Regina Duarte aceita ser Secretária de Cultura de Bolsonaro

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Presidente Jair Bolsonaro, Regina Duarte e o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo

A atriz Regina Duarte, de 73 anos, será a nova secretária especial de Cultura do governo federal. Após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, na tarde da quarta-feira (29), junto com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Na saída ela confirmou a jornalistas ter aceitado o convite para o cargo, que integra o Ministério do Turismo.

Regina estava acompanhada da reverenda Jane Silva, interina como secretária-adjunta,desde a saída de Alvim. Jane Silva é a atual secretária da Diversidade Cultural. Ela foi convidada por Regina para continuar como secretária-adjunta da Secretaria Especial de Cultura. Ela vai acumular as duas funções.

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Regina Duarte com o ministro Paulo Guedes, no gabinete do presidente Jair Bolsonaro

Após se reunir com o presidente Bolsonaro e o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio e aceitar o cargo, Regina foi cumprimentada pelos ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes. Depois a futura secretária de Cultura foi à Secretaria-Geral da Presidência para se informar sobre as formalidades para assumir o cargo público. Antes ela precisa encerrar seu contrato com a TV Globo.

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Ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro com Regina Duarte

O presidente Jair Bolsonaro também confirmou o “sim” de Regina, sem dar prazo para que ela assuma as funções. “Está tudo certo, está caminhando, ela está acertando as questões pessoais dela. Não tem prazo”, afirmou ao chegar ao Palácio do Alvorada, residência oficial, depois do encontro com a atriz.

Regina Duarte veio a Brasília na semana passada para conhecer a estrutura da pasta e voltou esta semana para definir com o presidente se assumiria mesmo o cargo. Bolsonaro afirmou no dia 28 que Regina Duarte terá liberdade para montar sua equipe.

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Presidente Jair Bolsonaro em reunião com Regina Duarte e ministros no Palácio do Planalto

“Para mim seria excepcional, para ela, ela tem a oportunidade de mostrar realmente como é fazer cultura no Brasil. Ela tem experiência em tudo que vai fazer. Precisa de gente com gestão ao seu lado, tem cargo para isso, vai poder trocar quem ela quiser lá sem problema nenhum. Então tem tudo para dar certo a Regina Duarte”, disse Bolsonaro.

Regina vai ocupar a vaga de Roberto Alvim, demitido após divulgar um vídeo em que fazia referências ao nazismo. Regina será a quarta secretária da área no governo de Bolsonaro. Antes dela e de Alvim vieram Ricardo Braga e Henrique Pires.

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Regina Duarte em reunião com Bolsonaro e ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio

Regina Duarte nasceu no dia 5 de fevereiro de 1947. É uma das atrizes mais famosas do país. Nos 55 anos de carreira tem dezenas de novelas no currículo e com participações em campanhas políticas.

Os seus papéis mais marcantes foram em folhetins como Selva de Pedra, Irmãos Coragem, Vale Tudo, Roque Santeiro, Rainha da Sucata e Malu Mulher, além da personagem Helena em três obras do autor Manoel Carlos (História de Amor, Por Amor e Páginas da Vida). A última novela em que Regina atuou foi Tempo de Amar (2017), escrita por Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago.

A trajetória  artística de Regina Duarte é marcada por atuação na  política desde os anos 1970 quando interpretou uma mulher divorciada na série “Malu Mulher”, da TV Globo, quando o tema ainda era tabu.

Em 1985, quando vivia a Viúva Porcina da novela “Roque Santeiro”, Regina participou da campanha de Fernando Henrique Cardoso à prefeitura de São Paulo – a primeira após o fim da ditadura militar. O apoio se repetiu em 1998, quando FHC tentava a reeleição como presidente.

No segundo turno presidencial em 2002, Regina Duarte ficou famosa ao dizer, no horário eleitoral do PSDB, que “tinha medo” da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela pedia que os eleitores votassem no ex-ministro da Saúde José Serra, definido por ela como “homem dos genéricos, do combate à Aids.”

“Eu estou com medo, faz tempo que eu tinha esse sentimento. Porque eu sinto que o Brasil nessa eleição corre o risco de perder toda a estabilidade que já foi conquistada. Eu sei que muita coisa tem que ser feita, mas também tem muita coisa boa sendo realizada. Não dá para ir tudo para a lata do lixo”, dizia o texto.

“O outro, eu achava que conhecia, mas hoje não reconheço mais. Tudo que ele dizia mudou muito, isso dá medo na gente. Outra coisa que dá medo é a volta da inflação desenfreada, lembra?”, seguia Regina, fazendo referência a Lula.

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Regina Duarte com Jane Silva, secretária da Diversidade Cultural e secretária-adjunta da Secretaria de Cultura

Em 2016, o então candidato a prefeito e hoje governador de São Paulo, João Doria, publicou foto com Regina Duarte em uma rede social. Na postagem, classificou a atriz como “amiga de uma vida inteira”.

Já em 2018, na campanha de Jair Bolsonaro, Regina participou de um ato a favor do então candidato do PSL na Avenida Paulista.Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, no período eleitoral, disse que Bolsonaro é “um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora.”