Médico de Brasília doa coleção de borboletas para o Museu Nacional
As borboletas são lindas, encantam pelas cores e voam na esplêndida alegria. São também misteriosas e intrigantes. Após uma dura vida de lagarta, renasce para abrir as asas e pairar no raiar de um novo dia, transformando-se em beleza e encantamento.
Foi este fascínio, mistério e encantamento que leva muitas pessoas a se dedicarem ao estudo dos insetos como o professor de Biologia, Victor Stawiarski, que por 30 anos, a partir de 1940, deu aula no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Os insetos foram coletados tanto pelo pesquisador quanto pelo seu filho Luiz Cláudio no Rio de Janeiro, Paraná e Pará. Ele faleceu em 1979 e o acervo de quase 40 anos ficou aos cuidados do filho, o médico Luiz Cláudio Stawiarski.

No sábado dia 23, o médico Luiz Cláudio Stawiarski abriu mão de seu valioso acervo, uma coleção de mais de 2 mil espécimes de borboletas e outros insetos para o Museu Nacional do Rio de Janeiro, para ajudar na reconstrução do acervo, destruído por um incêndio de grandes proporções, em setembro de 2018.
A casa do médico Luiz Cláudio Stawiarski, de 76 anos, em Brasília, guardava quadros entomológicos com as mais variadas formas de aranhas, besouros e libélulas e gavetas de raras borboletas. Tudo catalogados e cuidadosamente mantidos em gavetas de madeira com tampa de vidro.

A doação foi feita no nome do professor Victor Stawiarski: “Certeza que de onde ele estiver, ele estará feliz com isso”. Luiz Cláudio diz que o principal objetivo de expor os insetos lá no Museu é despertar o amor à natureza. “Quem conhece, respeita. Meus filhos nunca mataram um bicho. Se acham um inseto, vão soltar lá fora. Você passa a se sentir mais um ser vivo, não é superior a ninguém”, diz Stawiarski.
Ao lado do marido, a professora aposentada, Luiza Stawiarski, conta que ela fez cursos com o sogro, no Rio de Janeiro. Dele, ganhou dois quadros. O preferido exibe insetos que se camuflam na natureza. Entre eles, uma borboleta com olhos de coruja nas asas e outras com asas que imitam folhas secas. “Elas têm inclusive partes que parecem folhas quebradas”, mostra Luiza, que também doou seus quadros.

O quadro preferido do médico Luiz Cláudio é o dos besouros: alguns grandes, quase do tamanho de um punho fechado, e outros pequenos, menores que a falange de um dedo. O que encanta neles, explica o médico, não é a armadura, mas a leveza que escondem. “Você custa a imaginar que eles possam voar. A parte de fora parece uma armadura. Mas quando levanta, você vê a asa, fininha. Isso é um contrassenso, como é que se sustenta?”, pergunta o médico? Mistérios da natureza.
Para os chineses a borboleta é símbolo de renascimento. Então vamos seguir o exemplo das borboletas. Vamos bater nossas asas, levantar voou e ir até onde nosso coração nos levar.
Como a vida é um ciclo, vamos retornar renovadas e se precisar voltar à condição de casulo, no momento certo estaremos prontas para recomeçar. Viva as borboletas!