Dia de Nossa Senhora dos Navegantes e de Iemanjá: divindades das águas

O dia 2 de fevereiro é dedicado à Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, padroeiras dos marinheiros, pescadores e jangadeiros e protetoras das temidas tempestades e perigos do mar.
Nossa Senhora dos Navegantes é um título dado a Mãe de Jesus, Maria. A fé e a designação Nossa Senhora dos Navegantes têm início no século XV, com a navegação dos europeus, especialmente com os portugueses. As pessoas que viajavam pelo mar pediam proteção à Nossa Senhora para retornarem aos seus lares.

Sincretismo entre Nossa Senhora e Iemanjá
Para muitos estudiosos as duas são a mesma pessoa. Os diferentes nomes se deve a um conflito ocorrido no século XVIII, imposto por um choque entre as diferentes religiões dos negros trazidos da África com o catolicismo no Brasil. Dessa forma, os negros incorporaram a nova religião onde os orixás foram associados aos santos católicos.
O culto à Nossa Senhora dos Navegantes vem desde a Idade Média, quando a Virgem Mãe de Jesus possuía o título “Estrela do Mar”. Nesse período histórico das Cruzadas, ocorreu a Guerra Santa, onde os europeus enviaram tropas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso. Posteriormente; o Culto a Nossa Senhora dos Navegantes tomou fôlego no século XV, período das grandes navegações europeias, quando os navegadores espanhóis e portugueses usavam um costume característico da época das Cruzadas: os cristãos invocavam a proteção da Maria Santíssima antes de irem para o mar. Com o tempo, esse costume disseminou-se entre pescadores litorâneos, principalmente nas terras que foram colonizadas pela Espanha e Portugal. Com a disseminação e “popularização” da Nossa Senhora dos Navegantes, muitas capelas, igrejas e santuários começaram a ser criados.


Iemanjá é uma das mais populares orixás da Umbanda. E no dia 2 de fevereiro, a “Rainha do Mar” é lembrada pela fartura, força espiritual e o axé dos mares. Ela é conhecida pelos devotos por harmonizar relacionamentos, ajudar as mulheres a engravidarem e trazer riquezas e fartura aos seus filhos. Mas; nem sempre Iemanjá pôde ser cultuada livremente, e no período da escravidão no Brasil, ela foi sincretizada a figuras católicas, principalmente com Nossa Senhora dos Navegantes.
Todos os anos centenas de milhares de pessoas tomam as ruas de Salvador, Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras, para saudar Iemanjá, a “Rainha do Mar” e “Nossa Senhora dos Navegantes”. Mas hoje teve uma comemoração diferente, por conta da pandemia.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina ainda existe o sincretismo entre Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes (por isso que algumas imagens de Iemanjá são representadas por uma mulher branca, uma referência à santa católica). Já no Rio de Janeiro, Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, dentre outras denominações.
Iemanjá é uma das divindades mais cultuadas no Candomblé e na Umbanda. Considerada a mãe de quase todos os Orixás. Iemanjá também é venerada como protetora dos lares, das crianças, gestantes, e invocada na hora do parto e por todos que desejam ser felizes no casamento.
Oração à Nossa Senhora dos Navegantes

“Ó Nossa Senhora dos Navegantes, Filha de Deus, o criador de tudo; protegei-me em todas as minhas viagens. Que os ventos, tempestades, borrascas, raios e ressacas não afetem minha embarcação, que nenhum empecilho ou surpresa indesejada mude minha rota ou atrase a minha viagem. Senhora dos Navegantes, minha vida é a travessia de um mar furioso. As tentações, os fracassos e as desilusões são como as ondas furiosas desse mar, que ameaçam afundar a mim e minha embarcação no abismo do desânimo e do desespero. Virgem Maria, nas horas de perigo eu penso em vós e o medo se vai, o ânimo e uma disposição de lutar e vencer voltam para mim. Com a vossa proteção e a de vosso filho, a embarcação da minha vida há de permanecer segura. Nossa Senhora dos Navegantes, rogai por nós. Ouça minha oração. Amém!”
Prece de Proteção à Iemanjá

“Divina mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção. Oh, doce Iemanjá, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade (fazer o pedido). Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que assim seja feita a vossa vontade. Odoyá!”