OAB/DF homenageia mulheres de Brasília com a mais alta comenda da advocacia
As mulheres formam um verdadeiro exército no mundo jurídico e desempenham sua função com independência, autonomia e, principalmente, coragem. Essa atuação é reconhecida pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal com a instituição da Medalha Myrthes Campos, considerada a mais alta comenda da advocacia.

A OAB/DF homenageou em 2019 oito mulheres que se destacaram nos serviços prestados à Justiça, ao Direito e à sociedade. As profissionais Eda Coutinho, Elisabeth Regina, Jacira da Costa França, Joênia Wapichana, Maria Dionne Araújo Felipe, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, Marilda Silveira e Patrícia Oliver receberam a medalha Myrthes Campos, durante solenidade presidida por Délio Lins e Silva Júnior.
Myrthes Campos foi a primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil. De 1924 até a sua aposentadoria, em 1944, exerceu o cargo de encarregada pela jurisprudência do Tribunal de Apelação do Distrito Federal, que funcionou no Rio de Janeiro de 1926 até 1946.
O presidente da OAB/DF, Délio Lins, ressaltou a importância da medalha Myrthes Campos para representar a luta e o talento das mulheres da advocacia. “A homenagem tem como objetivo prestigiar o espaço conquistado pelas mulheres no exercício da advocacia e seu trabalho junto à sociedade. Para nós é uma honra receber tão importantes personalidades na OAB”, declarou.

A vice-presidente da OAB/DF, Cristiane Damasceno, disse que a Medalha Myrthes Campos, criada em 2016, tem por objetivo prestigiar o espaço conquistado pelas mulheres no exercício da advocacia. “É com muita honra que recebemos e homenageamos essas grandes juristas e personalidades que prestam relevantes serviços à Justiça e à sociedade.Vocês são exemplos e inspiração para todas nós mulheres advogadas”.

A procuradora da Fazenda Nacional Maria Dionne de Araújo Felipe, defendeu a causa feminina nas diferentes esferas por onde passou. Ela presidiu a Comissão de Exame de Ordem e a Sexta Turma do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF. Atualmente integra a Associação Brasileira das Advogadas.

Maria Dionne ficou muito honrada com a distinção. “Com singela emoção e um orgulho que não cabe no peito, fui escolhida pela OAB/DF para receber a Medalha Myrthes Gomes de Campos. A partir de hoje eu e Myrthes irremediavelmente ligadas por força de uma mesma luta. Eu a levarei no peito”.

A advogada diz que o empoderamento feminino não significa apenas a devolução de todos os NÃOS que as mulheres recebem a vida inteira. Não do Estado. Não da Igreja. “O empoderamento passa pela universalização do SIM e da certeza que devemos ter o poder de escolher os nossos destinos”, diz Dionne.

A professora Eda Coutinho foi a primeira mulher não pertencente a área jurídica a receber a tão importante homenagem. A Medalha foi entregue pelo presidente da OAB DF e professor do curso de Direito do IESB, Délio Lins e Silva Junior.

“Educação é o único caminho para nós mulheres nos tornarmos independentes. Esse foi o meu caminho”. Foi com essa frase, que a reitora do Centro Universitário IESB, professora Eda Machado, iniciou seu discurso de agradecimento, durante cerimônia realizada no dia 14 de março, na sede da Ordem dos Advogados do Distrito Federal, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
“Eu só posso agradecer esse momento que é tão bonito na minha vida, e dizer a vocês que eu gostaria muito de poder falar a todos os professores e alunos que passaram pelo IESB, quão grata eu sou por este momento. Eu sei que construí o IESB porque tive excelentes coordenadores, professores e alunos. Um recado que eu deixaria para as mulheres é: não tenha medo de arriscar, não tenha medo de errar. Siga em frente! Pois a jornada é muito bonita”, destacou a reitora Eda Coutinho.

Elisabeth Regina, procuradora federal aposentada e pró-reitora acadêmica do UNICEUB, foi responsável pela reforma e ampliação do espaço para as mulheres detentas, grávidas e lactantes da Colmeia, presídio feminino do DF.

Patrícia Oliver fundou o Conselho de Mulheres Cristã do Brasil, associação que atende a mulheres vítimas de violência, promove cursos de capacitação e restaura a auto estima feminina em vários estados do Brasil e em 17 regiões administrativas do DF.

A magistrada Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha foi a primeira ministra do Superior Tribunal Militar (STM) e a primeira a assumir a presidência do STM em 206 anos. A Doutora Elizabeth é casada com o General de Divisão Romeu Costa Ribeiro Bastos.

Marilda Silveira integra a diretoria do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (IBRAD) e é membro fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Público (ABRADEP). Professora de Direito Administrativo e Eleitoral da graduação e do mestrado da Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasileiro de Direito Público (EDB/IDP).

A advogada Joênia Wapichana é a primeira indígena brasileira a ser eleita deputada federal. Joênia se notabilizou também por ter sido a primeira advogada indígena a comparecer perante o Supremo Tribunal Federal para defender um caso de disputa de terras.

Jacira da Costa França, foi procuradora-chefe da Fundação Cultural Palmares e defendeu a causa feminina, especialmente da mulher negra e de comunidade quilombolas.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF, Nildete Santana de Oliveira, disse que a luta das mulheres é a luta da OAB. “Queremos dizer às mulheres que a luta delas é nossa luta. Elas não estão sozinhas, e ainda há um longo caminho a ser seguido”, afirma Nildete Oliveira.

Além de Nildete também participaram da cerimônia, a vice-presidente, Gabriela Marcondes, a secretária-geral, Joana Darc de Mello e a integrante da Comissão, Cecília Andrade Rocha.

A Advogada-Geral da União, Grace Mendonça, ex-ministra proferiu palestra durante a outorga da Medalha Myrthes Campos.





