Crimes e golpes virtuais aumentam na pandemia: fique atento!

Com o objetivo de alertar a população e evitar que mais pessoas caem no golpe do WhatsApp e sites falsos, a Polícia Civil do Distrito Federal produziu cartilhas de prevenção contra as quadrilhas cibernéticas. A decisão se deve ao fato dos crimes de estelionato virtual terem aumentado 347% de janeiro a junho deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a Polícia Civil os estelionatários aproveitaram este momento de pandemia com o fechamento do comércio, e com pessoas utilizando mais a internet em home Office e compras on-line, para intensificar os golpes.

Fragilizadas devido toda esta situação de medo e insegurança com o futuro, as pessoas se tornaram alvos perfeitos dos golpistas principalmente com o aplicativo de mensagens WhatsApps. O objetivo do golpe é a transferência eletrônica/pagamento de boletos ou obtenção de informações sigilosas
Os casos mais frequentes envolvem um grande número de vítimas, de diversas idades e classes, moradores de diversas regiões administrativas do Distrito Federal. Eles clonam o telefone da vítima, com a habilitação da linha em outro chip para obter o código de transferência do aplicativo. Depois utilizam a foto e nome da vítima em outra linha telefônica.
Para se precaver do golpe, a Polícia Civil recomenda desconfiar de conversas feitas por números não salvos na agenda; Não passar dados sigilosos por meio de conversa no WhatsApp; Caso precise fazer uma transferência, confirmar com o destinatário os dados por meio de outra plataforma, sem ser o WhatsApp, e checar as informações bancárias repassadas.

Para dar golpes por meio de sites os estelionatários criam sites falsos com layouts idênticos aos originais para ludibriar pessoas por meio de ofertas ou leilões falsos.
Segundo a cartilha da Polícia Civil, em sua maioria, os sites falsos são hospedados em servidores estrangeiros, que possuem terminação “.com” ou “.com/br”. A recomendação é: Checar em sites de reclamação on-line se existem protestos por serviços não prestados corretamente pelo endereço indicado; Utilizar sites de checagem (conhecidos como “who is”) para verificar a data de criação do endereço indicado. Em sua maioria, sites falsos são novos, criados recentemente.
As vítimas podem denunciar golpes de WhatsApp ou sites falsos pelo Telefone: 197 ou 3207-4892 e WhatsApp: (61) 98626-1197
O delegado-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Giancarlo Zuliani, diz que até o momento a Polícia Civil do Distrito Federal desenvolveu quatro cartilhas, que tratam dos golpes mais comuns: o do WhatsApp e um do leilão falso. Outra publicação, com informações sobre casos envolvendo sites de comércio on-line fraudulento, já está em produção e deve ser divulgada em breve.
A escolha da divulgação, por meio de WhatsApp e redes sociais, já rendeu bons frutos, como relata o delegado-chefe da DRCC: “As cartilhas já se espalharam tanto que pessoas de outros estados nos procuraram pedindo para registrar ocorrência aqui”, conta o delegado Giancarlo.

O WhatsApp é o alvo mais frequente dos crimes cibernéticos. Foi justamente devido a este caráter privado que o servidor público Henrique Ribeiro virou vítima de um golpe: um criminoso clonou o telefone de um amigo próximo, chamou-o pelo aplicativo e solicitou que Henrique lhe emprestasse a quantia de R$ 3,3 mil, sob a justificativa de que “estava tendo dificuldade para realizar um pagamento para uma pessoa”.
Passado o golpe, o amigo de Henrique entrou em contato com ele avisando que seu telefone tinha sido clonado, mas já era tarde, lamenta. Ficou o prejuízo financeiro e uma lição permanente: “Perdi um pouco daquela espontaneidade, camaradagem. Agora tenho malícia, conversei com meus filhos em relação a isso. Tirei isso de lição pro resto da vida”, diz Henrique Ribeiro.