Festival Latinidades: lugar de pertencimento do talento das mulheres negras e indígenas

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Museu Nacional da República: lugar de pertencimento do talento, saberes e legado, das mulheres negras e indígenas


O Museu Nacional da República é palco do Festival Latinidades que vai até domingo, dia 24. O evento gratuito dá voz e palco a mulheres negras como nunca antes e com apresentações de Dona Onete, Tássia Reis, MC Carol e Deize Tigrona, além de outras atrações.


Depois de dois últimos em formato on-line devido à pandemia de covid-19, o Festival Latinidades reencontra o público brasiliense com o tema “Mulheres negras e indígenas – todas as alternativas passam por nós”.

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Francia Marquez, vice-presidente da Colômbia, é uma das homenageadas do Festival Latinidades em Brasília


O Latinidades vai homenagear 50 mulheres negras, de diferentes trajetórias. Dentre elas estão Epsy Campell (Costa Rica), Francia Marquez (Colômbia) Sueli Carneiro (SP), Kátia Tapety (PI), Mãe Beth de Oxum (PE), Valdecir Nascimento (SA), Mãe Dora de Oyá (DF), Nilcemar Nogueira (RJ) e Mãe Baiana (DF).

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Festival Latinidades 2022: espaço que conecta histórias, saberes e legados de mulheres negras


A programação conta com shows, gastronomia, literatura, exposições e espaço geek. A inauguração contou com shows de nomes locais, como Medro e Taliz, e as já consagradas Drik Barbosa, Deise Tigrona, Dj Lumena Aleluia e MC Carol.


MC Carol que abriu o festival na noite de 22, entende que é importante uma iniciativa como esta. “Estou muito feliz de participar, porque a gente não faz parte de nada. Melhorou muito, mas ainda tem muita coisa para melhorar e para mudar”, afirma a cantora.

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MC Carol: atração do Festival Latinidades 2022 em Brasília


Neste sábado, dia 23 de julho, o público vai conferir um time de artistas de nomes internacionais, como os de Nduduzo Siba, da África do Sul; Veeby, de Camarões; e Malika Tirolien, de Guadalupe.


O fim de semana será presenteado, ainda, pelas músicas de Tássia Reis, Dona Onete, Funmilayo Afrobeat Orquestra com participação de Luedji Luna, Juçara Marçal, além de uma série de outras atrações.

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Tássia Reis é destaque do Festival Latinidades 2022 em Brasília


Tássia Reis, que encerra a programação deste sábado, mistura vertentes do hip-hop, jazz, MPB e já deu o ar da graça pela capital. “Já toquei algumas vezes em Brasília e sou sempre muito bem recebida. O Latinidades é um evento lindo. É um festival incrível, que une não só a negritude daqui, mas, também, a América. É um um festival que visualiza uma coisa maior. Tem um outro olhar para a cultura. Eu acho super importante e super rico.”


A cantora diz que o tema de 2022 é muito relevante. “É bem forte.Todas as alternativas passam pela gente. Quando eu escuto isso, eu penso na frase da Angela Davis: ‘Quando uma mulher negra se movimenta, ela movimenta toda a estrutura’. Tudo que é de ruim passou pela gente, mas tudo que é de bom foi construído por nós também”, diz Tássia.

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Museu Nacional da República: espaço que conecta histórias, saberes e legados de mulheres negras durante o Latinidades 2022


A cantora Juçara Marçal, atração no domingo, disse que o Latinidades dialoga diretamente com o último álbum solo que lançou, ‘Delta Estácio Blues’. “Quando a gente pensou no Delta Estácio Blues, eu e o Kiko, o produtor, vínhamos trabalhando as fontes que inspiram a gente. Justamente a música da África contemporânea, a música da Latino América, a música negra dos Estados Unidos”, lembra a artista.

“Poder estar num festival que trata justamente esse assunto como central é reconhecimento de que o nosso trabalho está dialogando com esse universo que nos inspira tanto”, completa Juçara.

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Bielo Pereira é destaque do Festival Latinidades 2022 em Brasília


A cantora, conhecida por liderar o grupo de jazz Metá Metá e que agora explora uma experimentação que vai da MPB ao eletrônico na carreira solo, aproveita para elevar as expectativas para a vivência que terá na noite de domingo.

“O meu desejo é de que as pessoas se conectem com a linguagem musical que a gente vai trazer, com a roupagem toda do show, então acho que é por aí que vai acontecer”, afirma a cantora, que vê com bons olhos o lugar escolhido para a apresentação. “Estou muito curiosa de fazer um show no museu. Acho que vai ser bem massa”.

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Omara Portuondo, Conceição Evaristo e Francia Marquez, mulheres poderosas homenageadas pelo Latinidades 2022


Uma das novidades, é o espaço Bem Viver, que promove cuidados e autocuidados entre ativistas e produtoras negras. Já a Feira Gastronômica – Cozinhas Afro-latinas vai reunir delícias das culinárias africana, afro-latina e afro-brasileira, tendo ainda pratos típicos de outros países.

No espaço Geek, além de máquinas de fliperama, para jogar de graça, estão programadas rodas de conversa sobre cultura pop.


Shows de sábado (23)

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Nduduzu Siba (África do Sul), Veeby (Camarões), destaques do Festival Latinidade 2022 em Brasília

20h: Preta Jam, com Luta Cruz (Chile), Letícia Fialho (DF), Larissa Umaytá (DF), Ana Bea (DF), Talita Felício (BA), Tatiana Nascimento (DF) e Priscila Obaci (SP)
21h30: Nduduzo Siba (África do Sul)
22h30: Veeby (Camarões)
23h30: Malika Tirolien (Guadalupe)
2h20: Tássia Reis (SP)

Shows de domingo (24)

19h: Dona Onete
20h10: Lia de Itamaracá
21h20: Funmilayo Afrobeat Orquestra com participação de Luedji Luna
22h30: Juçara Marçal

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Jaqueline Fernandes fundadora do Latinidades, festival que conecta histórias, saberes e legados de mulheres negras

O Festival Latinidades, responsável por popularizar a mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, vem sendo realizado desde 2008 por iniciativa de Jaqueline Fernandes.

“O Latinidades é um festival multilinguagens onde histórias, saberes e potências se conectam. É um palco de todas as artes e vitrine viva dos legados e produções de mulheres. Um encontro de celebração, encanto e cura”, diz Jaqueline Fernandes.

Fotos: Divulgação e Reprodução