Organização Meteorológica Mundial, prevê que 2024 pode ser ainda mais quente do que 2023

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El Niño deve durar até abril de 2024, alerta a ONU

A Organização Meteorológica Mundial (OMM),  órgão das Nações Unidas (ONU) alertou, neste 8 de novembro, que o fenômeno climático El Niño deve durar até, pelo menos, abril de 2024 e contribuir para um novo aumento de temperaturas em várias partes do mundo. O próximo ano pode ser ainda mais quente do 2023 e algumas regiões serão impactadas por eventos extremos, como ondas de calor, chuvas fortes e incêndios florestais.

Segundo a agência da ONU, o El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos e normalmente dura de nove a 12 meses. O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento persistente da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, podendo se estender desde a costa da América do Sul até o meio do Pacífico Equatorial. Desde maio de 2023, a temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial aumentou cerca de 0,5 °C acima da média e 1,5 °C em setembro de 2023.

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Fenômeno climático El Niño deve durar até, pelo menos, abril de 2024, alerta ONU

Mapas climatológicos recentemente divulgados pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) trouxeram à tona uma revelação preocupante: o El Niño que começou em junho de 2023 está apresentando características distintas dos fenômenos ocorridos nos últimos anos.

Como essa conjuntura climática é complexa e bem diferente do usual, cientistas alertam que os potenciais desdobramentos de tudo isso ainda são desconhecidos. “Neste momento, estamos enfrentando um El Niño que ocorre em meio a um oceano global muito aquecido, e não sabemos como o nosso planeta mais quente afetará as condições atmosféricas do El Niño”, disse a NOAA, em um comunicado.

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Calor intenso e outros efeitos do El Niño devem durar até abril de 2024, prevê a Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU

A Organização Meteorológica Mundial ressalta que, em meio a eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, as comunidades vulneráveis são mais suscetíveis a sentirem impactos maiores. “Sobre os desastres, o número de eventos de médio ou grande porte previsto é de 560 por ano, ou 1,5 por dia, até 2030. Em países com cobertura limitada de alerta precoce, a mortalidade por desastres é oito vezes maior do que em países com cobertura substancial ou abrangente”, diz a OMM.

“Os impactos do El Niño na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso em 2024. Mas como resultado das temperaturas recordes da terra e da superfície do mar desde junho, o ano de 2023 está agora no caminho certo para ser o ano mais quente registrado. O próximo ano pode ser ainda mais quente. Isto deve-se clara e inequivocamente à contribuição das crescentes concentrações de gases com efeito de estufa que retêm o calor provenientes das atividades humanas”, explicou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

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El Niño causará mais calor extremo até abril de 2024, alerta Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, tem afirmado que o planeta saiu do contexto de “aquecimento global” para entrar em um cenário que pode ser classificado como “ebulição global”.

A Nasa disponibilizou um mapa do planeta que mostra a alteração no nível do Oceano Pacífico causada pelo El Niño, notada de 1º a 10 de junho de 2023. Nas imagens, os tons de azul sinalizam que o mar está abaixo do nível médio do oceano, enquanto as áreas brancas representam as condições normais do volume e o vermelho sinaliza onde o mar estava mais alto que o habitual.

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Organização Meteorológica Mundial, prevê que 2024 pode ser ainda mais quente do que 2023

De acordo com a MetSul, o atual episódio de El Niño é tão singular que difere até mesmo dos fenômenos extremos de 1982-1983 e 1997-1998, conhecidos como “Super El Niños”. Enquanto nessas ocasiões anteriores o El Niño marcava a principal área de aquecimento anômalo dos oceanos, atualmente essa característica não prevalece mais.

Em Brasília, segundo o Inmet outubro foi um dos meses mais quentes deste ano. A temperatura bate recorde no décimo mês de 2023 e caminha para ser o ano mais quente em 125 mil anos de história. O aquecimento é resultado da combinação das emissões de gases de efeito estufa causadas pela atividade humana e do fenômeno El Niño.

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Organização Meteorológica Mundial, prevê que 2024 pode ser ainda mais quente do que 2023

Os dados reforçam a urgência de ações concretas para combater as mudanças climáticas antes da COP28, conferência da ONU sobre o tema que ocorrerá em Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro.

Fotos: Sentinel-6 Michael Freilich / Nasa e Reprodução