A “menina da foto” dissemina cultura da paz e revela história por trás da guerra

Kim Phuc lança livro no Brasil
Kim Phuc lança livro no Brasil

“Minha história começa em um vilarejo no Vietnã com uma bomba e uma fotografia. Até 8 de junho de 1972, no dia em que a bomba de napalm caiu em Trang Bang, eu era uma criança feliz, tinha nove anos e não sabia nada sobre a guerra”, diz Phan Thị Kim Phuc, durante lançamento de seu livro no Brasil.

Ela ficou conhecida como símbolo do conflito quando corria com os braços abertos, o corpo nu e a expressão de dor e terror. Ela teve grande parte das costas, da nuca e do braço esquerdo queimados por uma substância química chamada napalm. A menina da foto é Kim Phuc Phan Thi e ela estava com seus irmãos e primos. O conflito matou mais de 2 milhões de vietnamitas, muitos deles civis, e 58.000 militares americanos.

Kim Phuc Phan Thi  lança livro no Brasil
Kim Phuc Phan Thi símbolo da guerra do Vietnã

Aos 55 anos, Kim Phuc Phan Thi, embaixadora da Boa Vontade da UNESCO, conta sua trajetória depois do ataque químico que a deixou com cicatrizes por todo o corpo em seu livro lançado em português, em São Paulo, 46 anos depois daquela tragédia. Kim revela em sua autobiografia “A menina da foto – Minhas memórias: Do horror da guerra ao caminho da paz”, que após anos de sofrimento e de ódio, encontrou finalmente a paz.

Kim falou que quando criança tinha vergonha da foto. Quando foi mãe percebeu que a imagem era um presente para trabalhar pela paz. Kim vive no Canadá ao lado de seus filhos, de seu marido e de seus pais.

Kim Phuc
Kim Phuc Phan Thi símbolo da guerra do Vietnã

“Nenhuma criança deveria sofrer como eu sofri”, afirma a vietnamita, que hoje comanda uma organização de auxílio a crianças em áreas de conflito. “Naquele momento, eu estava no lugar errado e na hora errada. Mas agora estou no lugar certo e na hora certa. Eu encontrei meu propósito”.  Kim diz que aprendeu que para ser livre teria que aprender a perdoar. “Não foi fácil. Estou aqui, é um milagre vivo”, finalizou a vietnamita.

O momento de virada na vida de Kim Phuc sobre a Guerra do Vietnã ocorreu em 1996, quando discursou em um evento em Washington, capital dos Estados Unidos, para veteranos da Guerra do Vietnã. Na ocasião, a vietnamita contou que, em muitos momentos, não sabia se sobreviveria.

“Se pudesse falar com o piloto que jogou a bomba, eu diria: não podemos mudar a história, mas devemos tratar de fazer coisas no presente no futuro para promover a paz”, disse a todos. Um deles era o capitão John Plummer, oficial que ordenou o bombardeio no vilarejo de Kim, com o qual ela se reencontrou e relatou tê-lo perdoado.

“Nenhuma criança deveria sofrer como eu sofri”, afirma a vietnamita, que hoje tem 55 anos e comanda uma organização de auxílio a crianças em áreas de conflito. “Naquele momento, eu estava no lugar errado e na hora errada. Mas agora estou no lugar certo e na hora certa. Eu encontrei meu propósito”.

Kim Phuc Phan Thi  símbolo da guerra do Vietnã
Kim Phuc Phan Thi símbolo da guerra do Vietnã

“Eu aprendi que, para ser livre, eu teria que aprender a perdoar. Não foi fácil. Estou aqui, é um milagre vivo”, finalizou a vietnamita. Em 2005 Kim reconstruiu a triste cena eternizada na foto com seus irmãos.

As marcas da guerra não ficaram apenas no corpo de Kim, mas também em sua alma, durante muito tempo até que um dia, ela encontrou esperança para acabar com sentimentos como tristeza e raiva, que a consumiam. Nós também devemos seguir este exemplo. Fotos: Nick Ut/AP/Arquivo.