Nelson Teich assume Ministério da Saúde e promete atuação unificada
O presidente Jair Bolsonaro deu posse nesta sexta-feira (17), no Palácio do Planalto, ao novo ministro da Saúde Nelson Luiz Sperle Teich, de 62 anos. Ele assume no lugar do médico Luiz Henrique Mandetta.
A cerimônia contou com a presença do vice-presidente da República Hamilton Mourão, da primeira-dama Michelle Bolsonaro, do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, do procurador-geral da República Augusto Aras e do ministro da Casa Civil General Braga Netto.
O novo ministro da Saúde é médico oncologista e empresário. Nelson é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos. Ele atuou como consultor informal na campanha eleitoral de Bolsonaro, em 2018, e foi assessor no próprio Ministério da Saúde, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020. É natural do Rio de Janeiro, formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com especialização em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Nelson Luiz Sperle Teich ressaltou o compromisso de trabalhar de forma mais unificada com os demais ministérios para a composição dos determinantes sociais da saúde, levando-se em consideração fatores sociais e econômicos, a fim de garantir o bem-estar das pessoas.

“O que é importante neste momento é a gente acionar pessoas não só da área da saúde, mas também nos ministérios que, de alguma forma, tenham relação direta com os problemas atuais da saúde e da COVID-19. Vamos entender como esses problemas interagem com a saúde. Então, vamos criar uma estratégia de abordagem de problema para que possamos melhorar a eficiência de como vamos trabalhar o momento atual e o futuro”, disse.
Durante a solenidade, Teich agradeceu ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pelo trabalho feito até então. “Vamos juntar o que já temos de informação, ampliar e detalhar mais, olhar o que está faltando e desenhar um programa para entender o que está acontecendo. Quando isso acontecer, a solução virá quase que naturalmente”.

Disse ao presidente Jair Bolsonaro que assumir o Ministério da Saúde é o maior desafio de sua vida. “Recebo essa missão e é uma honra estar aqui. Hoje começo minhas atividades e vou trabalhar muito na qualidade da informação e na interação de equipes”, destacou o novo ministro.
Ao dar boas-vindas ao novo ministro da Saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que, como chefe de estado, olha para a saúde e enxerga, também, outras situações, que também devem ter a atenção necessária. “Desejo sorte ao novo ministro, Nelson Teich, que entra em cena e o cumprimento pela sua coragem. Não é apenas ser ministro, é buscar melhorar a saúde do Brasil, que não é de hoje que tem seus problemas”, destacou o presidente da República.
Em seu discurso, o presidente lembrou que ele e Mandetta vinham divergindo sobre os caminhos para o combate à pandemia da covid-19. O ministro se alinhava às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela adoção de um isolamento social mais forte, enquanto o presidente defende a abertura do comércio como forma de evitar impactos na economia e o desemprego na população.

“Tenho certeza que o Mandetta deu o melhor de si. Aqui não tem vitoriosos nem derrotados, a história, lá na frente, vai nos julgar. Essa briga de começar a abrir o comércio é um risco que eu corro, porque se agravar vem pro meu colo”, disse Bolsonaro, acrescentando “a minha visão é um pouco diferente do ministro, que está focado no seu ministério,na vida, a minha visão tem que ser mais ampla. […] Tenho que buscar aquilo que, segundo o povo que acreditou em mim, deve ser feito”.
Bolsonaro pediu que o novo ministro busque uma alternativa para poupar vidas e ao mesmo tempo evitar o aumento do desemprego da população, em meio às medidas de restrição do comércio em todo o país por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

O médico Luiz Henrique Mandetta agradeceu a oportunidade de ter trabalhado no Ministério da Saúde e fez um balanço de ações feitas durante sua gestão de 16 meses à frente da pasta. “Encontramos um país que não tinha diálogo com a Atenção Primária. Criamos, pela primeira vez em 31 anos de SUS, a Secretaria Nacional de Atenção Primária e demos os passos para a reestruturação do SUS, com métrica de desempenho. Se saúde é investimento, todo investimento precisa ser medido para saber o seu retorno à sociedade”, enfatizou o ex-ministro da Saúde.
O ex-ministro Mandetta também falou do lançamento do “Médicos pelo Brasil” e o fortalecimento da atenção primária. Para o combate ao novo coronavírus, ele destacou as parcerias para ampliação da produção de respiradores e de oferta de testes diagnósticos.“A Fiocuz [Fundação Oswaldo Cruz] se revela mais que nunca necessária à própria soberania do país”, afirmou Mandetta se referindo à produção de kits de testes e à necessidade de lançamento de um complexo industrial para produção de vacinas.

“O século 21 vai ser dividido entre antes e após coronavírus. Todas as economias vão sofrer, a nossa vai sofrer e muito nos preocupa a segunda onda, o pós-covid. A economia será o grande desafio”, disse Mandetta. “Sabemos muito bem que fizemos o trabalho que poderíamos ter feito e continuamos à disposição da sociedade brasileira”, finalizou ele.
