Dia Mundial do Coração – a importância de estar com a saúde em dia
O 29 de setembro, Dia Mundial do Coração, tem o objetivo de alertar e conscientizar as pessoas sobre a importância de manter hábitos saudáveis, praticar exercícios físicos, ter boa alimentação e ficar junto das pessoas que amamos, para preservar a saúde do coração, esse importante membro do sistema cardiovascular.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem vítimas de doenças cardiovasculares, a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, a situação não é diferente. A média anual chega a 350 mil, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos – duas vezes mais que todas as mortes decorrentes de câncer e seis vezes mais que as provocadas por todas as infecções no país.
Embora as mulheres sejam afetadas mais tardiamente do que os homens, as cardiopatias atingem pessoas de ambos os gêneros, indistintamente. Os fatores de riscos são comuns a homens e mulheres, por isso a importância da prevenção.
A prevenção de doenças cardiovasculares engloba bons hábitos alimentares associado a exercícios físicos regulares. Os hábitos de vida, como alimentação não adequada, rica em gorduras e carboidratos, juntamente ao sedentarismo, álcool, fumo, na grande maioria das vezes, estão associados a esse aumento.
Quando fazemos exercícios regularmente, o coração trabalha com mais eficiência e sem ter que fazer tanto esforço. O sangue flui melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis e saudáveis. Tudo isso previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, colesterol alto, AVC e hipertensão. Enquanto uma pessoa sedentária tem de 80 a 100 batimentos por minuto, uma pessoa condicionada está entre 60 e 70 batimentos por minuto. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia essa diferença diminui em 40% o risco de doenças cardiovasculares. Para favorecer o sistema cardiovascular, os exercícios precisam elevar a frequência cardíaca. É o caso da caminhada, da bicicleta, da natação, corrida, aulas de step e jump.

A dieta típica da região banhada pelo Mar Mediterrâneo é conhecida por seus benefícios ao coração. Os principais participantes dos pratos são as gorduras protetoras, que agem contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Ela aumenta o nível de colesterol bom (HDL) e diminuir as taxas do colesterol ruim (LDL) do sangue, além de evitar a obstrução das artérias. Dentre as principais características dessa dieta, estão o baixo consumo de carne vermelha, a ingestão de frutas, cereais e nozes, o alto consumo de peixes, o consumo moderado de vinho e o azeite de oliva como fonte de gordura saudável. Além disso, os peixes contêm ômega 3, reconhecido como um nutriente cardioprotetor, isto é, beneficia a saúde cardiovascular.
Hoje, os principais fatores de risco para os problemas cardiovasculares são: hipertensão, diabetes, histórico familiar, estresse, tabagismo, álcool, obesidade, sedentarismo e doença da tireoide.
Entre os responsáveis pelo aumento nos casos de doenças cardíacas é o colesterol alto. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% dos brasileiros têm o problema e doenças associadas a ele, como infarto e AVC, são apontadas pela OMS como sendo a primeira causa de morte no mundo. O aumento no índice de colesterol é mais comum nas mulheres (25,9%) do que nos homens (18,8%), segundo a Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
O cardiologista Thiago Germano, da CardioAnchieta, diz que o colesterol, quando está acima do índice indicado, se deposita nas artérias ajudando a formar placas de gordura nessas estruturas, provocando o endurecimento dos vasos (aterosclerose). Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo próprio organismo, enquanto 30% é adquirido na dieta. “O colesterol é uma substância lipídica normal que o nosso organismo produz e que é essencial para várias funções vitais do mesmo. Quando se encontra elevado torna-se potencialmente perigoso e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”.
O cardiologista Germano, explica que a ansiedade aumenta a liberação de cortisol no organismo, hormônio que faz crescer a concentração de glicose no sangue, desencadeando problemas como diabetes, altos níveis de triglicérides e descontrole de colesterol. “Cada vez que alguém sente algum tipo de ansiedade, a quantidade de radicais livres que passam a circular no seu organismo aumenta podendo gerar o agravamento de problemas cardíacos. Isso porque eles interagem com o colesterol em excesso no organismo, formando placas nas paredes dos vasos sanguíneos, além de piorar certas doenças inflamatórias e causar envelhecimento”, diz o médico.
Outro inimigo do coração é o Sal. O uso excessivo de sal leva a um aumento do sódio na pressão sanguínea, que vai reter o líquido presente no sangue, aumentando a produção de líquido pelo organismo e consequentemente elevando a pressão arterial. A hipertensão é responsável por males como infartos e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Especialistas apontam que brasileiros comem aproximadamente o dobro do que deveria de sal, alimento que é principal fonte de sódio, sendo por isso um dos maiores vilões da pressão alta. A recomendação é acrescentar apenas três gramas de sal às refeições por dia. Uma colher rasa tem aproximadamente um grama de sal, podendo ser usada como medida , duas colheres no almoço e uma no jantar, por exemplo. Para reduzir o consumo de sal, a dica é optar por temperos naturais nas refeições, como ervas e azeite de oliva.
O tabagismo aumenta a frequência cardíaca, contrai as artérias e pode causar graves irregularidades nos batimentos cardíacos, aumentando a carga de trabalho do coração. Fumar também aumenta a pressão sanguínea, o que eleva o risco de AVC em pessoas com hipertensão. O cigarro agride as paredes vasculares, aumentando as chances de aterosclerose (doença que leva a formação de placas na parede das artérias), entre outros malefícios. O cigarro também reduz o bom colesterol e contribui para o acúmulo de placas de gordura nas artérias, danificando as paredes dos vasos sanguíneos.
Fazer visitas regulares a um especialista médico e utilizar a medicação recomendada de forma correta ajudam não apenas a prevenir as DCVs, mas proporcionam melhor qualidade de vida. Exames laboratoriais são importantes para este acompanhamento bem como exames cardiológicos específicos para a condição/doença da pessoa.