Brasil ultrapassa 600 mil vidas perdidas para a Covid-19

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O Brasil superou hoje a triste marca de 600 mil mortes por covid-19 às 14h24 desta sexta-feira, dia 08 de outubro, deixando um rastro de 16 meses de uma crise sanitária, econômica e política sem precedentes. Para as famílias, restou a saudade e muita dor. Impossível não se solidarizar com quem perdeu amores na pandemia.


Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, uma parceria inédita entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, que desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa reúnem informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal sobre as vidas perdidas para a Covid-19.


Com 600.077 óbitos o Brasil se torna o segundo país do mundo a superar a marca de 600 mil mortes confirmadas por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. A triste marca é atingida em um momento de arrefecimento da doença diante do avanço da vacinação, apesar do temor pela propagação da variante delta, considerada mais transmissível.


O país também mantém a marca de ser o que mais registrou vítimas da pandemia em 2021 no mundo: já foram 405 mil mortes por Covid-19 neste ano, mais do que Estados Unidos e Índia e quase o mesmo que todos os 27 países da União Europeia somados.

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Brasil ultrapassa a trágica marca de 600 mil mortes por Covid-19


O crescimento do número de vacinados, a queda nas internações, a sensação equivocada de que o pior momento da pandemia da Covid-19 “ já passou” não foram suficientes para frearmos a realidade que o país vivencia em relação a pandemia. O Brasil ultrapassa a triste marca de 600 mil mortes por Covid -19 e uma média de 500 óbitos diários, foi destaque nos portais noticiosos e a imprensa nacional. A Agência Aids também repercutiu o fato com ativistas que vivem e trabalham em diferentes locais do país.


A primeira morte por Covid-19 ocorreu em 12 de março de 2020 e em abril deste ano, o Brasil teve seu pior momento ultrapassando a média de 3 mil mortos por dia.


Cronograma de mortes por Covid-19


1ª morte: 12/3/2020
100 mil mortes: 8/8/2020 (149 dias depois)
200 mil mortes: 7/1/2021 (152 dias)
300 mil mortes: 24/3/2021 (76 dias)
400 mil mortes: 29/4/2021 (36 dias)
500 mil mortes: 19/6/2021 (51 dias)
600 mil mortes: 8/10/2021 (111 dias)


A ONG Rio de Paz na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, colocou 600 lenços brancos em memória às vidas perdidas para a Covid-19.

O viés de baixa da média móvel, apesar da trágica marca de 600 mil vidas perdidas e de ainda persistir uma média diária alta, é referendado pela análise da evolução de mortes ao longo da pandemia.

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ONG Rio da Paz realiza ato em memória as 600 mil vidas perdidas para a Covid-19


O Brasil havia atingido 500 mil mortes por covid-19 em 19 de junho, há 111 dias. Na ocasião, o país chegou a marca apenas 50 dias depois de registrar 400 mil. Os números colhidos desde o início da pandemia mostram ainda que o Brasil demorou 144 dias desde o primeiro óbito registrado em março de 2020 para chegar aos 100 mil mortos, depois 152 até as 200 mil vítimas, em 7 de janeiro deste ano. Após isso, o intervalo foi diminuindo. Foram 76 dias até as 300 mil mortes e apenas 36 para contabilizar mais 100 mil e atingir os 400 mil.


A marca é atingida em um momento em que estados e cidades brasileiras flexibilizam medidas de distanciamento social, com a volta de eventos e liberação quase integral de atividades econômicas. Especialistas, porém, alertam que não é hora de relaxar e recomendam a continuidade de medidas como o uso de máscaras e controle de aglomerações.


Até o momento, o Brasil tem conseguido se livrar da mesma explosão de casos provocada pela delta em outros países e, atualmente, não figura sequer entre os cinco lugares do mundo com mais casos por dia. O cenário de viés positivo se explica, de acordo com especialistas, por uma conjunção de fatores, em especial a elevada imunidade temporária de parte da população em decorrência do enorme surto provocado pela variante gama e o avanço da campanha de vacinação justamente no período de disseminação da variante delta.


Quando chegou ao Brasil em maio, a variante delta foi motivo de grande preocupação depois de ter causado aumentos expressivos de casos mesmo em países que estavam com a vacinação mais avançada do que o Brasil, como Estados Unidos e Reino Unido.


Segundo o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, o resultado de problemas que tivemos antes deram para a delta uma característica diferente no Brasil do que ela foi capaz de fazer em outros lugares.”O custo enorme de vidas que tivemos com a gama resultou em uma parcela da população com uma imunidade parcial quando a delta se espalhou, e o atraso inicial na vacinação, que só ganhou escala ao redor do fim do primeiro semestre, significa que a população estava com uma imunidade alta também pelas vacinas quando a delta se espalhou”, explicou.

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Brasil ultrapassa 600 mil vidas perdidas para a Covid-19 em 08 de outubro de 2021

Especialistas atribuem a melhora do cenário à vacinação. É importante que todo mundo tenha consciência que não adianta eu, meu núcleo familiar, minha cidade ou meu país estarmos protegidos, a vacina tem ser chegar a todos. A a vacina é um pacto coletivo essencial para vislumbrar um mundo sem essa pandemia.


O Brasil já tem 69% da população vacinada com ao menos uma dose e 45%, totalmente imunizada. Além disso: todos os estados e o DF estão com mais da metade da população parcialmente imunizada e três deles –Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo– têm mais de 50% de sua população com o esquema vacinal completo.

Por mais que números menores de mortes possam dar alento para retornarmos para a normalidade e pensar em encontrar a família e os amigos, os especialistas alertam que ainda é muito cedo para começar a dispensar cuidados contra a Covid, como o uso de máscaras, álcool gel e o distanciamento social.


A situação é melhor do que em outros tempos, mas não se pode abusar. O vírus e as variantes continuam em circulação e, dessa maneira, pessoas suscetíveis, que ainda não estejam totalmente protegidas, podem ser infectadas. Com a vida todo cuidado é pouco.


Fotos: Reprodução/Facebook/ONG Rio de Paz