Morre Zé do Caixão, o mestre do terror no cinema brasileiro
O ator e cineasta José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do Caixão, faleceu aos 83 anos, em decorrência de uma broncopneumonia. José estava internado no hospital Santa Maggiore, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, desde o dia 28 de janeiro e veio a óbito nesta quarta-feira, 19, às 15h46.
A morte foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins. Ele deixa sete filhos.
Em 2015, José Mojica foi tema de uma exposição no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. A mostra celebrou os 80 anos do cineasta e reuniu raridades de sua produção.
Mojica dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes. Seu interesse pelo cinema de terror escatológico começou nos anos 1950, mas foi em 1964, com o filme “À meia-noite levarei sua alma”, que ganhou o apelido de Zé do Caixão.

Seu personagem mais famoso, o agente funerário sádico com roupas pretas, cartola, capa e unhas longas, ainda aparece em “Esta noite encarnarei no teu cadáver” (1967), “O estranho mundo de Zé do Caixão” (1968) e “Encarnação do demônio” (2008).
As produções viraram referências do terror no Brasil e se tornaram populares também nos Estados Unidos. Lá ,ele ficou conhecido como “Coffin Joe” e conquistou o público e a crítica.
O personagem Zé do Caixão, conforme Mojica contou em várias entrevistas, surgiu para ele durante um pesadelo, em que um homem de capa preta o arrastava para um túmulo.
Com o sucesso, o personagem começou a ser confundido com o seu próprio autor. No anos 1990, o Zé do Caixão apresentou o “Cine Trash”, na Rede Bandeirantes. Ele também comandou um programa de entrevistas no Canal Brasil, “O estranho mundo do Zé do Caixão”, que estreou em 2008 e teve sete temporadas.

Segundo o site oficial do personagem, Josefel Zanatas era o nome verdadeiro de Zé do Caixão. O coveiro era filho de um casal dono de uma rede de agências funerárias.
Mesmo conhecido como o mestre do terror no cinema brasileiro, Mojica trabalhou com outros gêneros, como aventura, faroeste e pornochanchada. Ele também influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960.

Quando tinha 17 anos, fundou a Companhia Cinematográfica Atlas, que produziu filmes amadores. O primeiro longa-metragem foi “A sina do aventureiro”, de 1958.