Brasília sedia o Investment Forum, maior evento de atração de investimentos estrangeiros da América Latina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros, participou nesta terça-feira 7 de novembro, da abertura da sexta edição do Fórum Brasil de Investimentos (BIF), o maior evento de atração de investimentos estrangeiros da América Latina, no Palácio do Itamaraty.

A sexta edição do Brasil Investment Forum destaca oportunidades de investimentos e o ambiente de negócios brasileiro, bem como as propostas do governo Lula, com enfoque em sustentabilidade e industrialização, além de temas como tecnologia, inovação e iniciativas de investimentos em participação.

Segundo os organizadores o Brasil é um mercado atrativo e pujante, o 3° maior receptor de investimentos estrangeiros no mundo (OCDE – 2022), o maior da América Latina, com US$85 bilhões, um aumento de quase 70% em comparação aos US$50 bilhões registrados em 2021.

Segundo os organizadores o Brasil é um mercado atrativo e pujante, o 3° maior receptor de investimentos estrangeiros no mundo (OCDE – 2022), o maior da América Latina, com US$85 bilhões, um aumento de quase 70% em comparação aos US$50 bilhões registrados em 2021.

Participaram da cerimônia de abertura além do Presidente da República e do Vice-presidente, Ilan Goldfajn – Presidente do BID, Mauro Vieira – Ministro das Relações Exteriores, Fernando Haddad – Ministro da Fazenda, Simone Tebet – ministra do Planejamento,  Marina Silva – Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Carlos Fávaro – Ministro da Agricultura e Pecuária, Rui Costa – Ministro da Casa Civil da Presidência da República, Márcio França – Ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequena Porte, Jorge Viana – Presidente da ApexBrasil, Aloizio Mercadante – Presidente do BNDES, além de representantes do setor empresarial para discutir as oportunidades no Brasil para investidores estrangeiros.

O presidente Lula destacou que o Brasil reconquistou a respeitabilidade do mundo e, por isso, já ultrapassou mais de 50 mercados abertos no exterior. Segundo ele, o país agora é reconhecido como membro do grupo do Sul Global – antes conhecidos como nações “em desenvolvimento”, a maioria deles na América Latina, África e Ásia –, com grande representatividade e potencial para liderar a economia verde.

Lula também sugeriu que o Brasil estabeleça uma meta de alcançar US$ 1 trilhão como resultado do comércio exterior e reforçou o compromisso do governo. “Não é preciso diminuir o Estado para beneficiar a iniciativa privada. É importante saber que o Estado precisa se colocar como o indutor do desenvolvimento, fazendo investimento sadio para que o país possa crescer”, frisou.

Vice-presidente da República Geraldo Alckmin e no comando também do MDIC, apresentou dados positivos do cenário econômico brasileiro, como a queda dos juros, do câmbio e do desemprego, que são atraentes para investidores estrangeiros. “Tivemos um primeiro ano surpreendente em um momento em que o mundo cresce menos e as commodities caíram, o Risco Brasil caiu 27%, sendo que a média dos países emergentes é 13%”.

Nas boas-vindas do evento, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, detalhou os diferenciais nacionais para atrair investimentos. De acordo com ele, o Brasil apresenta um ambiente propício para cultivar uma fase de prosperidade. “O país está caminhando para recuperar o grau de investimento e isso muda o ambiente de negócios. Mesmo com queda dos investimentos no mundo, o Brasil continua batendo recorde em exportações”, garantiu.

O presidente do Banco Interamericano de Investimento (BID), Ilan Goldfajn, por sua vez, chamou a atenção dos investidores para as oportunidades que o país oferece. Ele também lembrou da contribuição que o Brasil, bem como a América Latina, pode dar para o enfrentamento de desafios mundiais. “O mundo precisa do Brasil para a transição energética, para garantir a segurança alimentar e para preservar a natureza e a biodiversidade”, pontuou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o gasto do governo precisa ser compatível com a sustentabilidade das contas públicas no médio e longo prazo. “Chamar a atenção para a disciplina não significa ser ortodoxo. Chamar a atenção para a disciplina é chamar a atenção para o planejamento do país. O país precisa se planejar”.

Haddad defendeu que a economia brasileira seja conduzida à sustentabilidade fiscal, social e ambiental. Destacou que o ajuste das contas não pode ser feito “em cima” da população mais pobre.

O ministro da Fazenda também pediu a aprovação da reforma tributária. “A reforma tributária é a pedra é angular de um projeto de desenvolvimento. Estamos atravancando o desenvolvimento brasileiro com o sistema tributário atual”.

O ministro ainda pediu que a discussão sobre a matéria não seja contaminada pela polarização política. “Não se trata de governo e oposição, não se trata de PT e PL, se trata do Brasil”.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que sua pasta está “ao lado” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A titular da pasta

“Nós sabemos o que temos que oferecer para os senhores e as senhoras (investidores): previsibilidade, segurança jurídica, uma reforma tributária justa como a que vai ser aprovada se Deus quiser ainda este ano para garantir que as indústrias brasileiras se tornem competitivas com as estrangeiras”, disse a titular da pasta.

Para o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, a economia brasileira vive um momento muito favorável. Ele acredita que o BIF vai trazer resultados significativos para o país continuar gerando emprego e renda e, principalmente, mudar a realidade dos mais desfavorecidos. “O Brasil já é o segundo país do mundo a receber investimentos internacionais, com isso, nós vamos fortalecer uma relação extraordinária com o Sul Global, sob o comando do presidente Lula no Mercosul e, em breve, no G20”.

O evento, que acontece nos dias 7 e 8 de novembro, é considerado o maior de atração de investimentos estrangeiros da América Latina com 12 painéis que vão tratar de infraestrutura, Amazônia e Agronegócio.

Uma oportunidade para o governo Lula promover as obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) à iniciativa privada. O eixo de Transporte eficiente e sustentável, que abarca os projetos que serão apresentados pela pasta no evento da quinta, tem uma estimativa de R$ 349 bilhões em investimentos em mais de 600 projetos. Apenas para o modal rodoviário estão previstas 269 obras. 

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil,  Erivelton Viana