Badminton dá ouro inédito para o Brasil e resultado histórico

O carioca Ygor Coelho, de 22 anos, venceu o canadense Brian Yang na final do individual masculino no badminton, por 2 jogos a 0, com parciais de 21/19 e 21/10, conseguindo um feito inédito na modalidade. O feito de Igor dá ao Brasil a sua primeira medalha de ouro no badminton em Jogos Pan-Americanos e garante o melhor resultado até então.

O resultado é histórico para o Time Brasil na competição, pois pela primeira vez o badminton conquista cinco medalhas com uma seleção composta por oito atletas, sendo que cinco deles são jovens que estão participando pela 1ª vez do evento multiesportivo.“Um momento de emoção espetacular, fantástico e isso mostra nossa luta dentro da modalidade e principalmente saber que é capaz o Piauí ter atletas de alto rendimento”, disse o Presidente da Confederação Brasileira de Badminton (Cbbd) Francisco Ferraz.

Ygor agradeceu o incentivo e apoio do pai Sebastião, que criou um projeto social na comunidade da Chacrinha, no Rio. O atleta deu as primeiras raquetadas no piso de cimento de casa. O material era todo de doações. Quando quebrava, precisava ser remendado pelo pai, Sebastião de Oliveira. Hoje, aquele cenário se transformou no projeto Miratos, que funciona na própria comunidade e ajuda a revelar talentos para o esporte. Uma história já famosa, mas que hoje ganha mais um capítulo.

“Esta é a medalha mais importante da minha história. Por ter vindo da Chacrinha. Pelo meu pai, que luta tanto pelas crianças. E por eu ser fruto deste trabalho. Representar meu país é uma honra. Jogos Pan-Americanos é o sonho de qualquer atleta. Passei muita dificuldade para conquistar essa medalha, é algo sensacional”, disse o medalhista de ouro.

“Agora tenho um nome, tenho orgulho, gostaria de agradecer todos os medalhistas antigos, sem eles não teria espelho pra chegar aqui, ser o numero um hoje significa que se eu consegui sair da Chacrinha, aprender inglês , cultura, por que não o próximo? Basta sonhar que um dia Deus recompensa”, completou Ygor.

A medalha de ouro é muito importante, mas sua luta não terminou. No atual ciclo olímpico, ele perdeu os patrocínios das Forças Armadas e da Secretaria de Esportes do Rio. Com uma verba mais limitada, reduziu o número de competições internacionais das quais participa e que são fundamentais para pontuar no ranking.
Desde o inicio deste ano Ygor mora em Aarhus, na Dinamarca, onde é treinado por Nadia Lyduch, no clube Hoejbjerg. O Comitê Olímpico Brasil é quem paga Nadia para treinar Ygor. O compromisso vai até Tóquio. É mais que ser um técnico, é como ser um amigo e até família e pais”, afirmou a dinamarquesa.

O Badminton se destacou e Brasil garantiu mais 5 medalhas no Pan de Lima. Além do ouro de Ygor, os outros medalhistas brasileiros no badminton foram nas duplas femininas, com Fabiana da Silva/Tamires dos Santos, ganharam o Bronze, Jaqueline Lima/Samia Lima, também bronze, além da dupla masculina com os irmãos Fabrício e Francielton Farias, e da dupla mista, com Fabricio Farias e Jaqueline Lima. Das cinco medalhas, três foram conquistadas por atletas piauienses.

“Estamos muito felizes com esse momento que vivemos em nossas carreiras e quero agradecer imensamente por todas as energias positivas que foram mandadas, mesmo de longe”, afirmou Francielton Farias.

A quinta medalha saiu na partida mais emocionante da noite. As jovens piauienses Jaqueline Lima e Samia Lima enfentaram as donas da casa Danica Nishimura e Daniela Macias. Empurradas pela torcida, as peruanas venceram o primeiro set por 21/15. As brasileiras devolveram o placar no segundo e a decisão foi para a terceira parcial. Jaqueline e Samia lideraram o placar na maior parte do tempo, mas as peruanas a todo momento encostavam no marcador. Ainda assim, as brasileiras conseguiram o primeiro match point em 20 a 18, mas só foram conseguir fechar em 24/22.

