Igualdade Feminina: luta constante para amadurecer ideias e despertar consciências

Nesta quinta-feira, dia 26, celebramos o Dia Internacional da Igualdade Feminina. Uma data que reforça a necessidade da luta constante pela paridade nas diferentes áreas de atuação e para o amadurecimento de ideias e despertar consciências.
A data surgiu em 1973, nos Estados Unidos, e foi uma medida tomada pelo governo para homenagear a 19ª emenda, que concedeu o direito de voto às mulheres. Mesmo não sendo feriado, é comum que pessoas usem a efeméride para gerar debates em torno da histórica luta feminina por equidade comemorando também as conquistas do movimento.

O Dia Internacional da Igualdade da Mulher marca momentos importantes das mulheres na busca por condições de igualdade entre os gêneros, como a conquista de direitos na vida profissional e política. Num passado bem recente, as mulheres não tinham direito ao voto, nem acesso à educação formal, e o mercado de trabalho era resistente à presença feminina. O lugar na sociedade era somente perante o casamento e a maternidade.
Nossa história é pautada pela luta de mulheres que nos antecederam que abriram estradas e iluminaram o caminho para que hoje pudéssemos mostrar nossa competência e liderança nas mais diversas áreas de atuação. Graças a internet que globalizou e popularizou as informações, a causa da igualdade de gêneros avançou porque tudo é exposto rapidamente.

No Brasil, um dos setores em que a disparidade de gênero mais se destaca é o ambiente de trabalho. Com direito de exercer uma profissão plenamente conquistado há apenas 58 anos, segundo estudo realizado pela economista Laísa Rachter, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), as mulheres geralmente recebem 19% a menos que os homens para exercer as mesmas funções; e analisando apenas mulheres em cargos de chefia, esta diferença pode chegar em até 30%.
Ainda estamos distantes do ideal. As notícias só reforçam o quanto as mulheres sofrem, diariamente, com a desigualdade, a violência e as injustiças. Por isso nossa luta tem que ser constante.
Vamos aproveitar a data para refletir sobre os avanços na conquista de direitos femininos e também sobre os desafios para atingir a equidade de gênero. Afinal, lugar de mulher é onde ela quiser.
Para nos aprofundarmos no assunto, especialistas recomendam duas excelentes obras: O Segundo Sexo, por Simone de Beauvoir e Eu, Empregada Doméstica, Preta Rara.
“Basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”. O feminismo de Beauvoir reivindicava-se, assim, como humanismo, reclamando para as mulheres a energia criativa e as capacidades que lhes haviam sido negadas historicamente.
As mulheres vieram para ficar, chamo isso de “empoderamento delicado”. Porque nós ocupamos o poder com ternura, de maneira inteligente e sutil.


Box O Segundo Sexo, por Simone de Beauvoir
Publicado em capítulos a partir de 1949, o texto causou comoção por suas posições feministas muito audaciosas. Neste box são dois volumes, Fatos e Mitos e A Experiência Vivida. No primeiro, Simone de Beauvoir aborda a condição da mulher e conceitos nas mais diversas áreas do conhecimento, para destacar os desequilíbrios de poder entre os gêneros. No segundo, ela aprofunda a análise da condição da mulher nas dimensões psicológica, social e política, contemplando os problemas e, principalmente, os caminhos da libertação. Esta edição comemorativa teve colaboração de pensadoras brasileiras sobre a importância da obra ao longo das décadas. Disponível na versão física e para Kindle.
Eu, Empregada Doméstica, Preta Rara
No livro a autora Preta Rara busca chamar atenção das leitoras para mostrar relatos de desrespeito, humilhação e insultos fantasiados de brincadeiras vividos por empregas domésticas negras.
Vamos levantar a nossa “bandeira” contra a desigualdade de gênero e a violência.!
Fotos: Reprodução