Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, morre aos 99 anos
O Palácio de Buckingham anunciou nesta sexta-feira, 9 de abril, que o marido da rainha Elizabeth II, o Duque de Edimburgo, morreu ‘pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor’. O príncipe Philip iria completar 100 anos em junho deste ano. A causa da morte não foi revelada.
“É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo”, disse o palácio em comunicado. O príncipe “faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor”, diz a nota. “A Família Real se une às pessoas ao redor do mundo em luto por sua perda.”
O Príncipe Philip marido da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, esteve ao lado do reinado de sua mulher por 69 anos. A pedido do príncipe britânico, seu velório será na capela de São Jorge, que fica no castelo, e ele será enterrado no local. Devido à pandemia do novo coronavírus, não será feita uma cerimônia de Estado e foi pedido ao público para não comparecer.
A família real disponibilizou um livro de condolências virtual para aqueles que querem se despedir do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª. Nas redes sociais, a realeza britânica explicou que a decisão de não deixar o livro exposto ao público foi tomada levando em consideração a pandemia do novo coronavírus. “Durante a atual situação de saúde pública, os livros de condolências não estarão disponíveis para o público assinar. A família real pede que o público considere fazer uma doação para uma instituição de caridade, em vez de deixar tributos florais em memória do Duque”, diz a publicação.
A Abadia de Westminster, o templo mais famoso e antigo de Londres, homenageará, na noite de hoje o falecido Príncipe Philip, que deixou a família real nesta manhã. Foi nesta Abadia que ele se casou com Elizabeth II, em 20 de novembro de 1947. A partir das 18h de hoje, o sino do templo soará a cada 1 minuto, 99 vezes, idade que o Duque de Edimburgo morreu.
O príncipe Philip, Duque de Edimburgo, conquistou respeito na Grã-Bretanha pelo constante e firme apoio à rainha Elizabeth. Mesmo sem ter papel constitucional ele ajudou a modernizar e dinamizar a monarquia. A maior realização do príncipe Philip foi o constante apoio à rainha nos longos anos de seu reinado.
O príncipe Philip Mountbatten nasceu em 28 de maio de 1921, na ilha de Corfu. Seu pai era o príncipe Andrew, da Grécia e da Dinamarca, filho mais jovem do rei grego George 1º. Sua mãe, a princesa Alice de Battenberg, era filha do príncipe Louis de Battenberg (que mais tarde se tornou Sir Louis Mountbatten) e bisneta da rainha Victoria da Inglaterra.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que “agradecemos como uma nação pela vida do príncipe Philip”. “O Príncipe Philip conquistou o afeto de gerações aqui no Reino Unido, em toda a comunidade britânica e em todo o mundo”. Johnson destacou a companhia do príncipe à rainha Elizabeth. “Lembramos o duque acima de tudo por seu apoio constante à Sua Majestade a Rainha, não apenas como seu consorte, ao seu lado, todos os dias de seu reinado, mas como seu marido, sua força e permanência de mais de 70 anos”. “Como o perito motorista de carruagem que era, ele ajudou a orientar a família real e a monarquia para que continuasse sendo uma instituição indiscutivelmente vital para o equilíbrio e a felicidade de nossa vida nacional”, afirmou o primeiro-ministro britânico.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou suas condolências à rainha Elizabeth II, anunciou o Kremlin. Em um telegrama, Putin escreveu que Philip “era devidamente respeitado entre o público britânico e tinha autoridade internacional”.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, classificou o príncipe Philip como um “homem de grande propósito e convicção” e “motivado por um senso de dever para com os outros”. “O príncipe Philip será lembrado como um oficial da marinha condecorado, um filantropo dedicado e uma constante na vida da rainha Elizabeth II”.
O falecimento do príncipe Philip repercutiu no mundo.
Os brasileiros tiveram a oportunidade de conhecê-lo em 1968 quando o casal da realeza britânica passou 11 dias no nosso país. Elizabeth II, rainha da Inglaterra,e o Príncipe Philip foram recebidos com todos as honrarias durante a ditadura militar. Era um importante marco na relação entre Brasil e Reino Unido.
Eles chegaram ao país por Recife, passaram um dia na cidade e foram para Salvador. Na capital baiana, conheceram lugares importantes para a cultura britânica, como a Igreja Anglicana e o Clube Inglês.
Em Brasília os soberanos ingleses participaram de eventos políticos no Itamaraty oferecido pelo pelo presidente Arthur da Costa e Silva e a primeira-dama Yolanda Barboza da Costa e Silva. Eles visitaram também o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. No Hotel Nacional, o presidente Costa e Silva ofereceu um coquetel à imprensa.
A Rainha Elizabeth II e seu marido, o príncipe Philip, também visitaram a Torre de TV, em Brasília, em 1968, acompanhados do então prefeito de Brasília Wadjô Gomide e da primeira-dama Maria Helena Gomide.
A passagem por São Paulo rendeu fotos no Monumento do Ipiranga, ao lado da Sra. Maria do Carmo de Abreu Sodré e do governador Abreu Sodré. A Rainha e o Duque de Edimburgo também participaram da inauguração do Museu de Arte de São Paulo (Masp) na Avenida Paulista. Elizabeth II, rainha da Inglaterra, no Museu do Ipiranga, em São Paulo, ao lado do Príncipe Philip e da Sra. Maria do Carmo de Abreu Sodré e do governador Abreu Sodré.
Depois dos compromissos oficiais na capital paulista, no dia 7 de novembro eles passaram um dia em uma fazenda em Campinas, visitando o Instituto Agronômico e a Fazenda Experimental Santa Eliza, entidades-patrimônio da cidade.
No Instituto Agronômico ela recebeu uma placa de ouro, viu mais de três mil orquídeas, plantas e frutos tropicais. Na Fazenda Santa Eliza houve uma explanação de Herbert Levy, o Secretário da Agricultura, sobre as culturas do Estado. De lá, foram para a Estância Santa Eudóxia, onde ficaram hospedados. O casal passeou a cavalo pela Estância Santa Eudóxia e visitou ao Posto de Monta do Jóquei Clube.
A soberana dos ingleses, acompanhada do Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, seguiu seu destino ao Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa a realeza britânica desfilou em carro aberto pela Avenida Atlântica e assistiram a um jogo no Maracanã, entre as seleções de Rio de Janeiro e São Paulo. Na ocasião o casal entregou uma taça simbólica para o Rei do futebol brasileiro, Pelé.
A Rainha Elizabeth II e o príncipe Philip, também participaram do lançamento da pedra fundamental da Ponte Rio-Niterói, uma das obras importantes para o regime militar. Na época, quem recebeu e acompanhou o casal durante toda a viagem foi o então presidente Arthur da Costa e Silva.
Depois do Brasil, eles continuaram a viagem pela América do Sul em direção ao Chile.
Fotos: Arquivo Histórico do Itamaraty, Arquivo Público do Distrito Federal, Estadão Conteúdo/Arquivo, AP/Arquivo, Steve Parsons/PA Wire/Pool via Reuters, Alastair Grant/Pool via AP, Leon NEAL / AFP e Ralph Heimans/Buckingham Palace/PA Wire via Getty Images.
