São Gregório Magno: Papa e Doutor da Igreja que deixou lições que modificam vidas

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Papa Gregório Magno: o Doutor da Igreja que introduziu o “Pai Nosso” e o canto gregoriano”, nas Missas


Neste sábado 3 de Setembro é dia de celebrar São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja Católica, que por meio de sua história de vida nos ensina a servir os outros.


Seu pontificado destacou-se por muitas novidades: instituiu a observância do celibato, a introdução do Pai-Nosso na missa e o famoso “canto gregoriano”. Foi muito amado pelo povo simples, por causa de sua extrema humildade, caridade e piedade.


Papa Gregório levou uma vida de monge, exercendo um apostolado de muito trabalho, disciplina, moralidade e respeito às tradições da doutrina cristã. No comando da Igreja, orientou a conversão dos ingleses, protegeu os judeus da Itália contra a perseguição dos hereges e tomou todas as atitudes necessárias para que o Cristianismo fosse respeitado.


Lições do Papa Gregório Magno

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Papa Gregório Magno: exemplo de humildade, sabedoria e fé


“Diante dos homens é virtude suportar os inimigos, mas diante de Deus a virtude é amá-los”.


“Tudo o que se passa neste mundo seja considerado como acessório. Que o olhar do nosso espírito se volte para frente, fixando-nos firmemente nos bens futuros que esperamos alcançar”.


“Tu que estás ferido, reconhece o teu Médico dentro de ti e mostra-Lhe as chagas dos teus pecados. Que Ele ouça os gemidos do teu coração, Ele que conhece todos os pensamentos secretos”.


“Usemos as coisas temporais, mas desejemos as eternas. As coisas temporais sejam simples ajuda para a caminhada, mas as eternas, o termo do vosso peregrinar”.


“Nada na natureza das coisas materiais é mais duradouro do que o céu e a terra e nada aqui na terra passa mais depressa que uma palavra pronunciada”.


“Muitos ensinam o que adquiriram com o estudo, não com a conduta, e assim o que pregam com a palavra destroem com o seu modo de vida”.


“Assim como da pedra fria, talhada pelo martelo saltam faíscas, da palavra divina, por inspiração do Espírito Santo, brota fogo!”


“A Bíblia é um espelho que reflete a nossa mente. Nela vemos nossa face interior. Das escrituras aprendemos nossas belezas e deformidades espirituais. E ali também descobrimos o progresso que estamos fazendo, e quão longe estamos da perfeição.”


“Ignorar as escrituras é ignorar o próprio Cristo”.


“Os que aqui na terra são aflingidos por causa da verdade, lá no Céu serão saciados com a verdadeira doçura”.


“Todos os Santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência”.


“O pastor de almas “deve estar perto de cada um com a linguagem da compaixão e da compreensão, deve, de modo singular, ser capaz de elevar-se sobre todos os outros pela oração e a contemplação”.


“Os bispos são os olhos do povo. Se os que governam o povo não têm luz, os que lhes estão submetidos só podem cair em confusão e erro”.


“Nas construções, uma pedra está agarrada a outra, se não fosse assim, a construção cairia. Assim deve ser entre nós: devemos viver unidos uns aos outros, em família e na sociedade”.


“O caminho é estreito e difícil para aquele que caminha por ele com pena de si e tristeza; porém é largo e fácil para aquele que caminha com amor”.

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São Gregório Magno: Papa e Doutor da Igreja que deixou ensinamentos como humildade e caridade

Gregório nasceu em Roma, no ano 540, em uma família patrícia, conhecida como Anici, de grande fé cristã, que prestou muitos serviços à Sé Apostólica. Seus pais, Gordiano e Silvia – que a Igreja venera como santa em 3 de novembro – transmitiram-lhes nobres valores evangélicos, mediante seu grande exemplo.


Após seus estudos de Direito, Gregório empreendeu a carreira política e ocupou o cargo de Prefeito da cidade do Roma. Esta experiência o amadureceu e o levou a ter uma maior visão da cidade, as suas problemáticas e um profundo senso da ordem e da disciplina. Alguns anos depois, atraído pela vida monacal, decidiu retirar-se da política, deu seus bens aos pobres e fez da sua vila paterna, no bairro do Celio, um mosteiro dedicado a Santo André. Ali, dedicou-se à oração, ao recolhimento e ao estudo da Sagrada Escritura.


De monge a Papa

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Papa Gregório Magno: o Doutor da Igreja que acabou com a pandemia da peste no ano 590 na Itália


O Papa Pelágio II nomeou Gregório diácono e o enviou a Constantinopla como seu Representante Apostólico, onde permaneceu seis anos. Além de desempenhar as funções diplomáticas, que o Pontífice lhe havia confiado, continuou a viver como monge com outros religiosos.


Convocado novamente a Roma, voltou ao Celio. Com a morte do Papa Pelágio II, no ano 590, foi eleito seu Sucessor. Gregório teve que enfrentar um período difícil: corrupção dos Lombardos; abundantes chuvas e inundações, que provocaram numerosas vítimas e grandes prejuízos; a escassez atingiu diversas regiões da Itália; a epidemia da peste, que continuava a causar vítimas.


Então, Gregório exortou os fiéis a fazer penitência e rezar e a tomar parte de uma solene procissão penitencial, de três dias, à Basílica de Santa Maria Maior. Narra-se que, ao atravessarem a ponte, que liga a área do Vaticano, no centro da cidade, – hoje chamada Ponte Santo Anjo – Gregório e a multidão tiveram a visão do arcanjo Miguel sobre a “Mole Adriana”, que foi interpretada como sinal celeste, que anunciava o fim da epidemia.


“Servus servorum Dei”

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Papa Gregório Magno: exemplo de humildade, piedade e caridade


O Papa Gregório I reformou ainda a celebração da Missa, tornando-a mais simples; promoveu o canto litúrgico, que recebeu o nome de gregoriano, e escreveu diversas obras. Seu epistolário conta mais de 880 cartas e muitas homilias. Algumas de suas obras famosas: “Magna Moralia in Iob” (comentário moral sobre o livro de Jó), onde afirma que o ideal moral consiste em uma harmoniosa integração entre palavra e ação, pensamento e compromisso, oração e dedicação aos próprios deveres; “Regula Pastoralis”, que traça a figura de um Bispo ideal, insistindo sobre o dever do pastor de reconhecer, todos os dias, a sua miséria, e, por fim, dedica o último capítulo ao tema da humildade.


Para demonstrar que a santidade é sempre possível, Gregório redigiu o livro intitulado Diálogos, um texto hagiográfico, onde cita exemplos, deixados por homens e mulheres, canonizados ou não, acompanhados de reflexões teológicas e místicas. Muito conhecido é seu “segundo livro” sobre São Bento de Núrsia.


Poder-se-ia dizer que Gregório tenha sido o primeiro Papa a utilizar o poder temporal da Igreja, sem deixar de lado o aspecto espiritual do seu ofício. No entanto, permaneceu sempre um homem simples, tanto que, nas suas Cartas oficiais, se define “Servus servorum Dei” (“Servo dos servos de Deus”), um apelativo que os Pontífices mantiveram no tempo.


São Gregório Magno morreu em 12 de março de 604 e foi sepultado na Basílica de São Pedro. Até hoje suas lições de humildade e sabedoria modificam vidas.

Oração


“Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Gregório Magno governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”


Fotos: Reprodução