Vinho: mitos, curiosidades e tendências sobre a bebida que faz bem para a saúde

Os vinhos brasileiros têm ganhado destaque em premiações internacionais e com isso a valorização da bebida tem acontecido de forma crescente. O vinho deixa de ser apenas um alimento para tornar-se algo cultural que gera renda e empregos principalmente no Sul do país.
Dada a sua importância econômica e para a saúde é celebrado no primeiro domingo do mês de junho, hoje 4 de junho. O Dia Nacional do Vinho foi instituído pelo projeto de lei de 2008 e aprovado em 2017 e desde então o primeiro domingo do mês seis é destinado a esta importante bebida nacional.
A comemoração tem o intuito de enaltecer o mercado brasileiro, formado por grandes profissionais, produtores, empresas, e, claro, os consumidores – personagens fundamentais de todo o cenário.

A abertura das importações, o aprimoramento das vinícolas, as premiações e a ampla divulgação e marketing despertaram ainda mais o interesse das pessoas sobre o vinho. O consumidor está mais curioso para conhecer novos rótulos e com isso o consumo aumentou na última década.
Por mais que seja uma bebida alcoólica, grande parcela da população justifica o consumo por ser uma bebida saudável. Afinal, uma tacinha por dia faz bem. Antigamente, os vinhos tinham 14% de teor alcoólico. Hoje em dia este teor caiu para 11 e 12,5%. Isso, além de atender uma demanda que busca essa saudabilidade, faz com que a pessoa passe a degustar mais.

O estilo de vida saudável e a sustentabilidade são temas recorrentes em pautas televisivas e redes sociais. Todos desejam saber o que fazer para contribuir com o meio ambiente, além de olhar internamente para introdução de hábitos mais saudáveis. Algumas das novas tendências do mundo do vinho acompanham esse movimento.
Para quem passou a tomar mais vinho nos últimos anos, mas não é um grande conhecedor do tema, vamos conhecer algumas curiosidades e mitos no mundo do vinho com os sommelieres Ricardo Santinho e Pedro Ramos
“Vinho é feito apenas com uva”

A afirmação é verdadeira. “Segundo a legislação brasileira vinho é classificado como a bebida obtida pela fermentação alcoólica de mosto [sumo] de uva sã, fresca e madura, já na União Europeia, o vinho é legalmente definido como o produto obtido exclusivamente por fermentação parcial ou total de uvas frescas, inteiras, esmagadas ou de mostos”, explica Pedro Ramos.
“Quanto mais velho, melhor o vinho”

Segundo os sommelieres isto é mito. A maioria dos vinhos hoje é feita para ser consumida em poucos anos – de três a cinco. Provavelmente, se você comprar um vinho na prateleira do mercado e consumir daqui a 10 anos, ele já estará oxidado.
“A rolha classifica a qualidade do vinho”
Ricardo Santinho diz que é mito. Que é preciso desassociar a sofisticação de vinhos aos tipos de rolha. “O Screw cap, além de evitar contaminação e ser extremamente asséptico, veda muito bem. Existem grandes produtores em diferentes regiões fazendo experimentos com esse tipo de rolha”. Resumo: a tradicional rolha de cortiça acaba tendo um processo de produção mais caro, mas nada tem a ver com a qualidade do vinho.
“O vinho pode ser guardado fora de uma adega”
Esta afirmação é verdadeira. O fato é que o vinho é inimigo da luz e do oxigênio. Como nem todo mundo tem uma adega em casa o ideal é armazenar em ambiente mais reservado, com menos variação de temperatura e luminosidade. Embaixo de uma escada, no baú da cama, enrolado em um pano, por exemplo, a bebida ficará tranquilamente armazenada, garantem os profissionais.
“É possível guardar o vinho depois de aberto”

Verdade. É comum abrirmos uma garrafa e sobrar um pouquinho. O melhor lugar para guardá-lo é na porta da geladeira. A temperatura mais baixa vai fazer com que ele desacelere este processo de oxidação. Em média, os vinhos mais leves e frescos duram de 2 a 3 dias armazenados no local. Os tintos mais potentes, com taninos e bastante fruta aguentam alguns dias a mais.
“Vinho branco só se faz com uva branca”


Mito. “Inclusive, a maioria dos espumantes leva uma variedade de uvas tintas. A pigmentação, a maioria das vezes, está em sua casca. São poucas as uvas chamadas de “tintureiras”, que têm a “pele” e o suco escuro. Se espremer a conhecida Cabernet Sauvignon sem tirar a coloração da casca pode-se fazer um vinho branco, por exemplo”, explica Ricardo Santinho.
“Vinho branco só harmoniza com peixe e vinho tinto só com carne”
Mito. Hoje temos muitas opções e variações de brancos e tintos, com vinhos leves e encorpados em ambos. É perfeitamente possível fazer diferentes harmonizações, levando em conta também as guarnições que o prato terá. Aqui em Portugal, por exemplo, nada mais clássico do que harmonizar o bacalhau com um bom tinto”, ressalta Pedro.
“Espumante é vinho”
Verdade. Espumante é um vinho obtido da fermentação de uvas, portanto, sim, é vinho.
Ao beber um vinho, precisamos prestar atenção em algumas características.

Acidez: é sentida na lateral da língua. Provavelmente você vá começar a salivar quando beber um vinho bom em acidez – é ela que dá vitalidade ao produto e a vontade de beber mais taças.
Doçura: vai variar de acordo com a quantidade de açúcar, se o vinho é seco, demi-sec ou doce (suave).
Amargo: no final da língua sentimos o amargor do vinho. Em alguns tintos isso é bem comum em função da madeira e dos taninos, mas não é um amargo suportável.
Salgado: pode se sentir em alguns vinhos brancos produzidos próximos de regiões litorâneas
Fique atento. Vinho é uma bebida alcoólica e deve ser tomado com moderação.
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