Cantor Marcelo Sena, da Banda Coisa Nossa, perde a vida para o câncer aos 58 anos

É com pesar que registro o falecimento do brasiliense Marcelo Sena, vocalista da Banda Coisa Nossa, aos 58 anos, vítima de câncer de próstata. O cantor nascido e criado em Brasília lutava contra a doença desde 2018 e faleceu no domingo à noite na capital federal.
“É com profundo pesar que comunicamos a todos os amigos e fãs a perda do nosso amado”, diz nota publicada nos stories do Instagram oficial do grupo e na página pessoal de Marcelo.
O câncer de Marcelo teve metástase e se espalhou pelos ossos. Em 2022, ele fez o terceiro tratamento contra a doença e, sem sucesso, entrou em cuidados paliativos. Não desanimou e continuou mais uma batalha contra o câncer agressivo. Infelizmente veio a óbito.


Em entrevistas o cantor disse que pesquisou muito sobre o câncer. “Conheci uma terapia chamada ‘Terapia de Jerson’, era natural. Fiz esse tratamento junto à quimioterapia e isso me salvou. Eu me renovei no âmbito espiritual, físico, alimentar”.
“Eu trabalhei muito o bem-estar, fiz dança de salão todas as noites com a minha esposa. Trabalhei a reeducação alimentar e mantive minha imunidade sempre alta”, dizia Marcelo Sena. Ainda que celebrasse melhoras no quadro de saúde, Sena dizia: “Me sinto em remissão, não que estou curado”.
O cantou sempre demonstrava sua paixão por Brasília e pela música. “Brasília, para mim, é minha. Sinto como se a minha casa fosse a Vila Planalto e o DF todo fosse o meu quintal”. Marcelo Sena via o samba e “os seus dissidentes” como a raiz da música popular brasileira.
Marcelo Sena, ficou conhecido como Marcelo Coisa Nossa, por causa da banda que ajudou a fundar, nos anos 1980. Ele fazia parte da cena cultural de Brasília e, com o grupo Coisa Nossa levou a alegria do samba para todos os brasilienses. O artista era referência para novas gerações de sambistas, dividia seus conhecimentos e reunia muitos talentos em volta de si.
“Fomos, despretensiosamente, conquistando espaço na capital do rock, justo naquela época (de fins dos anos de 1970)”. As músicas autorais brotaram antes mesmo do circuito de apresentações em bares e botequins na W3 Sul. Ainda “menor de idade”, o vocalista se apresentou no Festival Fico (do Colégio Objetivo), numa expressão de samba que prenunciava a passagem pela percussão da Acadêmicos da Asa Norte, ainda jovem; o desfilar na escola de samba Turma do Barril e o reconhecimento com a projeção alcançada em posterior (e fundamental) projeto na Aruc.

Artistas, fãs e personalidades políticas lamentaram a morte de Marcelo nas redes sociais. Várias homenagens destacaram a importância do professor para a música local. Adriana Samartini compartilhou uma foto com o cantor e escreveu: “Você lutou bravamente, chegou a hora de descansar. Esteja com Deus, querido. Aos familiares, amigos e à banda Coisa Nossa meus mais sinceros sentimentos”.
Diego Pedigree, do Grupo Benza Deus compartilhou fotos com Marcelo Sena. “Meus eterno professor! Que dor estou sentindo, meu mestre! Sempre vou lembrar do senhor com alegria e muita beleza. Descanse em paz! Que o nosso Senhor Jesus Cristo te receba e te abrace para todo o sempre. Obrigada por tudo! Te amo!”.
Dhi Ribeiro disse: “Nosso fenômeno se foi para outros caminhos, que o senhor o guie em sua nova jornada amigo”, escreveu a artista.
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF divulgou nota de pesar. “Importante nome do samba na Capital Federal, ele ficou conhecido como Marcelo Coisa Nossa, em referência ao grupo do qual foi um dos criadores, ainda na década de 1980, e que segue fazendo a alegria do público do DF”, diz o texto assinado pelo secretário Bartolomeu Rodrigues.
Que Deus conforte os familiares e amigos e que Marcelo Sena tenha vida eterna.
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