Bromélias: as exóticas flores rústicas de cores incríveis, indispensáveis nos ecossistemas

As antigas civilizações das Américas – maias, incas e astecas -, consideravam as bromélias como presentes enviados pelos deuses. A vistosa planta era utilizada como alimento, em rituais religiosos e na construção de abrigos.

No final do século XVII a planta chegou a Europa através de Charles Plumier, francês que explorava o Novo Mundo. Foi batizada de Bromélia em homenagem a Olav Bromel, um botânico sueco e faz parte de um grupo de gêneros da família Bromeliaceae, composto por mais de 50 gêneros e 4000 espécies distintas. Deste total, cerca de 36% são encontradas na flora brasileira.

Elas são encontradas originalmente por todas as regiões quentes das Américas. Vivem sobre outras árvores (epífitas), sobre rochas (rupícolas) e também habitam locais como plantas terrestres. Possuem grande capacidade de adaptação climática, podendo ser cultivadas desde em florestas de altitude até em litorais, tanto em climas secos quanto nos mais úmidos.
As bromélias representam proteção, em razão da sua forma: uma folhagem densa e verde que protege uma flor exótica e de cor incrível.

A legislação ambiental protege as bromélias da natureza porque reconhece a sua importância nos ecossistemas. É crime ambiental, inafiançável, extrair ou destruir bromélias dos ambientes naturais.

Com ciclo de vida longo, tamanhos variados, lindas e resistentes elas florescem apenas uma vez na vida, que é quando adultas.

Com caule reduzido, folhas compridas e recurvadas, as bromélias têm a capacidade de armazenar água e nutrientes. Durante o processo de fotossíntese, as bromélias criam açúcares necessários para sua sobrevivência, permitindo-as viver em climas quentes ou secos. Elas abrem os seus estômatos (estruturas fundamentais para o processo de fotossíntese) à noite, ao invés de abrir durante o dia, isso previne-as de cometerem o desperdício de água.

Esses “espaços” em que se acumula água é chamado de “tanque”, servindo como um abrigo de seres vivos, tais como rãs e pererecas, plantas carnívoras, aranhas, insetos, entre outros. Apesar de muitos mosquitos viverem nesse ambiente, a boa notícia é que os estudos apontam que as bromélias não são favoráveis para a reprodução do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue.


A água acumulada pelas folhas é transformada em suco biológico, e é através dele que as bromélias encontram o meio para sobreviver mesmo em ambientes drásticos. Sendo assim, essa água não é limpa o suficiente para a reprodução de larvas do mosquito.

As bromélias vivem no chão, na rocha ou nas árvores, a sua propagação se dá através de sementes, à luz difusa ou meia sombra. O formato de suas folhas variam entre diversas larguras, texturas e suas listras avermelhadas.
Algumas espécies de bromélias podem ser cultivadas em sol pleno e ficam lindas em jardins, vasos para decorar ambientes internos e também para compor jardins verticais.

A bromélia-imperial é uma delas. Com folhagem ornamental com variações de tons arroxeados, vermelhos e verdes, é usada no paisagismo pelo seu formato escultural e cores intensas. Pode ser cultivada em vasos de forma isolada ou maciços no jardim. Tolera tanto o sol pleno quanto meia-sombra.

O Abacaxi ornamental é um tipo de bromélia bastante resistente, com aparência rústica e folhagem e frutos ornamentais. Precisa de muita luz e aprecia a exposição ao sol. Apresenta folhas longas e arqueadas, com uma coloração avermelhada e verde. Adapta-se bem ao cultivo em vasos e canteiros no jardim. Seus frutos não são comestíveis.



A Bromélia é admirada tanto quanto as orquídeas. É conhecida pelo agrupamento de suas folhas em formato de roseta e pelo seu visual exótico e bem colorido.



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