Isolamento social deixa o ar mais limpo e fortalece sistema imunológico

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Cidade de São Paulo

A quarentena instituída em função da pandemia do novo coronavírus,com a paralisação de cidades e até mesmo países inteiros causou impacto na economia ao diminuir as atividades econômicas. O distanciamento social, o isolamento e a quarentena também fazem com que menos automóveis circulem pelas ruas, o que também diminui drasticamente a poluição do ar.

Com a diminuição das emissões de substâncias poluentes na atmosfera o ar ficou mais limpo e o céu mais bonito nos grandes centros urbanos. A melhora na qualidade do ar está ajudando quem tem doenças respiratórias, garantem os especialistas em saúde.

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Veneza está com o ar e a água menos poluída

Eles afirmam que a melhora global da qualidade do ar, mesmo que momentânea, já que as emissões de NO2 devem voltar com força total quando a pandemia do COVID-19 passar, contribui para o aumento da imunidade das pessoas, principalmente daquelas que se encontram no grupo de risco.

Sara De Matteis, investigadora da Universidade de Cagliari, na Itália, e membro da Sociedade Europeia Respiratória, diz que a diminuição dos níveis de poluição do ar está sendo benéfica na luta contra esta pandemia. “Doentes com doenças respiratórias e cardíacas crônicas causadas ou agravadas pela exposição prolongada à poluição do ar são menos capazes de combater infecções pulmonares e mais propensos a morrer. Isto também se aplicará provavelmente à COVID-19”.

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Imagem revela que a poluição do ar diminuiu na Itália

“O coronavírus diminuiu a pegada de CO2 das fábricas chinesas – que pararam por conta da contaminação – em 25%. E o CO2 é o responsável por 80% da poluição que causa o aquecimento global, segundo a WWF. Nós já sabemos o que precisamos fazer pra combater a urgência climática“, disse a defensora Mares Limpos pela ONU Meio Ambiente no Instagram.

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Isolamento social deixa o ar mais limpo nos centros urbanos

Em meio a crises nos sistemas de saúde e mortes, não dá para comemorar esse cenário. Contudo, também não dá para esquecer que, por ano, no mundo, 8,8 milhões de pessoas morrem devido a complicações causadas pela poluição do ar. Populações de países asiáticos, como Índia e China, são as mais afetadas. Não coincidentemente, a China é o país que mais polui hoje no globo, seguido por Estados Unidos. Ativistas ambientais, como Fe Cortez, idealizadora do movimento “Menos 1 Lixo”, já promovem o debate e a reflexão.

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Imagem de Satélite mostra a poluição do ar na China antes e depois do Covid-19

Imagens  de satélite liberadas pela NASA mostram a quantidade de dióxido de nitrogênio liberada pela China no ar entre janeiro e fevereiro de 2019 e janeiro e fevereiro deste ano, em que o número chegou praticamente a zero. O motivo, contudo, é trágico: o surto de COVID-19 no país deixou todo ele em estado de emergência. A quarentena geral fez com que a produção industrial chinesa, uma das maiores do mundo, praticamente cessasse.

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Satélite Sentinela-5P captando imagens do nosso Planeta

Mais recentemente, o satélite Sentinela-5P, do programa Copérnico da Comissão Europeia e da Agência Espacial Europeia, mostrou que o mesmo fenômeno está acontecendo na Itália, que está enfrentando o surto de coronavírus só agora, com o país praticamente fechado, como aconteceu com a China entre janeiro e fevereiro.

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Imagem mostra que o ar está mais limpo na Europa

A maior queda das emissões de dióxido de nitrogênio acontece sobretudo no Norte italiano, onde a pandemia começou e está mais intensa. O fechamento de fábricas, que causa uma diminuição da produção industrial, é um dos principais motivos.  Imagens do satélite Sentinel-5 revelam que a poluição atmosférica diminuiu em toda a Europa durante o isolamento social adotado para combater o coronavírus.

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Camada de Ozônio está se recuperando

As novas imagens divulgadas no dia 30  pela Agência Espacial Europeia (ESA) e analisadas pela entidade sem fins lucrativos Aliança Europeia pela Saúde Pública (EPHA) mostram a densidade variável do dióxido de nitrogênio, que pode causar problemas respiratórios e câncer, como mapas de calor.

A EPHA disse que pessoas que moram em cidades poluídas podem correr mais risco de Covid-19 porque a exposição prolongada ao ar ruim pode enfraquecer o sistema imunológico, dificultando a luta contra a infecção.

“Esta conexão é muito provável”, disse Zoltan Massay-Kosubek, administrador de políticas para ar limpo da EPHA, à Reuters. “Mas como a doença é nova, isso ainda tem que ser demonstrado”.

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Avenida Faria Lima, São Paulo

Cidades como São Paulo,  Bruxelas, Frankfurt, Madri, Milão e Paris  tiveram uma redução nos níveis médios de dióxido de nitrogênio entre 5 e 25 de março na comparação com o mesmo período do ano passado.

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Em São Paulo dá para ver o horizonte

Os especialistas dizem que a queda coincide com interdições em muitos países europeus que vêm limitando o transporte rodoviário –a maior fonte de óxidos de nitrogênio– e diminuindo a produção de fábricas emissoras de gases.