Atleta mais rápido do mundo na piscina das Paralimpíadas de Tóquio é de Brasília

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Wendell Belarmino conquista o ouro nos 50m livre da classe S11 em Tóquio

O Brasil tem um dos homens mais rápidos do mundo na piscina das Paralimpíadas de Tóquio. O brasiliense Wendell Belarmino Pereira, de 23 anos, conquistou na manhã desta sexta-feira, dia 27 de agosto, no Centro Aquático da capital japonesa, a medalha de ouro nos 50m livre da classe S11 (para atletas com deficiência visual) ao bater na frente com 26s03, à frente do chinês Dongdong Hua (26s18) e do lituano Edgaras Matakas (26s38).


Com muito treino, instinto e sensibilidade
o morador de Sobradinho, Wendell Belarmino, brilha nos 50m livre e garante o 2º ouro do Brasil na natação em Tóquio. Este é o seu primeiro pódio nos Jogos ao desbancar chinês e lituano na classe S1. De revelação em 2019 para a glória olímpica em Tóquio. , Wendell escreve seu nome na história dos Jogos Paralímpicos.


O brasiliense Wendell Belarmino Pereira, morador de Sobradinho, que treina na piscina do Centro Olímpico da UnB, tem 21 anos, pertence à classe S11 (para cegos) e chegou à final dos 50m livre com o quinto melhor tempo. Mas com uma boa largada e muita resistência nos metros finais, conseguiu concluir a prova em 26s20, apenas cinco centésimos à frente do russo Kirill Belousov, então líder do ranking mundial.

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Brasiliense Wendell Belarmino é ouro nos 50m livre S11, em Tóquio


O campeão nos 50m livre S11, Wendell Belarmino comemora muito e diz que realizou três sonhos de uma vez só. “A ideia era vir, me divertir e chegar ao pódio. Queria nadar o mais rápido possível. Além de me divertir, estou realizando três sonhos de uma vez só: vir para uma Paralimpíada, ganhar uma medalha paralímpica e ser campeão paralímpico”, afirmou o atual campeão mundial da prova.


Wendell é frequentador de túneis de vento,
uma tecnologia que o permite relaxar em meio à rotina de treinos, mas que também o ajuda na preparação para as provas da classe S11, para deficientes visuais.

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Wendell Belarmino é o atleta mais rápido do mundo na piscina das Paralimpíadas de Tóquio


Além da própria limitação da vista, os competidores da S11 usam ainda óculos pintados de preto para garantir que ninguém terá qualquer tipo de vantagem sobre os adversários. Assim, a orientação nas raias é feita à base de muito treino e instinto. O desenvolvimento dessa sensibilidade é estimulado indiretamente pelos voos no simulador.


Wendell foi um dos grandes medalhistas brasileiros nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019. Trouxe na bagagem quatro ouros e duas pratas, além de quatro recordes da competição. A marca que estabeleceu no Mundial de Londres é 88 centésimos mais rápida do que a que lhe rendeu o ouro no torneio continental. Naquela ocasião ele declarou: “Não consigo explicar a felicidade, cheguei ao Mundial sem pretensão, talvez uma prata ou bronze. Mas veio o ouro no meu primeiro Mundial, no meu primeiro dia, sem palavras”, comentou o atleta, que nasceu com glaucoma e pratica natação desde 2016.

Fotos: Miriam Jeske /CPB