Remédio contra asma é esperança no combate à Covid-19
No dia em que o Brasil passa de 45 mil mortes e com maior número de casos registrados em 24h, a esperança surge com uma descoberta na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os cientistas anunciaram que a dexametasona, um remédio usado para a asma e outras doenças, tem efeito comprovado na redução de mortes em decorrência da Covid-19.
O corticoide seria o 1º remédio do mundo a conseguir comprovar sua eficácia nos quadros graves da Covid-19 segundo autoridades de saúde do Reino Unido. O dexametasona é um corticoide que age reduzindo inflamações no corpo, justamente o problema causado pelo novo coronavírus, e será incluído no protocolo de atendimento a pacientes internados no sistema público de saúde daquele país.
Em testes com mais de 6 mil voluntários, a dexametasona, um corticoide conhecido pelo efeito anti-inflamatório e imunossupressor, reduziu em um terço a taxa de mortalidade entre pacientes que enfrentam estágios críticos da doença. O resultado inédito é tratado por cientistas como um passo significativo no enfrentamento ao novo coronavírus. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de um “avanço científico” na atual crise sanitária.
O professor de doenças infecciosas emergentes da universidade britânica, Peter Horby, um dos principais cientistas do estudo, enfatiza que o impacto do medicamento na sobrevida de pacientes que necessitam de tratamento com oxigênio é grande e claro. “A dexametasona deve, agora, se tornar tratamento padrão para essas pessoas. Ela é barata, já está no mercado e pode ser usada imediatamente para salvar vidas em todo mundo”, diz Peter Horby, em comunicado.
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Clóvis Arns da Cunha, avalia os resultados preliminares do estudo britânico com otimismo. “Temos o primeiro tratamento farmacológico para a Covid-19 que mostrou impacto em reduzir a mortalidade. Finalmente temos uma boa nova”, afirma, em nota. O especialista brasileiro destaca que a conclusão prática do estudo é que todos os pacientes em ventilação mecânica e os que precisam de oxigênio fora das unidades de terapia intensiva (UTIs) devem receber a dexametasona. “É uma medicação barata e de acesso universal. É um dia histórico no tratamento da Covid-19”,diz o Dr. Clóvis Arns.
Infectologistas alertam para os riscos da automedicação. O uso continuo diminui a imunidade e com isso a pessoa fica mais propensa a pegar infecções. A medicação só é eficaz para pacientes internados como comprovaram os pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido.