Globo de Ouro 2020 surpreende com premiações inesperadas e inclusão

A 77ª edição do Globo de Ouro, promovida pela Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA), no domingo (5/1), apresentada pelo ator Ricky Gervais, agitou os críticos, públicos e concorrentes. Globo de Ouro fez o que faz de melhor: surpreendeu. Assim que teve início a entrega dos prêmios, todo mundo se assustou com as zebras, ou seja, com vitória completamente inesperada. A disputa tradicionalmente dá largada à temporada de prêmios.
A primeira zebra foi a entrega dos prêmios para melhor ator em série de comédia ou musical para Ramy Youssef, por Ramy, do serviço de streaming Hulu, e melhor ator em minissérie ou telefilme para Russel Crowe, por The loudest voice, do canal Showtime. Ambos derrubaram favoritos. Youssef tirou a estatueta das mãos de candidatos fortes como Bill Hader (Barry), que, em 2018, levou o Emmy na mesma categoria; enquanto Crowe bateu Jared Harris, de Chernobyl, que, na temporada passada, se sagrou o melhor ator em minissérie e telefilme no Emmy.

Além de Youssef e Crowe, houve outras surpresas, como na categoria de melhor atriz em série de drama. A aposta estava para Jennifer Aniston por The morning show, da Apple TV+. Mas o prêmio ficou mesmo com Olivia Colman, de The crown (Netflix) que chegou a ser lembrada em muitas listas. Inclusive, porque levou prêmio parecido, mais na categoria de cinema, por A favorita, quanto também interpretou uma rainha.

O mesmo ocorreu em melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme. A expectativa estava toda em Meryl Streep por Big little lies, da HBO, mesmo que Helena Bonham Carter ainda corresse por fora por The crown. Mas quem ficou com a estatueta foi Patricia Arquette, por The act, atração do Hulu. A atriz havia conquistado a categoria no Emmy 2019. mas não aparecia tão forte para o Globo de Ouro.

A vitória de Stellan Skarsgård como melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme foi outro momento que nem todo mundo esperava. O favorito era Andrew Scott, o padre gato de Fleabag, da Amazon. No entanto, Chernobyl se mostrou mais forte e levou essa.

Gigante do streaming, a Netflix entrou no Globo de Ouro de 2020, com 17 indicações nas categorias de TV, líder nesse quesito. Passou vexame, com apenas uma vitória, conquistada por Olivia Colman (The Crown). E viu a rival HBO, e seu modelo convencional do século passado, conquistar quatro prêmios.

Depois das surpresas é a vez dos franco-favoritos. A HBO, que em 2019, ficou na ponta de baixo da tabela, com somente um troféu, entregue para Patricia Clarkson (Sharp Objects). Agora, o canal de conteúdo premium, mesmo sem ajuda de Game of Thrones (2011-2019), saiu como o grande vencedor da noite, na edição do Globo de Ouro que contou com o recorde de indicações dadas a plataformas de streaming (30 no total).

Os prêmios que a HBO ganhou com atrações para TV foram: melhor drama (Succession); melhor minissérie (Chernobyl); melhor ator de série dramática (Brian Cox, de Succession) e melhor ator coadjuvante de série, minissérie ou telefilme (Stellan Skarsgard, de Chernobyl).
Chernobyl, Succession e Fleabag, cada um levou dois. A minissérie já havia conquistado melhor ator coadjuvante e depois se sagrou a melhor minissérie. Fleabag garantiu prêmios de melhor série de comédia ou musical e melhor atriz para a protagonista Phoebe Waller-Bridge. Succession se sagrou a melhor série de drama e viu Brian Cox ser premiado o melhor ator.

O famoso longa sul-coreano, “Parasita”, também fez história ao ser vencedor da categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira. Em, seu discurso, o diretor Bong Joon-ho foi bem direto ao dizer: “Quando você superar a barreira de ‘um dedo’ de legendas, você será apresentado a muitos outros filmes incríveis… Acho que usamos apenas um idioma: o cinema”.


O Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora Original foi para Hildur Guðnadóttir, do filme “Coringa”, tornando-a a primeira mulher solo a fazê-lo. Awkwafina se tornou a primeira asiática-americana a ganhar o prêmio de Melhor Atriz em Filme Musical ou Comédia e Phoebe Waller-Bridge ganhou o de Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical.

No total, foram 25 categorias premiadas, sendo 14 delas de cinema e 11 de TV.
Melhor filme – Drama – “1917”, disputou com “O irlandês”, “História de um casamento”, “Coringa”e “Dois Papas”.

Melhor Filme – Musical ou Comédia – “Era uma Vez em… Hollywood”, que disputou com “Jojo Rabbit”, “Entre Facas e Segredos”, “Rocketman” e “Meu nome é Dolemite”.

Melhor atriz de filme – Drama – Renée Zellweger (“Judy – Muito Além do Arco-Íris”) que disputou com Cynthia Erivo (“Harriet”), Scarlett Johansson (“História de um casamento”), Saoirse Ronan (“Adoráveis Mulheres”), e Charlize Theron (“O escândalo”) .

Melhor ator de filme – Drama – Joaquin Phoenix (“Coringa”), disputou com Christian Bale (“Ford v Ferrari”),Antonio Banderas (“Dor e Glória”), Adam Driver (“História de um casamento”) e Jonathan Pryce (“Dois papas”).

Melhor ator em filme – Musical ou Comédia – Taron Egerton (“Rocketman”), disputou com Daniel Craig (“Entre facas e segredos”),Roman Griffin Davis (“Jojo Rabbit”), Leonardo DiCaprio (“Era uma Vez em… Hollywood”) e Eddie Murphy (“Meu nome é Dolemite”).

