Espanha conquista título da Copa do Mundo Feminina 2023

A Espanha venceu a Inglaterra por 1 a 0 neste domingo 20, no Olímpico de Sidney, na Austrália e conquistou o título da Copa do Mundo Feminina. Com gol da capitã Olga Carmona no primeiro tempo, as espanholas levantaram o caneco inédito do torneio mundial.
Com a vitória, a seleção espanhola receberá o prêmio total do torneio de US$ 15,7 milhões. O valor é quase 4 vezes o que foi pago na edição anterior, em 2019 (US$ 4 milhões). Cada atleta da equipe vencedora receberá US$ 270 mil (R$ 1,34 milhão). As jogadoras que ficarem em 2º lugar levarão US$ 195 mil (R$ 938 mil) cada.
O título coroa uma final inédita, entre duas equipes que buscavam o primeiro troféu da competição, além de marcar a conquista de uma geração que superou uma crise interna, por cobranças e protestos contra a Federação e comissão técnica, para melhores condições de trabalho.

Em sua terceira participação em Copas, a Espanha se torna o segundo país a conquistar títulos de Copa do Mundo da FIFA tanto no masculino (2010) quanto no feminino (2023), depois da Alemanha.
Agora, com a taça do Mundial profissional adulto em Sydney, na Austrália, as espanholas repetiram um feito que só o Brasil havia conseguido – no futebol masculino. A Seleção Brasileira realizou a façanha em 2003. Um ano depois de chegar ao até hoje inigualado pentacampeonato mundial na Coreia do Sul e do Japão, o Brasil enfileirou Mundiais na base, com títulos na categoria sub-17, na Finlândia, e sub-20, nos Emirados Árabes Unidos.
Olga Carmona, heroína da Espanha na Copa

Decisiva na semifinal contra a Suécia, Olga Carmona brilhou novamente na decisão da Copa do Mundo feminina, na manhã deste domingo, no duelo com a Inglaterra pela final. A lateral-esquerda marcou aos 28 minutos do primeiro tempo, gol do inédito título das espanholas e mostrou que é decisiva, mesmo com pouca idade, 23 anos.

Na comemoração do gol do título, Carmona levantou o uniforme espanhol e mostrou uma camisa com a palavra “Merchi”, Após o jogo ela explicou que era uma homenagem a mãe de uma amiga que faleceu há pouco tempo. “Foi uma conquista e nós dedicamos a uma mãe de uma das minhas melhores amigas. Dedico todo meu amor a elas”.

“Foi um jogo sofrido, sabíamos que seria complicado. Inglaterra tem um time excelente. Estávamos com muita garra e fé, jogamos com tudo nesse dia de hoje e fico sem palavras”, afirmou Carmona após a partida.
Carmona tem apenas 23 anos, mas assumiu a braçadeira de capitã da Espanha na semifinal do Mundial. A função de liderança no momento mais importante da equipe reflete a história precoce da ala, que vive um período de recuperação após um fim de temporada difícil.
Ao mesmo tempo em que houve celebração com a marca de 100 jogos pelo Real Madrid, a camisa 19 da Espanha sofreu com um trauma esportivo na Copa da Rainha.
Olga perdeu um pênalti no desempate contra o Atlético de Madrid e viu as rivais da cidade comemorarem o título do torneio espanhol. Na liga, o Real acabou também com a segunda colocação, atrás do poderoso Barcelona, campeão europeu em 2023. Mas o amargor pelos resultados no clube, entretanto,ficou em segundo plano neste domingo, com a Espanha campeã mundial pela primeira vez.
Quem vê a faixa ostentada no braço e o golaço na semifinal, porém, não imagina o quanto a Copa do Mundo Feminina significa uma etapa de recuperação para a jovem Olga Carmona.
Apesar do poder de liderança e o comportamento de “experiência-precoce” aos 23 anos, a ala viveu um fim de temporada turbulento ao perder um pênalti na disputa da decisão da Copa da Rainha contra o Atlético de Madrid, ainda mais sob as circunstâncias vividas no dérbi.
O Real chegou a abrir uma vantagem de dois gols na decisão, porém cedeu o empate no último minuto e precisou decidir nas penalidades, após a manutenção do 2 a 2 na prorrogação. Na segunda cobrança do Real Madrid, Olga parou na goleira Lola Gallardo, que ainda defendeu mais duas batidas e consagrou o título para o Atlético de Madrid.

Espanha disputou o título com: Cata Coll, Batle, Paredes, Codina (Andrés) e Carmona; Abelleira, Bonmati e Jenni Hermoso; Redondo (Hernández), Caldentey (Putellas)e Paralluelo. Técnico: Jorge Vilda
Inglaterra: Erps, Jess Carter, Bright, Greenwood e Lucy Bronze; Walsh, Stanway e Toone (England); Daly (Chloe Kelly), Alessia Russo (Lauren James)e Lauren Hemp. Técnica: Sarina Wiegman.

A capitã da seleção da Inglaterra, Millie Bright, lamentou a derrota para a Espanha. “É muito difícil, mas é o futebol. Ele pode se inclinar para qualquer lado, inclusive contra você. Elas tem um time fantástico e dominaram o primeiro tempo, nós melhoramos no segundo e tivemos chances, mas não convertemos e essa é a parte difícil do futebol. É difícil jogar contra uma equipe do estilo da Espanha. Nós não jogamos com a posse de bola, ficamos sem o controle e não jogamos no nosso melhor. São coisas complicadas, mas estou orgulhosa do time”, disse a defensora.
A segunda derrota da Inglaterra em 39 partidas desde que Sarina Wiegman assumiu o cargo de treinadora negou ao time inglês a chance de somar o primeiro título mundial ao título da Eurocopa conquistada no ano passado.
A seleção espanhola é a 2ª mais valiosa da copa, com elenco estimado em € 4,09 milhões. A Inglaterra possui um valor de mercado de cerca de € 3,65 milhões. Os Estados Unidos, é a 4ª mais valiosa do mundo com € 3,07 milhões. O Brasil é a 9ª mais valiosa com € 2,03. A Seleção Feminina mais valiosa é a da Alemanha com € 4,25.
A seleção da Suécia venceu a Austrália no sábado, 19 de agosto, por 2 a 0 e garantiu o terceiro lugar na Copa do Mundo feminina. A seleção da Suécia, além das medalhas, irá receber R$ 12,9 milhões pela participação e por ter ficado entre as finalistas. Além do prêmio para o grupo, cada atleta também receberá cerca de R$ 895,8 mil pela participação no torneio. Essa é a primeira vez que as jogadoras receberão por jogar o Mundial Feminino.
A Austrália, que ficou em quarto lugar, receberá o montante é de R$ 12,2 milhões, e cada atleta irá receber R$ 821,1 mil.
Fotos: REUTERS/Carl Recine e Reprodução