Brasil de Luto: morre Angela Maria, a rainha do rádio

Faleceu na noite de ontem a cantora Angela Maria, aos 89 anos, de infecção generalizada. Ela estava internada no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, há 34 dias. A noticia foi dada pelo marido da cantora, o empresário Daniel D’Angelo.

Em vídeo divulgado no Facebook, ele fala sobre a morte da cantora e lembra o sucesso estrondoso nas décadas de 1950 e 1960. “É com meu coração partido que eu comunico a vocês que a minha Abelim Maria da Cunha, e a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com Jesus”, disse emocionado, ao lado de Alexandre, um dos filhos adotivos do casal.

Com voz privilegiada, apelo emocional, repertório incrível, simplicidade invejável, Angela nasceu para ser estrela. Agora vai brilhar nos palcos do Universo. Angela viverá nos coração de seus fãs por meio da sua grandiosa obra: Ave Maria do Morro, Gente Humilde, Maezinha Querida, Alma Gêmea, Não Se Vá, Meu Ex-Amor, Não tenho você, dentre tantas canções.
Abelim Maria da Cunha nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Ela passou a infância em Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. Filha de pastor protestante, desde menina cantava em corais de igrejas e trabalhava em uma indústria.
Adotou o nome de Angela Maria, em 1947, quando apresentou-se em programas de calouros como “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional; no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do “Trem da Alegria” – programa dirigido por Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional.
Em 1948, começou a cantar na casa de shows Dancing Avenida, onde foi descoberta pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho. Eles a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga. Após um teste, ela começou carreira na emissora. Em 1951, gravou pela RCA Victor os sambas “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”. No ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.
Em 1954 tornou-se a “rainha do rádio”, e no mesmo ano Angela Maria estreou no cinema, participando do filme “Rua sem Sol”. O presidente Getúlio Vargas lhe deu o apelido de “Sapoti”. Ele ficou encantado com a voz doce de Angela e a cor de sapoti.
Na segunda metade da década de 1960, foi a vez de “Gente humilde” ser destaque nas paradas de sucesso e conquistar o coração de todos os brasileiros e o respeito dos colegas. Em 1982, foi lançado o LP Odeon com Angela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992, a dupla lançou o disco “Angela e Cauby ao vivo”, após o show Canta Brasil. Angela e Cauby eram amigos de longas décadas.

Angela Maria, um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira, vai descansar ao lado do seu maior parceiro: Cauby Peixoto, falecido em maio de 2016. O céu está em festa.