Oscar 2019 : marcado por músicas, histórias e emoções

O Teatro Bolby, em Los Angeles, nos Estados Unidos, foi palco no domingo dia 24 da grande noite do cinema: o Oscar 2019.
Pelo tapete vermelho passaram estrelas e astros, muitas personagens icônicas, joias raras e até exageros de quem queria ‘bombar’ na internet. Situações que sempre se repetem em festas grandiosas.

Sem um apresentador fixo, a cerimônia da 91º edição do Oscar teve um ritmo mais dinâmico.

O show de abertura foi feito pela Banda Queen com o cantor e ator Adam Lambert no vocal, e Brian May, tocando “We will rock you”, clássico da banda.

O show é uma homenagem ao filme “Bohemian Rhapsody”, que conta a história da banda e concorre a “Melhor filme”. O show arrancou aplausos da plateia, que ficou mais empolgada com a presença de Freddie Mercury nos telões.

As comediantes Tina Fey, Amy Poehler e Maya Rudolph fizeram um breve monólogo de abertura, tirando sarro das polêmicas da cerimônia, como a categoria de Melhor Filme Popular e a tentativa de se apresentar categorias técnicas durante os comerciais.
O prêmio de Melhor Figurino foi apresentado por Melissa McCarthy e Bryan Tyree Henry, e os dois subiram ao palco com roupas que misturavam elementos de todos os indicados, como O Retorno de Mary Poppins, Pantera Negra e Duas Rainhas.

O filme Pantera Negra levou os prêmios de Melhor Figurino, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora Original. Raramente um filme de super-herói chega tão longe nos prêmios da Academia. Com merecidas vitórias a Marvel Studios conquista um espaço importante na indústria cinematográfica.
Javier Bardem apresentou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, e, antes de anunciar o vencedor, fez um discurso em espanhol, celebrando a globalização e a diversidade de culturas do mundo todo, trazendo um tom político para a premiação.

A estrela do filme mexicano ‘Roma’, Yalitza Aparicio, foi indicada à categoria de Melhor Atriz em seu primeiro trabalho. A distinção foi comemorada com um imponente mural com seu rosto em um distrito humilde do México.

A mulher de pele bronzeada e estatura média de 25 anos, de uma pobre família indígena no sul do México, tornou-se para muitos um símbolo de orgulho. Ela representa um contraste com os homens e mulheres brancos, com feições europeias, que dominam o cinema e a televisão do México, apesar de representarem apenas uma fatia da população majoritariamente mestiça e indígena do país.

Com raízes em comunidades indígenas de Mixtec e Triqui, Yalitza Aparicio, é parte de quase um quarto da população mexicana de aproximadamente 120 milhões de pessoas que são indígenas, de acordo com dados do governo. Eles falam quase 70 línguas diferentes e muitos vivem em Oaxaca e na vizinha Chiapas, que também são dois dos estados mais pobres do México.


No segundo show da noite, Jennifer Hudson cantou a música I’ll fight, de Diane Warren, e que está presente no documentário RBG, que concorreu ao prêmio de Melhor Documentário, mas perdeu para Free Solo.
Bette Midler cantou The Place Where Lost Things Go, do filme O Retorno de Mary Poppins, que disputa em algumas categorias.

David Rawlings e Gillian Welch apresentaram o quarto show da noite. Em cenário de faroeste e vestindo roupas típicas, cantaram “When A Cowboy Trades HIs Spurs for Wings” de “A balada de Buster Scruggs”, produção da Netflix dirigida pelos irmãos Coen.
O ponto alto da cerimônia foi o momento da performance de “Shallow”, a canção tema de “Nasce uma estrela”. O ator Bradley Cooper e a cantora Lady Gaga, protagonistas do filme, encantaram a plateia e enlouqueceram os fãs nas redes sociais.

A cantora pop, que fez sua primeira incursão no cinema, também tocou piano durante a apresentação romântica e intimista.

A cantora e atriz Lady Gaga, em um elegante vestido preto, ostentou uma joia de diamante amarelo da Tiffany que ofuscou todas as outras. A pedra tem 128 quilates e é avaliada em 112 milhões de dólares. Gaga não foi a primeira a usar a raridade. Audrey Hepburn, em 1961, apresentou ao mundo o maior diamante amarelo já encontrado quando fez fotos promocionais do clássico Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s).

E para coroar ainda mais a sua noite ela conquistou a sua primeira estatueta ao lado de Mark Ronson, Anthony Rossomando e Andrew Wyatt o Oscar de Melhor Trilha Original por ‘Shallow’ em ‘Nasce uma Estrela’.
Lady Gaga também concorria ao papel de Melhor Atriz por seu trabalho em Nasce Uma Estrela, como a personagem Ally. Ao ganhar o Oscar, Gaga foi ovacionada pelos famosos presentes na premiação e subiu ao palco chorando e emocionou a plateia.

“Isso aqui não é sobre quantas vezes você caiu, mas sim por todas as vezes que você se levantou e continuou. Isso é trabalho duro. Eu trabalhei duro nisso por um longo tempo. Se você tem um sonho, lute por isso. Obrigado papai e mamãe. Obrigada Bradley por acreditar em nós”.

Cabe ressaltar que Ruth E.Carter, figurinista de ‘Pantera Negra’, foi a primeira pessoa negra a ser indicada ganhar o Oscar de Melhor Figurino e também a ganhar o prêmio.

Hannah Beachler é a primeira mulher negra a ser indicada no prêmio de Melhor Design de Produção e a ganhar esta estatueta de Melhor Direção de Arte por ‘Pantera Negra’.

Mahershala Ali, que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, é o primeiro ator negro a ganhar dois prêmios como ator.


“Green Book – O Guia” foi o grande vencedor do Oscar 2019. Considerado o melhor filme da temporada, ele desbancou quem torcia pela consagração a película Roma. Green Book, dirigido por Peter Farrelly, que partira com seis indicações, acabou faturando três estatuetas: Melhor Argumento Original, Melhor Ator Secundário (Mahershala Ali) e Melhor Filme.

Bohemian Rhapsody ficou como o longa mais premiado, com quatro estatuetas, inclusive, a de melhor ator para Rami Malek, que interpretou Freddie Mercury.
O filme a “Favorita”, ganhou um Oscar para o desempenho da atriz britânica Olivia Colman, como protagonista.

