Usina solar flutuante diversifica matriz energética no Brasil

O Rio São Francisco ganhou uma Usina Solar Fotovoltaica Flutuante. O novo sistema transforma a luz solar em energia elétrica e, flutuando sobre as águas e resfriado por elas e pelo vento, supostamente, tem maior eficácia do que placas colocadas na terra, que perdem eficiência sob o forte calor. A novidade foi instalada no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, e deve começar a operar em dezembro.

Até então instalado apenas no solo, esse sistema de geração concentrada de energia fotovoltaica utilizando área de reservatórios é pioneiro no Brasil. A plataforma piloto do projeto conta com 7,3 mil módulos de placas solares que cobrem uma área de 10 mil metros quadrados, capazes de gerar 1 megawatt-pico (MWp). Outros 4 MWp devem ser instalados em 2019, resultando em uma construção de 50 mil metros quadrados e 35 mil módulos.
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, visitou a nova usina e reforçou a necessidade de se diversificar a matriz energética do Brasil, ao mesmo tempo em que se cria condições para o potencial produtivo da fonte de energia voltaica no País, com equipamentos produzidos localmente e a custos mais baratos.
“Estamos aqui buscando abrir a mentalidade, os hábitos, a cultura do setor elétrico brasileiro para conviver com inovação. Não dá para repetir os mesmos métodos, ter os mesmos modelos que têm gerado uma das energias mais caras do mundo”, declarou Moreira Franco.
“No Nordeste, por exemplo, temos que criar um modelo que permita que o vento e sol, que são fontes de energia mais barata, possam beneficiar os consumidores”, declarou o ministro à Agência Brasil. “Não dá para se repetir os mesmos métodos, ter os mesmos modelos que têm gerado uma das energias mais caras do mundo.”

Os técnicos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco ainda vão estudar a eficiência exata da tecnologia e os possíveis impactos ambientais. “A planta de 1 MWp aparentemente não faria interferência, mas se ampliarmos para usinas de 30 MWp ou 100 MWp é preciso ver o comportamento da fauna aquática”, declarou José Bione, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Chesf.

A Chesf diz que busca avaliar sua viabilidade, tanto em termos técnicos e econômicos como ambientais, para que ele possa participar posteriormente de leilões de venda de energia, sendo reproduzido em outros reservatórios ou mesmo rios. O gerente de Pesquisa da Chesf diz que o projeto está criando uma oportunidade, já que pode ser bem replicado em localidades em que o Brasil tem diversos rios, como Amazônia e em regiões do Centro-Oeste.