Brumadinho: homenagens e orações marcam um ano da maior tragédia humanitária

O rompimento da Barragem B1, da Vale, na Mina do Córrego do Feijão, que deixou 259 mortos e 11 desaparecidos, completa um ano neste 25 de Janeiro e as marcas da tragédia são latentes na vida dos familiares como também da natureza que continua na UTI.
Além das 11 famílias que ainda aguardam para poder enterrar seus entes, são vários os relatos de sobreviventes que se queixam da falta de assistência da companhia, enfrentam depressão e distúrbios psicológicos, e buscam por justiça. Até hoje, ninguém foi preso ou responsabilizado.

Foi um sábado de lembranças, momentos de saudade, pedidos de justiça, solidariedade e reverência à memória de cada uma das 259 pessoas que tiveram a vida ceifada.
Milhares de pessoas participaram da 1ª Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia integral a Brumadinho. Dois mil balões, vermelhos e brancos, foram lançados às 12h28 ao céu de Brumadinho, na Grande BH, para lembrar as 270 vítimas (259 mortos e 11 desaparecidos).
O lançamento dos balões foi precedido da leitura dos nomes das vítimas, no local denominado Letreiro, na entrada da cidade, e que se tornou um ponto de homenagens por parte de moradores e visitantes.
Muitos aplausos acompanharam o lançamento dos balões, dentro da Primeira Romaria, que tem à frente a Arquidiocese de BH, associação das famílias de vítimas e prefeitura local.
O papa Francisco lembrou, neste sábado, 25, o aniversário de um ano da tragédia de Brumadinho. Nas redes sociais, o pontífice publicou uma mensagem endereçada aos fiéis que vão se reunir na tarde de hoje para a I Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte a Brumadinho.
“Neste primeiro aniversário da tragédia de Brumadinho, rezemos pelos 272 irmãos e irmãs que foram soterrados e lamentemos a contaminação de toda a bacia fluvial. Ofereçamos a nossa solidariedade às famílias das vítimas, um apoio à Arquidiocese e a todas as pessoas que estão sofrendo e que necessitam de nossa ajuda”, disse o papa Francisco em vídeo.
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, sintetiza o episódio que comoveu o mundo em “tragédia crime” e numa “ferida que nasce a partir da ambição desmedida, da ganância sem limites”. Para dom Walmor, um ano após os fatos ainda se vive as consequências do rompimento da barragem. “Muitas famílias permanecem sem perspectivas para o futuro, pois não conseguiram se reerguer. O Rio Paraopeba, importante referência no abastecimento de água na RMBH, fonte de sustento para muitas comunidades, está contaminado”.
A tragédia jamais será esquecida, pois indica que a natureza não aguenta mais ser explorada ilimitadamente e que as autoridades não podem ser mais omissas. A situação e o cenário desolador exige novas posturas das autoridades que têm o dever de representar o povo e defender o meio ambiente e de toda a sociedade.
