Rebeca: a menina que sorri com os olhos é ouro e grava seu nome nas Olimpíadas

Rebeca Andrade conquista ouro inédito para o Brasil na ginástica artística feminina nas Olimpíadas, durante competição do salto, neste domingo, 01 de agosto. O Brasil inteiro vibrou com o triunfo de Rebeca que entra para a história da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Rebeca coloca o Brasil no lugar mais alto do pódio.
Ela é a única brasileira a conquistar duas medalhas em uma mesma olimpíada. Rebeca teve média de 15,083 pontos na disputa, a única entre as competidoras a conseguir ficar acima de 15,000. A americana Mykayla Skinner conquistou a prata (14,916). O bronze ficou com a sul-coreana Seojeong Yeo (14,733).

Rebeca é talentosa, consciente, segura, resiliente, grata ao apoio incondicional da mãe e agradecida ao treinador. Um orgulho para o Brasil e inspiração para todas gerações. Obrigada Rebeca pela alegria que você nos proporcionou neste primeiro dia do mês de agosto.
Como Rebeca já havia conquistado no dia 27 de julho a medalha de prata no individual geral, agora entra para a história como a única mulher brasileira a conquistar duas medalhas em uma mesma olimpíada.

A conquista da primeira medalha da ginástica artística em uma olimpíada emocionou a ex-ginasta Daiane dos Santos. “Durante muito tempo, as pessoas disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes. E a gente vê hoje, a primeira medalha [da ginástica olímpica feminina brasileira] é de uma menina negra. Tem uma representatividade muito grande atrás de tudo isso”, disse em lágrimas a ex-ginasta Daiane dos Santos, a primeira medalhista do Brasil em Mundiais da ginástica.
Rosa Santos, mãe da medalhista olímpica, disse que o coração estava a mil e que teve a sabedoria e a mente aberta para deixar Rebeca seguir seus sonhos. Rosa é mãe de sete filhos e trabalhava como empregada doméstica em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ela deu o seu melhor para criar os filhos e apoiou o talento da Rebeca desde cedo.

“Muitos me criticaram na época, porque logo aos 9 anos ela [Rebeca] foi morar fora, foi se dedicar aos treinos”, disse a mãe, em entrevista. “Diziam ‘você é doida de deixar sua filha ir embora’. Mas eu tive a sabedoria e a mente aberta para deixá-la seguir seus sonhos. Eu deixei que ela voasse atrás de um objetivo. Deixando também claro que se não desse certo, as portas de casa sempre estariam abertas para ela. Hoje eu vejo que agi certo, por ter ouvido o meu coração”, diz a mãe orgulhosa.
Com mais incentivos aos nossos atletas podemos ter mais Rebecas disputando medalhas. O esporte salva, cura e fortalece. Minha admiração e agradecimento a rainha Rebeca Andrade.
Fotos: Reprodução