Brasil conquista sete medalhas de ouro e 16 pódios em um dia no Pan de Lima 2019

O domingo será inesquecível para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. O país conseguiu 16 pódios, com sete ouros, duas pratas e sete bronzes e termina o dia na segunda posição no quadro de medalhas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.  Agora tem 22 títulos no geral e deixa para trás o México, com 20, e o Canadá com 18.

Este dia vitorioso do Brasil teve inicio nas águas do Rio Cañete, em Lunahuaná, com Ana Marcela Cunha (maratona aquática de 10 quilômetros); Ana Sátila (em duas provas: canoagem feminina slalom C-1 e extremo slalom K-1); Pedro Gonçalves (em duas provas: canoagem masculina slalom K-1 e extremo slalom K-1); Chloé Calmon (surfe – longboard feminino). A outra medalha de ouro veio com João Menezes no tênis masculino.

“Inédito tanto o ouro, quanto a dobradinha. É a primeira prova de 10k depois da classificação olímpica e a gente começa uma jornada até os Jogos Olímpicos de Tóquio, para a nossa prova que será no dia 05 de agosto de 2020, daqui um ano praticamente. Essa vitória foi muito importante pelo jeito que a gente nadou, o que conseguimos fazer, apenas 15 dias depois do Mundial. Eu estou muito feliz! Não tinha nenhuma medalha depois de três Jogos Pan-americanos e sair com uma de ouro é muito importante”, disse Ana Marcela.

Ana Sátila, duas medalhas de ouro, disse que a prova foi um grande desafio do inicio ao fim e que o Pan é muito diferente de qualquer competição. “Competi o Mundial há duas semanas e não senti a pressão que senti aqui representando meu País. Para mim foi mais um grande desafio. Tentei fazer o meu melhor, mantive o plano para assegurar a medalha de ouro e estou muito contente com meu resultado”, declarou.

“Esse Pan vai entrar para a história. Estou muito feliz. Esse circuito é muito difícil, então estou muito, muito contente, tive uma boa vantagem. Na semi também foram oito segundos. Fiquei focada em continuar minha descida e fazer uma prova sem penalidades, fiquei muito feliz por ser tanto tempo. Dedico à toda minha família, meu namorado, minha mãe que fica enlouquecida acompanhando”, declarou a supercampeã Ana Sátila.

“Essa medalha vale mais do que ouro, vale 13 anos de luta, de investimento em um sonho, investimento emocional, de abrir mão de muita coisa. Saí de casa muito novo. Amarguei derrotas, fiquei fora de Londres-2012 por 13 centésimos. Amarguei uma prata em Toronto. Chegar aqui e subir no topo do pódio por duas vezes representa muita coisa para mim. Na hora que cheguei na linha de chegada imaginei um caminhão de gente na linha de chegada, levei todo mundo que torce por mim”, disse Pepê Gonçalves.

As duas medalhas de prata foram conquistadas por Caio Bonfim (atletismo, 20 quilômetros da marcha atlética) e no hipismo (time com Ruy Fonseca, Rafael Losano, Carlos Parro e Marcelo Tosi).

O brasiliense Caio Bonfim, do atletismo, perdeu o ouro por apenas seis segundos para o equatoriano Brian Alvarez. “Foi uma prova dura. Marcha é muito forte na América. Desde 2003, os medalhistas nos Jogos Pan-americanos ganham medalha no Mundial. Arbitragem nova, que não tem tanta experiência. Piso molhado. Tivemos que fazer uma prova estratégica. Mas, graças a Deus, consegui me manter no pelotão e desgarrei quando tinham apenas três. Virei a última volta em primeira, mas preferi manter a técnica e não arriscar muito para não ser eliminado como foi comigo em 2011. Dedico essa medalha à minha esposa Juliana e ao meu filho Miguel que nasceu há uma semana”, disse Caio.

Os atletas Nicole Pacelli (surfe – SUP Wave); Érica Sena (atletismo – 20 quilômetros da marcha atlética); Vivian Jungblut (10 km da maratona aquática), Felipe Borges (canoagem masculina slalom C-1); Carlos Parro (hipismo, categoria individual) garantiram o bronze. A medalha de bronze também foi conquistada  pela ginástica rítmica feminina na disputa das 5 bolas com Vitoria Guerra, Deborah Medrado, Nicole Pircio, Camila Rossi e Beatriz da Silva) e pela Seleção Brasileira de vôlei masculino.

A seleção brasileira de vôlei venceu o Chile por 3 a 0 e garantiu a medalha de bronze na competição sem maiores problemas. No sábado, o time tinha perdido para Cuba pelo mesmo placar na semifinal. Em Lima, a Seleção Brasileira foi composta pelos levantadores Thiaguinho e Carísio; os opostos Aboubacar e Felipe Roque; os centrais Éder, Cledenílson e Matheus; os ponteiros Lucas Lóh, Kadu, Honorato e Rodriguinho; e o líbero Rogerinho.

Para o técnico Marcelo Fronckowiak, o saldo do Brasil na competição foi positivo. “Estamos no pódio e isso é importante para o nosso país e para esses garotos depois da frustração da derrota para Cuba na semifinal”, afirmou o treinador.

A seleção brasileira de ginástica rítmica conquistou a medalha de bronze na coreografia de cinco bolas por equipes. O time cometeu alguns erros, ficou atrás do México e Estados Unidos, mas foi ao pódio pela segunda vez no Pan, já que tinha sido bronze no geral, no sábado. Agora, a equipe se prepara para, nesta segunda-feira, tentar o ouro na coreografia de arcos e maças.

O Pan de Lima reúne cerca de 6.580 atletas de 41 países das Américas. Dos 39 esportes, 22 valem como classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. No total, o Brasil terá 485 atletas em ação na capital do Peru.

Fotos: Gabriel Fricke, Alexandre Loureiro/ COB, Jonne Roriz/COB, Victor Calvo e Abelardo Mendes Júnior