Folha de S. Paulo é homenageada no Senado pela honestidade de propósito

Senado presta homenagem aos 98 anos da Folha  - bernadetealves.com

Senado Federal presta homenagem aos 98 anos da Folha de S. Paulo com sessão especial neste 14 de março, por iniciativa da senadora Kátia Abreu do PDT/TO. O presidente da Câmara Rodrigo Maia e o ministro do Supremo Gilmar Mendes participaram do ato.

Os parlamentares destacaram a importância da liberdade de imprensa e o papel fundamental que a publicação paulista desempenhou na construção da história do Brasil e nos dias atuais. Durante o ato também foi homenageado o ex-diretor do jornal Otávio Frias Filho, que morreu no ano passado de câncer.

Ao falar sobre Otávio Frias Filho, a senadora Kátia Abreu lembrou que o jornalista comandou, por décadas, o maior jornal do país, sem perder de vista o contraditório, a pluralidade e a diversidade de vozes.“O excepcional jornalista crítico, apartidário e pluralista que deixou o jornalismo muito melhor – e muito maior – do que encontrou, era a mesma pessoa: sinônimo de simplicidade e de correção”, declarou a senadora.

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A parlamentar também defendeu a liberdade de imprensa. Kátia disse que a democracia passa por um momento delicado, com constantes ataques a imprensa, e criticou qualquer tipo de censura à liberdade de expressão. “Nada é mais importante do que isso. Eu não conheço nenhuma democracia no mundo onde a imprensa seja amordaçada, calada, destruída, criticada, abusada. Contestar, sim! Esse é um direito que todos nós temos se nos sentirmos injustiçados”, disse Kátia Abreu.

O ministro do STF, Gilmar Mendes, falou que o valor da democracia está nas divergências. “Nem sempre gostei do que a Folha publicou sobre o meu desempenho, discordei da opinião do jornal muitas vezes, mas sempre considerei que a imprensa livre não existe para agradar a este ou aquele, tampouco a mim. E sempre reconheci no jornal e naquele que o comandou com brilho e talento, a honestidade de propósito. O grande valor da democracia está nas divergências”, declarou o ministro Gilmar Mendes.

Maria Cristina Frias, diretora de redação da Folha destacou o valor do pluralismo no exercício profissional. “A ideia central do jornalismo que praticamos é que os poderes numa sociedade democrática precisam ser contrastados, não podem ser exercidos sem crítica ou contrapeso, sob o risco de se desviarem para o arbítrio. A Folha tem como rotina inarredável ouvir os argumentos de quem foi criticado nas matérias. Cultiva a pluralidade no seu quadro de jornalistas, colunistas e articulistas. O intuito é permitir o florescimento de um jornalismo crítico e preciso e leal com leitores, fontes e personagens da notícia”, declarou Maria Cristina.

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Senadores de diferentes partidos falaram sobre a atuação do jornal em momentos importantes do país. O senador Humberto Costa do PT, lembrou da atuação do jornal como agente fiscalizador. “Na eleição, corajosamente denunciou interferência importante no processo eleitoral, colocando-se ao lado do que era justo e correto, independentemente do que aconteceria. Sua posição é corajosa hoje em dia para criticar posturas que podem agredir a democracia”.

O senador Antonio Anastasia (PSDB), disse que o jornal foi um “verdadeiro agente transformador do processo de redemocratização”. “A Folha ajudou o país a construir e a contar a história do Brasil dos últimos quase 100 anos, e isso não é pouca coisa. Nós somos frutos dessa história”.