Brasília perde Márcio Cotrim, defensor do saber e da cultura

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É com pesar que registro o falecimento do advogado e comunicador Márcio Cotrim, aos 80 anos, ocorrido ontem em sua residência no Lago Sul. Ele deixa a esposa Eliana, as filhas Flávia e Mônica e os netos Gustavo, Rodrigo, Thiago, Guilherme e Alexandre. O velório será hoje, das 11h às 16h, na Capela 6 do Campo da Esperança, na Asa Sul. O enterro está marcado para as 16h.

Márcio Cotrim era advogado por formação, comunicador por vocação e escritor por paixão. O carioca chegou em Brasília na década de  1970 e logo conquistou a cidade. Homem de ação, de ideias claras, projetos instigantes criou a ideia das prefeituras de quadras do Plano Piloto e foi o primeiro prefeito da Super Quadra 303 de Brasília, onde morava à época.“Cada quadra é uma cidadezinha de 3 mil habitantes”, dizia Cotrim.

Apaixonado pela língua portuguesa e estudioso dos vocábulos, Márcio Cotrim transformou seu interesse pelas expressões do cotidiano em livros e crônicas. Cotrim era um cronista primoroso, de texto irretocável que enaltecia a epopeia de Brasília e o legado de JK.

Pelo trabalho de grande relevância para a língua portuguesa, nas suas 14 publicações, Cotrim conquistou o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras. Ele ocupava, ainda, a cadeira de número 30 da Academia Brasiliense de Letras, cujo patrono é Monteiro Lobato, uma das grandes inspirações e referências que Cotrim tinha como escritor.

Seus bem-sucedidos projetos o levaram a assumir a Secretaria de Cultura e Esporte do Governo de Distrito Federal (1990/1992), onde foi responsável pela criação do Conselho de Cultura e do Fundo de Apoio à Cultura (FAAC).

Iniciou sua trajetória nos Diários Associados em 1992 e lá se destacou na direção de marketing do Correio Braziliense durante quatro anos. Inteligente, carismático e sempre de bem com a vida conquistou amigos e admiradores. Como diretor executivo da Fundação Assis Chateaubriand  construiu um legado de cultura e informação. E na Coluna Berço da Palavra, publicadas semanalmente no jornal enaltecia a cidade e sua gente.

O defensor do saber, da cultura, das letras e do patrimônio da cidade, Márcio Cotrim foi agraciado como Cidadão Honorário de Brasília e também foi homenageado pela PaulOOctávio com um prédio na SQN 208 com o seu nome. Na ocasião o carismático Cotrim disse que seu nome ficaria vivo para sempre. Sua felicidade estava estampada no rosto e sua alegria contagiou a todos.

Cotrim parte deixando um imenso legado cultural e humanitário. Seu trabalho e seu exemplo jamais serão esquecidos. Nossos sentimentos à Eliana, Fávia e Mônica e todos os familiares. Que Deus conforte seus corações.

Vá em paz pioneiro do saber!