Representante da maior etnia indígena preside a Convenção Constitucional do Chile

bernadetealves.com
Acadêmica mapuche Elisa Loncón é eleita presidente da Convenção Constitucional do Chile

A acadêmica mapuche Elisa Loncón, de 58 anos, foi eleita no domingo dia 4 de julho, para presidir a comissão que irá redigir nova Constituição do Chile, substituindo documento da era Pinochet.


A presidente da Convenção Constitucional do Chile, representa a maior etnia indígena chilena e foi eleita para uma das 17 cadeiras reservadas aos povos indígenas entre as 155 na Constituinte.

Após ser eleita presidente da Convenção em segunda votação, com 96 dos 155 votos, Loncón agradeceu cerrando o punho acima da cabeça e destacando a conquista de uma mulher indígena. “(Quero) agradecer o apoio das diferentes coalizões que deram sua confiança e colocaram seus sonhos no apelo feito pela nação mapuche de votar em uma pessoa mapuche, uma mulher, para mudar a história deste país”.


A nova Constituição chilena substituirá a atual , redigida inicialmente por uma pequena comissão durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990),como uma resposta institucional à crise que deflagrou a onda de protestos de outubro de 2019 em busca de maior igualdade de direitos e bem-estar social.

bernadetealves.com
Elisa Loncón é eleita presidente da Convenção Constitucional do Chile

Elisa Loncón é professora e linguista com duas pós-graduações e dois doutorados. Ela se formou professora de inglês na Universidad de La Frontera, em La Araucanía, e fez pós-graduação no Instituto de Estudos Sociais de Haia, na Holanda, e na Universidade de Regina, no Canadá.


Além disso, tem um doutorado em Humanidades da Universidade de Leiden, na Holanda, e um doutorado em literatura pela Pontificia Universidad Católica de Chile.

Loncón nasceu em Traiguén, na região de La Araucanía, no sul do país, um reduto Mapuche, e passou a infância na comunidade de Lefweluan, onde ainda vive grande parte de sua família. Em entrevista ao jornal espanhol “El País”, ela contou que percorria oito quilômetros para ir à escola, em geral a pé.


A vitória no Parlamento mostra que todo o sacrifício para adquirir conhecimento valeu a pena.

Fotos: Javier Torres/AFP