Melhor atriz em filme – Musical ou Comédia – Awkwafina (“The Farewell”), concorreu com Ana de Armas (“Entre facas e segredos”),Cate Blanchett (“Cadê Você, Bernadette?”), Beanie Feldstein (“Fora de série”) e Emma Thompson (“Late Night”).

Melhor ator coadjuvante em filmes – Brad Pitt (“Era uma Vez em… Hollywood”), disputou com Tom Hanks (“Um lindo dia na vizinhança”), Anthony Hopkins (“Dois papas”), Al Pacino (“O irlandês”), e Joe Pesci (“O irlandês”).

Melhor diretor de filmes – Sam Mendes (“1917”), disputou com Bong Joon-ho (“Parasita”), Todd Phillips (“Coringa”), Martin Scorsese (“O irlandês”)e Quentin Tarantino (“Era uma Vez em… Hollywood”).

Melhor música para filmes – “(I’m Gonna) Love Me Again” , de Elton John (“Rocketman”), disputada “Beautiful Ghosts” (“Cats”), “Into the Unknown” (“Frozen 2”), “Spirit” (“O rei leão”) e “Stand Up” (“Harriet”).

Melhor atriz coadjuvante em filmes – Laura Dern (“História de um casamento”), que disputou com Kathy Bates (“Richard Jewell”), Annette Bening (“O relatório”), Jennifer Lopez (“As golpistas”)e Margot Robbie (“O escândalo”).

Melhor animação – “Link perdido”- que concorreu com “Frozen 2”, “Como treinar seu dragão 3”, “Toy Story 4” e “O rei leão”.
Melhor roteiro para filme – Quentin Tarantino (“Era uma Vez em… Hollywood”), concorreu com Noah Baumbach (“História de um casamento”), Bong Joon-ho and Han Jin-won (“Parasita”), Anthony McCarten (“Dois papas”) e Steven Zaillian (“O irlandês”).

Melhor série – Drama – “Succession” que disputou com “Big Little Lies”, “The Crown”, “Killing Eve” e “The Morning Show”
Melhor ator coadjuvante em série, série limitada ou filme para TV – Stellan Skarsgård (“Chernobyl”), que disputou com Alan Arkin (“O Método Kominsky”), Kieran Culkin (“Succession”), Andrew Scott (“Fleabag”) e Henry Winkler (“Barry”).
Melhor ator em série limitada ou filme para TV – Russell Crowe (“The Loudest Voice”) que disputou com Christopher Abbott (“Catch-22”), Sacha Baron Cohen (“The Spy”), Jared Harris (“Chernobyl”) e Sam Rockwell (“Fosse/Verdon”). O ator não compareceu a cerimônia porque está na Austrália, colaborando com o combate ao fogo.
Melhor ator em série de TV – Musical ou Comédia – Ramy Youssef (“Ramy”), o ator se tornou o primeiro descendente de egípcios a ganhar na categoria. Ele disputou o troféu com Michael Douglas (“O Método Kominsky”), Bill Hader (“Barry”), Ben Platt (“The Politician”), e Paul Rudd (“Cara x Cara”)

Melhor atriz em série de TV – Musical ou Comédia – Phoebe Waller-Bridge (“Fleabag”) que disputou com Christina Applegate (“Dead to Me”), Rachel Brosnahan (“The Marvelous Mrs. Maisel”), Kirsten Dunst (“On Becoming a God in Central Florida”)e Natasha Lyonne (“Boneca Russa”)

Melhor atriz em série limitada ou filme para TV – Michelle Williams (“Fosse/Verdon”), disputou com Kaitlyn Dever (“Inacreditável”), Joey King (“The Act”), Helen Mirren (“Catarina, a Grande”) e Merritt Wever (“Unbelievable”).
Melhor ator em série de TV – Drama – Brian Cox (“Succession”), que disputou com Kit Harington (“Game of Thrones”), Rami Malek (“Mr. Robot”), Tobias Menzies (“The Crown”) e Billy Porter (“Pose”).
Melhor atriz em série de TV – Drama – Olivia Colman (“The Crown”) que disputou com Jennifer Aniston (“The Morning Show”), Jodie Comer (“Killing Eve”), Nicole Kidman (“Big Little Lies”) e Reese Witherspoon (“Big Little Lies”).

Melhor atriz coadjuvante em série, série limitada ou filme para TV – Patricia Arquette (“The Act”)que disputou com Helena Bonham Carter (“The Crown”), Toni Collette (“Inacreditável”), Meryl Streep (“Big Little Lies”) e Emily Watson (“Chernobyl”).
Melhor série limitada ou filme para TV- “Chernobyl”, que concorreu com “Catch-22″, “Fosse/Verdon”, “The Loudest Voice” e “Inacreditável”.
Melhor trilha sonora original para filmes – Hildur Guðnadóttir (“Coringa”) que disputou com Daniel Pemberton (“Brooklyn – Sem Pai Nem Mãe”), Alexandre Desplat (“Adoráveis Mulheres”), Thomas Newman (“1917”) e Randy Newman (“História de um casamento”).
Melhor filme em língua estrangeira –“Parasita” – que disputou com “The Farewell”, “Dor e Glória”, “Retrato de uma Jovem em Chamas” e “Les Misérables”.
Melhor série – Musical ou Comédia – “Fleabag” que disputou com “Barry”, “The Kominsky Method”, “The Marvelous Mrs. Maisel” e “The Politician”.