Dia Mundial de Combate à Tuberculose

O dia 24 de março reforça a luta contra um mal antigo, mas ainda letal: a tuberculose. A tuberculose é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo da tuberculose ou bacilo de Koch. A data escolhida foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose reforça a importância de conscientizar a população sobre essa doença bacteriana, altamente infecciosa e que tem entre os principais sintomas a tosse marcante e persistente por mais de três semanas. Outros sintomas comuns são a febre vespertina (febre alta, comum no final do dia), sudorese, emagrecimento, cansaço, além da tosse, que pode ser seca ou com secreção. A infecção ocorre a partir da inalação de partículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial está infectada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis e em risco de desenvolver a doença. Numa época de surto de Covid-19 em todo o país, é recomendável redobrar os cuidados. Os pacientes tuberculosos estão mais propícios a serem acometidos por outras doenças, como a causada pelo coronavírus. Segundo o médico-pneumologista, Celso Rodrigues, a queda de imunidade é o principal fator.

O Dr. Rodrigues ressalta a necessidade de não se interromper o tratamento que dura cerca de seis meses. “O bacilo de Koch (causador da doença) é muito potente. Se o paciente se trata corretamente, a chance de cura é de 95 %”, afirma. “Mas a maioria deixa de tomar os medicamentos, e daí temos de retomar o tratamento de forma mais agressiva já que a bactéria se torna mais resistente”, conclui o pneumologista.
Com o objetivo de mobilizar a população e orientar sobre sintomas e tratamento, o Ministério da Saúde promove a partir de hoje a Semana de Mobilização e Luta contra a Tuberculose. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, destacou que a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública no Brasil. “Para diminuir os efeitos da pandemia da covid-19, é necessário organizar a oferta de diagnóstico e tratamentos, se atentando aos sintomas, especialmente a tosse. Além disso, é preciso garantir as estratégias de suporte social para que as pessoas tenham possibilidade de finalizar o tratamento”, declara Arnaldo Medeiros.

O Ministério da Saúde divulgou também a campanha institucional de comunicação “Não Fique na Dúvida, Fique Livre da Tuberculose”. A campanha alerta para a importância do diagnóstico precoce e tratamento da tuberculose, esclarecendo que tosse por três semanas ou mais é um dos sinais importantes da doença. O objetivo é reforçar a disponibilidade do diagnóstico e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), além de enfatizar a necessidade de seguir com o tratamento até o final para alcançar a cura.

No Distrito Federal o atendimento aos pacientes é feito por médicos da Atenção Primária. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem o tratamento indicado, que passa por uma série de exames e três tipos de medicamentos antibióticos. Estes não são encontrados em farmácias comuns.Em 2020, a Secretaria de Saúde registrou 387 casos de tuberculose no Distrito Federal. Já em 2021, foram 58 até o momento.
Lindivânia Brandão, coordenadora do programa de tuberculose da Secretaria de Saúde do DF, lembra que é uma doença que ainda mata e é altamente transmissível. “A tosse é um sinal muito importante, então é preciso procurar uma unidade de saúde se estiver tossindo por um período de três semanas. O atendimento é gratuito e fundamental para poder diagnosticar o quanto antes”.

Lindivânia informa que o GDF vem oferecendo treinamentos em parceria com o Ministério da Saúde para capacitar profissionais de saúde para o manejo da tuberculose. São cursos anuais e o último foi realizado em dezembro de 2020.
A capital do país possui ainda um Plano de Enfrentamento à Tuberculose, que reúne diretrizes norteadoras para ações de prevenção e controle da doença nas regiões de saúde. O projeto prevê ações voltadas não só para assistência, mas também um sistema de apoio e pesquisa e inovação.
“Também temos aqui os testes rápidos para a tuberculose, que são feitos usando o escarro do paciente. Ele é eficaz para facilitar o diagnóstico precoce e queremos levá-los para um número cada vez maior de unidades”, diz a coordenadora do programa de tuberculose da Secretaria de Saúde, do DF.