Alunos da rede pública do DF criam robôs com habilidades humanas

Desde a época em que a palavra robô foi usada pela primeira vez, na década de 1920, o sistema automatizado se tornou um campo de conhecimento que floresceu entre inventores, matemáticos, cientistas e engenheiros. Para os jovens da rede pública de ensino, a robótica funciona como ferramenta educativa, melhora o desenvolvimento cognitivo e o processo de aquisição do que é ensinado em sala de aula.
Sabendo disso o professor Francenylson Luiz Dantas idealizou o projeto de robótica para os alunos dos Centros de Ensino Fundamental (CEF) 405 e 113, do Recanto das Emas. “É um processo de aprendizagem e também de poder incentivar os nossos estudantes a pensarem de forma criativa, prática, empreendedora e eficiente, a fim de resolver os problemas estudados em sala de aula”.
Com a orientação do professor os alunos já desenvolveram robôs para aplicação na vida real como hortas inteligentes, humanoides e braços robóticos com diversas habilidades humanas.
O mais recente humanoide, como é chamado, possui habilidade de fala e recebe o comando por meio de um controle que os próprios estudantes produziram em sala de aula.

Francenylson Luiz Dantas conta que ao praticarem atividades de montagem de robôs e sistemas automatizados, os mais de 100 estudantes que passam pela oficina não desenvolvem apenas aptidões no campo das ciências exatas, mas também estimulam habilidades de relacionamento e emocionais, como empatia, trabalho em grupo, comprometimento e liderança.
“É muito legal fazer parte desse projeto e poder contar futuramente que ajudei e fiz parte do início das criações desses humanoides”, diz Letícia Alves. 13 anos, aluna do CEF 405, de Recanto das Emas. “Nós acabamos descobrindo habilidades e talentos que nem sabíamos que tínhamos”, afirma a estudante.
O professor Francenylson está compartilhando seus conhecimentos com outros professores da Regional de Ensino do Recanto das Emas. Durante as atividades desenvolvidas nas oficinas das escolas, estudantes aprimoram o trabalho em grupo.
“Com a montagem desses equipamentos, nós conseguimos trabalhar diversas matérias – como física, matemática, ciências – e até mesmo incentivar aqueles estudantes de ensino médio que pretendem fazer engenharia civil futuramente”, explica o professor Francenylson Luiz Dantas.
Os alunos dos CEFs 405 e 113, em março deste ano, representaram a rede pública na quarta edição da Campus Party, uma das maiores feiras de tecnologia do país não só para as crianças e adolescentes, mas também para os professores.
“Colocar os alunos do Recanto das Emas como protagonistas na Campus Party é um sentimento indescritível. Apesar da dificuldade que foi para chegar até aqui, é um sonho que está se realizando todos os dias”, conta Francenylson.
A atividade recebe todo apoio, explica a coordenadora regional de ensino do Recanto das Emas, Mariana Ayres. “Damos todo o incentivo pedagógico e também financeiro”, diz a coordenadora regional de ensino do Recanto das Emas, Mariana Ayres. “Quando recebemos os recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira, sempre separamos uma quantia para ajudar, e também procuramos recursos parlamentares para auxiliar o projeto de robótica.”
Fotos: Álvaro Henrique/SEE