Dia da Consciência Negra: reflexão e luta por uma sociedade livre de toda forma de opressão

“O Brasil tem seu corpo na América e sua alma na África”, esta afirmação do padre jesuíta Antônio Vieira sintetiza a formação do povo brasileiro. Uma formação que, infelizmente, foi assentada sobre a escravidão, um dos capítulos mais cruéis da história humana.
O Dia da Consciência Negra não é só para lembrar a chaga da escravidão mas para reafirmar a resistência e a necessidade de enfrentar e vencer todos os dias o racismo e a todas formas de discriminações raciais e a intolerância. Este dia é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
O 20 de novembro foi escolhido por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi é considerado um dos maiores líderes da história brasileira, mas, principalmente, como representante da resistência negra contra a escravidão. Além de ter lutado contra as violências sofridas pela população escravizada, lutou pela liberdade religiosa e cultural de seu povo.

A consciência negra nos permite resgatar e valorizar a cultura afrodescendente, bem como tomar consciência dos problemas causados pelo racismo.
Em Brasília e outras cidades brasileiras aconteceram atos antirracistas, aumento da fome no Brasil e a disparada na inflação.Os atos foram organizados pelos movimentos sociais e estudantis, organizações sindicais e partidos políticos.
Aqui na capital o grupo se reuniu em frente à Biblioteca Nacional, por volta das 15h, com cartazes com dizeres como “Vidas negras importam” e “reparação já”. Os participantes também fizeram apresentações culturais, com música e dança.
Na capital paulista, manifestantes se reúnem nesta tarde, na Avenida Paulista, para realizarem a 18ª Marcha do Dia da Consciência Negra.
O Rio teve manifestações no monumento Zumbi dos Palmares, no Centro, que recebeu uma série de atividades para celebrar a data. Houve dança, capoeira, atrações gastronômicas e conta ainda com o Grupo de Maracatu Nação, formado por mulheres.
Em Belo Horizonte, o ato aconteceu na Praça da Liberdade. Movimentos sociais que lutam pela igualdade de gênero e contra o racismo participavam do protesto.
Em Goiânia, os manifestantes se concentraram na Praça Universitária, caminharam pela Rua 10, desceram a Avenida Anhanguera e terminaram na Praça do Bandeirante. O grupo protestou contra o racismo no país a inflação dos alimentos e a volta do Brasil ao Mapa da Fome.
Em Fortaleza os participantes saíram do Passeio Público, no Centro da capital, e caminharam até a Praça dos Leões. Eles exibiram faixas com os dizerem “vidas negras importam” e protestaram contra o preconceito racial, o aumento da fome e da violência contra as mulheres.
Integrantes de movimentos sociais e de coletivos de pessoas negras do estado de Pernambuco se reuniram no Pátio do Carmo, na área central do Recife, Para protestar contra o racismo e a desigualdade social, que atinge principalmente as pessoas negras, os participantes do ato saíram em caminhada pelas ruas da capital pernambucana.

Belém e a cidade de Altamira tiveram atos neste sábado contra o racismo, a fome, a reforma administrativa do governo federal. Eles também defenderam a política de cotas raciais. Em Altamira, os manifestantes também protestaram pelo fim da discriminação de gênero e da violência contra as mulheres.
Manifestantes de vários municípios de Alagoas subiram a Serra da Barriga, em União dos Palmares – histórico Quilombo dos Palmares -, neste Dia da Consciência Negra, para protestar contra o racismo e a violência contra as mulheres.
Em Florianópolis e Joinville, famílias, movimentos sociais e representantes de partidos políticos pediram moradia digna para todos, o fim da morte das populações negras. Em Blumenau e Chapecó os manifestantes também protestaram contra a privatização dos correios.

Podemos ser negros ou brancos, de religiões e crenças diferentes todos merecem respeito e oportunidades. Somos todos iguais por dentro, e filhos deste Universo.
Fotos: Anna Reis/TV Globo, do Carneiro/Pernambuco Press e reprodução