Brasil vai receber ararinhas-azuis criadas em cativeiro na Alemanha

Ararinha-azul será reintroduzida no Brasil - ICMBio e ONG alemã - Bernadete Alves
Acordo entre ICMBio e ONG alemã traz ararinha-azul de volta ao Brasil

Na Semana do Meio Ambiente uma ótima notícia. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a organização não governamental Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firmaram neste dia 07 um acordo que oficializa a vinda de 50 ararinhas-azuis do país europeu para o Brasil.

Ararinha-azul será reintroduzida no Brasil - ICMBio e ONG alemã - Bernadete Alves Alves

Naturais da Caatinga brasileira, as ararinhas-azuis criadas em um cativeiro legalizado na Alemanha serão mandadas de volta para o Brasil. “As ararinhas-azuis são animais de difícil reprodução. Esta será a primeira vez que ocorre a reintrodução de aves silvestres na natureza sem ter exemplares em vida livre”, explica a analista ambiental do ICMBio, Camile Lugarini.

Ararinha-azul será reintroduzida no Brasil - ICMBio e ONG alemã - Bernadete Alves

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pertence à caatinga e entrou em extinção em outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais. A ave se diferencia dos demais psitacídeos por características como a coloração de suas penas e a estrutura das asas, que são mais longas e estreitas do que as dos demais animais da família à qual pertence, como periquitos, araras e papagaios. A ararinha-azul mede pouco mais da metade de uma arara azul, movimenta suas asas de forma mais lenta e tem o costume de se empoleirar sobre galhos secos de árvores altas.

Ararinha-azul será reintroduzida no Brasil - ICMBio e ONG alemã - Bernadete Alves

Hugo Vercílio, analista ambiental da autarquia, diz que a reintrodução das aves no Brasil tem um caráter especial porque em 2019  se completam 200 anos da descoberta da espécie. O achado ocorreu em Juazeiro, cidade localizada a 94 quilômetros de Curaçá. O processo de devolução das ararinhas-azuis ao ambiente natural é “algo muito difícil”, mas é também, pelo ineditismo do fato, “um marco histórico”, declara Vercílio.

Ararinha-azul será reintroduzida no Brasil - ICMBio e ONG alemã - Bernadete Alves

A espécie é considerada endêmica da região de Curaçá, interior da Bahia, ou seja, desenvolve-se de forma natural somente naquele território. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio está concluindo, em parceria com diversas entidades, a construção de um espaço, no município baiano, e espera que a soltura na natureza ocorra entre 2020 e 2024.

Ararinha-azul será reintroduzida no Brasil - ICMBio e ONG alemã - Bernadete Alves
Acordo entre ICMBio e ONG alemã traz ararinha-azul de volta ao Brasil

Segundo Hugo Vercílio o acordo de cooperação não conta com verba do governo federal.  Entre os parceiros, estão, além da ONG alemã ACTP, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).