que mostram que comer de forma mais saudável, além de se exercitar diariamente, ajuda a manter o peso.

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    Estudo da Universidade de Harvard assegura que caminhada é aliada para quem deseja não só perder peso como fortalecer os ossos

    Estudo da Universidade de Harvard, dos EUA, divulgado em março deste ano, apontou os exercícios físicos mais eficazes para queimar calorias. A caminhada, sendo eles, é uma potente aliada para quem deseja não só perder peso como também fortalecer os ossos, controlar a pressão arterial e até melhorar o humor e a memória. A dica dos pesquisadores é iniciar com passeios de 15 a 20 minutos, de três a cinco vezes por semana, já traz significativos benefícios para a saúde. A recomendação é caminhar após as refeições para maximizar os resultados.

    A natação se destaca por ser um dos esportes mais completos, movimentando quase todos os músculos do corpo sem impacto significativo nas articulações. Além de ser um excelente exercício para queimar calorias e tonificar o corpo, a prática da natação promove um relaxamento único, graças ao contato com a água.

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    Natação acelera queima de gordura e significativos benefícios para a saúde

    Antes de começar a jornada em busca do bem-estar físico e mental, é essencial consultar um especialista. A orientação garante que a atividade escolhida seja a mais adequada para as condições de saúde e os objetivos de cada um.

    Mas porque será que algumas pessoas mesmo seguindo aconselhamento de especialistas demoram a queimar calorias. Vários estudos apontam que poucas horas de sono podem estar associadas ao aumento de peso.

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    Estudos apontam que poucas horas de sono podem estar associadas ao aumento de peso

    Isto porque noites mal dormidas também afetam os níveis dos hormônios da fome, provocando uma queda nos níveis de leptina, que regula o consumo de alimentos e sinaliza quando já comemos o bastante, e o aumento do nível de grelina, que estimula o apetite e produção de gordura. As pesquisas indicam que essas variações hormonais elevam em 24% a sensação de fome, em 23% o apetite e em 33% a vontade consumir comidas calóricas e gordurosas.

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    Noites mal dormidas afetam os níveis dos hormônios da fome e estimula produção de gordura

    A campanha pelo “coma menos, mova-se mais” não terá muitas chances de sucesso se não for combinada a orientações para que as pessoas durmam mais e se exercitem de forma correta.

    Fotos: Reprodução