Senado aprova homenagem a Santa Dulce dos Pobres

A Comissão de Educação do Senado aprovou um projeto que cria um feriado para celebrar Santa Dulce dos Pobres. De acordo com o projeto do senador baiano Ângelo Coronel (PSD), o novo feriado nacional seria no dia 13 de março. O projeto, aprovado na última quinta-feira (18), segue para análise na Câmara de Deputados. A data escolhida para o feriado é o dia da morte de Irmã Dulce, que morreu em 1992, em Salvador.
A vida da santa baiana têm vários fatos marcantes com relação com o número 13, incluindo a data em que é celebrada a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, em 13 de agosto. O relator do projeto no Senado foi o senador Flávio Arns (Podemos-PR).
Em setembro de 2019, o governo da Bahia já havia decretado 13 de outubro como Dia de Irmã Dulce no estado, porém a data não é um feriado. Já a Igreja Católica celebra a Santa Dulce em 13 de agosto, dia em que ela se tornou freira.

Em 13 de outubro de 2019, Irmã Dulce foi canonizada pelo Papa Francisco no Vaticano e tornou-se a Santa Dulce dos Pobres. Uma das religiosas mais populares do Brasil devido ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados, ela é conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”.
Sete dias após Irmã Dulce tornar-se santa, foi a vez da festa ser realizada em Salvador. Em 20 de outubro de 2019, milhares de fiéis se reuniram na Arena Fonte Nova para a primeira missa dedicada à santa no Brasil.
O Vaticano considera Santa Dulce a primeira santa brasileira. Apesar de outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país terem sido canonizadas anteriormente, Dulce foi a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos pela Igreja Católica.

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes perdeu sua mãe, Dulce Maria, de 26 anos, quando tinha apenas 7 anos de idade. Nos momentos de angústia e desespero ela recorria a Santo Antônio. A imagem de Santo Antônio do século XIX, pertencia ao seu avô, o advogado Manoel Lopes Pontes, diante da qual ela costumava fazer seus pedidos e orações.
A fé, o amor pelo próximo e a prática da caridade fizeram parte da vida de Irmã Dulce desde a infância. Conta-se que, aos 13 anos, a menina começou a acolher em sua casa mendigos e doentes e transformou a sua residência em um centro de atendimento. Muitos se aglomeravam na porta da casa para receber a ajuda da pequena e, por este motivo, o local ficou conhecido como “A Portaria de São Francisco”.
Antes de ingressar na vida religiosa, Irmã Dulce se formou professora pela Escola Normal da Bahia, em 9 de dezembro de 1932. Em 1933 entrou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e ao receber o seu hábito, adotou o nome Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe. Sua primeira missão como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação.

Nos últimos 30 anos de sua vida, o Anjo Bom da Bahia, como era chamada, viveu com 70% da capacidade respiratório comprometida. Entretanto, isso não impediu que ela construísse e mantivesse uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país, uma verdadeira obra de amor aos pobres e doentes.
As obras da Irmã Dulce receberam diversos apoios e reconhecimentos. Tanto que, em 1988, a religiosa foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo então presidente do Brasil, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia.
Fotos: Divulgação e Reprodução