Respeito não tem medida, tem consciência

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Respeito não tem medida, tem consciência

A mulher tem o direito de escolher o que vestir sem que isso a exponha ao risco de ser desrespeitada. A roupa não pode ser considerada o “causador” do assédio e nem da violência. Roupa curta ou sexy não é convite para nada. Colocar a culpa da violência e do assédio em um shorts ou minissaia já é demais.


O assédio sexual é uma abordagem grosseira, e não consentida, que a mulher pode sofrer nas ruas, na escola, nos transportes públicos, no local de trabalho, nas imediações de casa. É, lamentavelmente, ver que muitas vezes, o crime é associado às roupas que elas usam. Até quando?


Quem classifica a mulher pelo tipo de roupa que veste carrega pré-conceitos de um machismo enraizado. Colocar rótulos como ‘roupa para chamar homem’, ‘roupa de mulher sem classe’ ou vai ‘vestir uma roupa decente’, diminui a imagem da mulher e compromete sua autoestima.

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A roupa da mulher nunca é consentimento para nada


Infelizmente em pleno 2021 o figurino das mulheres ainda é usado como justificativa para o assédio e a violência contra o sexo feminino. Mas mesmo em lugares como no Egito e Oriente Médio, onde a burca é um traje tradicional as mulheres também sofrem abusos.


Roupa nunca é consentimento para nada. Nem para assédio, cantada tosca, violência sexual e muito menos para um crime bárbaro como é o estupro. Não importa como a mulher está vestida, ela nunca deve ser assediada. O assédio começa, muitas vezes, com uma agressão verbal, que pode vir a se tornar uma agressão física.

Qualquer conduta que seja contrária ao seu consentimento é assédio, denuncie. Está em suas mãos. O 190 é uma das medidas de proteção. Vamos nos unir e dar um basta a tanto desrespeito.


No Brasil, infelizmente, as mulheres ainda são repreendidas pelo figurino que estão usando. As pessoas esquecem que estar em um espaço público não torna o corpo da mulher público. Será que o problema está mesmo na roupa?

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O desrespeito contra as mulheres vai além fronteiras. Recentemente um médico e influenciador brasileiro foi detido no dia 30 de maio no Egito, após gravar e divulgar um vídeo nas redes sociais em que aparece constrangendo uma vendedora na cidade do Cairo, no dia 24 de maio.

O brasileiro, no entanto, alegou ao órgão que teria divulgado as imagens como uma piada. Após a repercussão do caso, ele pediu desculpas à vítima, que insistiu no processo judicial. Mais de 2 mil ativistas, no Brasil e no Egito, se uniram para espalhar o vídeo nas redes sociais. No Egito, as pessoas subiram a hashtag ‘responsabilize o assediador brasileiro’, em repúdio à atitude.


O Ministério Público do Egito pediu nesta terça-feira, dia 1º de Junho, a prisão preventiva do brasileiro Victor Sorrentino. O órgão afirmou que o brasileiro é acusado de fazer insinuações sexuais “atacando os preceitos e valores da família e da sociedade egípcia violando a vida privada da vendedora e utilizando uma conta eletrônica para cometer esses crimes”.

Em nota, o Itamaraty disse que “já foi informado sobre o caso e as autoridades brasileiras no Egito estão prestando assistência consular cabível ao cidadão”.