Aurora boreal: um dos mais espetaculares fenômenos da natureza

A aurora boreal é um fenômeno natural óptico espetacular que alegra os olhos e pinta a alma. Nas cores verdes, azuis e violetas, risca caminhos e desenha movimentos indecifráveis no céu.
A aurora boreal traz consigo diversos elementos da cultura nórdica, por ser um acontecimento comum em países como Noruega, Suécia e Islândia. Estes detalhes incríveis por trás das luzes, tem explicação.

- O fenômeno foi batizado em 1619 pelo astrônomo Galileu Galileu, que fez referência a Aurora, deusa romana do amanhecer, e a seu filho Bóreas, responsável por trazer os ventos do norte.
- No entanto, antes que a ciência desvendasse sua origem, a aurora celeste figurou entre histórias mitológicas e faz parte de crenças até hoje.
- As auroras boreais já eram retratadas por humanos que viveram há pelo menos 3,5 mil anos. Há pinturas em cavernas que estão ligadas aos povos Cro-Magnon, que faziam parte dos Homo Sapiens mais antigos já registrados.

- Existiram ao longo da história inúmeras lendas mitológicas sobre auroras boreais. A população indígena Sami, que vive no norte da Noruega, da Suécia e da Finlândia, acreditava que as auroras emanavam das almas de ancestrais mortos.
- O fenômeno aparece também em vários filmes e séries da atualidade. No seriado “His Dark Materials”, da HBO, por exemplo, em uma aurora boreal é possível ver outros universos. Numa cena da primeira temporada, uma cidade pode ser vista entre as cores do fenômeno.

- Na Finlândia, existe a lenda de que uma raposa de fogo criou a aurora com faíscas a partir de seu rabo.Em finlandês, inclusive, o nome dado ao cenário é “Revontulet”, que seria traduzido como fogo de raposa.
- Os vikings nórdicos, por exemplo, acreditavam que as cortinas brilhantes eram uma ponte entre os deuses e a Terra. Já os povos indígenas norte-americanos Mandan e Makah veem o fenômeno como fogueiras criadas por nativos distantes.

A Nasa já fez repetidas missões com o objetivo de desvendar as formações de auroras boreais. As naves são enviadas à atmosfera para coletar informações de dentro do fenômeno, o que cria possibilidades de registros fotográficos impressionantes.
Em 2019, por exemplo, a missão Azure (Auroral Zone Upwelling Rocket Experiment) foi realizada na Noruega e contou com uma dupla de foguetes munida com pó colorido. Uma vez no ar, o par de veículos explodiu e deixou um rastro de poeira, que permitia observar o caminho percorrido em meio a uma aurora de coloração verde.

A agência espacial norte-americana afirma que outros planetas são perfeitamente capazes de ter auroras; bastaria haver atmosfera e um campo magnético. O fenômeno já foi constatado por cientistas em Júpiter e Saturno.
Auroras ocorrem nos extremos norte e sul

Os melhores lugares para apreciar uma aurora boreal vão do Alasca à Islândia, passando pelo Canadá, Groenlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e até alguns pontos mais ao norte dos Estados Unidos.
Também é possível ver auroras do extremo oposto do planeta, no polo sul, onde elas são conhecidas como auroras austrais.
Auroras boreais são “feitas” de Sol

Apesar de serem vistas à noite, as auroras boreais só existem graças ao Sol. Além do calor e da luz, a estrela envia muita energia e diversas partículas até a Terra, que é protegida delas pelo seu campo magnético.
Algumas, porém, escapam durante tempestades solares e são atraídas às extremidades terrestres – é por isso que a aurora só pode ser vista nos polos norte e sul do planeta. Esse vento solar carrega um gás eletrizado que, ao entrar em contato com átomos e moléculas de outros gases presentes na atmosfera superior da Terra, pode causar uma interação capaz de liberar energia a partir de uma explosão luminosa.
O que vemos no céu, portanto, são milhões de colisões individuais que seguem as linhas do campo magnético da Terra.

Formatos únicos e diversos

Auroras Boreais tem formato único porque ocorrem de maneiras diferentes.Tudo depende do local onde as partículas energizadas do Sol atingiram a magnetosfera, o que pode gerar auroras em camadas, arcos, cortinas, coroas ou fragmentadas.
Noite certa, horário certo e muita paciência

Conhecida como “Dama da Noite”, é preciso ter paciência para ver uma aurora. Especialistas e “caçadores de auroras boreais” dizem que os melhores meses para observá-la são março, abril, setembro e outubro, quando acontecem, respectivamente, a primavera e o outono no hemisfério norte.
Uma dica importante é escolher noites frias, quando o céu tende a ser mais claro. O horário ideal varia entre 18h e 1h, mas as chances são mais altas por volta das 22h.
Por que as cores da Aurora Boreal variam?

De acordo com a Nasa as cores das auroras variam conforme o tipo e a localização da interação entre as partículas. Quando o gás terrestre da colisão é o oxigênio, são emitidas luzes verdes e vermelhas, enquanto o nitrogênio é responsável pelos brilhos azuis e roxos.
As luzes vermelhas e verdes significam que a colisão com as partículas solares aconteceu com o oxigênio da atmosfera.
É mais fácil observar auroras com câmeras

A luz avermelhada que compõe as auroras está quase no limite do que os olhos humanos conseguem enxergar. O melhor jeito de observá-las é usando câmeras. Não apenas o vermelho, mas também o violeta, o verde e todas as outras cores podem ser vistas com mais qualidade por lentes fotográficas. Fotos feitas com maior exposição à luz permitem que mais elétrons – e a luminosidade emitida por eles – cheguem à câmera.


Fotos: Nasa e Damon Beckford / Bored Panda / Divulgação