Nobel de Medicina 2019 premia estudo sobre adaptação das células ao oxigênio
Os americanos Gregg Semenza e William Kaelin, e o britânico Peter Ratcliffe são os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina 2019. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 7 de outubro. O Nobel de Medicina, organizado pelo Instituto Karolinska, na Suécia, oferece 9 milhões de coroas suecas para os ganhadores. Isso equivale a cerca de 3,7 milhões de reais, valor que será dividido pelos três cientistas.
Os cientistas mostram como as células do corpo “sentem” e se adaptam às mudanças de disponibilidade de oxigênio no corpo. O trabalho identificou o maquinário molecular que regula a atividade dos genes em resposta à variação nos níveis de oxigênio, um dos processos mais essenciais de adaptação da vida.
Para entender a importância da descoberta, eles explicam que: “O oxigênio está presente em cada respiração nossa, e nossos corpos são completamente dependentes do oxigênio para converter comida em energia. Mas os níveis de oxigênio variam no corpo, particularmente durante exercício físico ou quando estamos em altitudes elevadas ou depois que um corte ou machucado interrompem o fornecimento de sangue.Quando níveis de oxigênio caem, as células são forçadas a se adaptarem rapidamente”.
Segundo comunicado do Instituto Karolinska, os cientistas descobriram, por exemplo, uma proteína que sente a privação de oxigênio e com isso provoca o aumento na produção de glóbulos vermelhos. Essa habilidade também tem papel importante no sistema imunológico e nas primeiras fases de desenvolvimento do ser humano no útero.
Suas descobertas, sobre a reação das células à maior ou menor disponibilidade de oxigênio, podem servir de base para tratamentos contra o câncer, a anemia e outras doenças.
“Foram anos de trabalho para delinear o maquinário molecular e genético que responde à presença de oxigênio. Do ponto de vista do funcionamento do corpo, isso é importante para entender como o organismo reage aos exercícios físicos, como ocorre o processo de respiração, como um embrião se desenvolve e até de que maneira o sistema imune enfrenta infecções e outras ameaças, entre outras coisas”, diz o comunicado oficial.
Os cientistas são do Francis Crick Institute e a Universidade de Oxford, no Reino Unido, e das universidades de Harvard e Johns Hopkins, nos Estados Unidos.