As Janelas da Esperança energizadas pelo Sol e relíquias da natureza

As pessoas foram afetadas não só fisicamente, mas também psicologicamente, pela pandemia do novo coronavírus. A necessidade do isolamento por questões de saúde foi reforçada a partir do momento em que o nosso lar garantia segurança, conforto e acolhimento.
Ao mesmo tempo que o distanciamento social tornou-se sinônimo de segurança e as pessoas se refugiaram em suas casas, as janelas passaram a ser um meio de comunicação entre vizinhos e fonte de luz e esperança.

Nunca se passou tanto tempo dentro de casa e a quarentena nos fez enxergar a vida com os olhos do coração. Além de abrirmos as janelas para contemplar a natureza, usufruir da luz solar e sentir os aromas das flores, tivemos que abrir nosso coração para uma vivencia familiar mais harmoniosa e produtiva.

Os olhares para dentro de casa e também para fora foram ressignificados. A casa tornou-se mais que um espaço entre quatro paredes. Passou a ser o abrigo da família e local para produzir e garantir renda. Neste cenário marcado pelo home office durante meses, a brisa e o aroma da natureza,que entram pelas janelas são bálsamos para fortalecer o corpo e a mente e dar mais disposição para o trabalho e para suportar as incertezas do amanhã.

Esta crise humanitária de saúde impactou drasticamente a vida de todos uma vez que mais da metade da população mundial vive, atualmente, em cidades ou áreas densamente povoadas. O que bilhões de pessoas ao redor do mundo chamam de lar, em grandes centros urbanos, são pequenos espaços separados por tijolos, concreto e aço.

Uma situação preocupante que levou as autoridades mundiais de saúde a discutirem as condições de vida e de trabalho das pessoas. Estudos relativos à pandemia levaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a recomendar que, sempre que possível, os espaços residenciais e de trabalho devem ter ventilação natural e entrada de luz solar.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF), Daniel Mangabeira, concorda com a recomendação da OMS e diz que os mecanismos de desenho urbano precisam se adequar às questões de saúde das pessoas. “A luz do sol é higienizante, e nós, como arquitetos, precisamos nos preocupar com isso. Nós brasileiros temos mais liberdade graças ao nosso clima ameno”, diz Mangabeira.

Em Brasília, os moradores do Plano Piloto contam com os cobogós e pilotis que são representações da ode à ventilação natural e da valorização dos espaços interligados aos ambientes externos. Quem reside nestes apartamentos viu o quanto a ventilação natural e a luz do sol são fundamentais para a saúde e o bem-estar das pessoas. Em tempos de pandemia essas qualidades se tornam fundamentais.

A necessidade de adaptar os lares para o trabalho também fez com que muitos identificassem cômodos subaproveitados e locais que necessitavam de mais conforto, acessibilidade e colocação de itens para facilitar e melhorar a qualidade de vida da família. Isso exigiu a relocação do orçamento familiar e nos levou a enxergar a residência de maneira mais sensorial.


A pandemia nos ensina que temos que priorizar os aspectos funcionais e a fácil higienização da nossa residência. O lar tem que ser sinônimo de refúgio, conforto e segurança. A saúde e o bem-estar da família são prioridades, sempre.
