Anielle Franco é a única brasileira indicada como “Mulher do Ano” da Revista Time

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vice-presidente Geraldo Alckmin, ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ministro Rui Costa, da Casa Civil e ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos

A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, é a única brasileira entre as 12 nomeadas como mulher do ano de 2023 pela revista norte-americana Time.

Segundo a publicação a lista homenageia mulheres do mundo todo que “tiveram um impacto significativo em suas respectivas comunidades e áreas, desde ativismo e governo até esportes e artes”. Além de Anielle Franco, as outras homenageadas são: as atrizes Cate Blanchett e Angela Bassett; a cantora Phoebe Bridgers; as atletas Ramla Ali e Megan Rapinoe; a empresária Makiko Ono; a roteirista Quinta Brunson; e as ativistas Véronica Cruz Sánchez, Olena Shevchenko, Ayisha Siddiqa e Masih Alinejad.

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Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, é a única brasileira indicada como ‘Mulher do Ano’ da Revista Time

Anielle se emocionou sobre a nomeação. “Muito orgulhosa e emocionada em ter sido a primeira e única brasileira indicada como “Mulher do Ano” entre as doze escolhidas pela revista norte-americana Time. Estou muito feliz e não chego sozinha, esse reconhecimento não é só meu, é de todas as mulheres negras do Brasil”, postou nas redes sociais.

Sobre ser ministra ela falou: “É um trabalho para dar orgulho para a minha mãe, para as minhas tias lá no Nordeste”.

Anielle é jornalista, professora e irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 2018 junto ao motorista Anderson Gomes.

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Anielle Franco é a única brasileira indicada como ‘Mulher do Ano’ da Revista Time

Em entrevista à GloboNews, Anielle disse:. “A minha vida literalmente mudou muito desde 2018. Eu saindo da sala de aula, acontece tanta coisa negativa… Mas também a gente recebeu carinho de tanta gente”, disse. “Tem sido um trabalho incansável, feito com afeto, com muito caráter e valor para manter a memória da Mari viva e chegar aonde estamos chegando hoje.”

“Faltam alguns dias para a gente completar cinco anos dessa tragédia, desse crime covarde que foi contra a Mari. Eu fico muito emocionada e feliz por tudo que ela investiu em mim e por toda a educação a que eu tive acesso”, disse a ministra Anielle Franco.

Em fevereiro de 2022, Anielle lançou o livro “Minha irmã e eu”, com memórias e detalhes da relação com Marielle. Foi a segunda obra escrita, atrás de “Cartas para Marielle”, de 2019.

Anielle Franco nasceu em 3 de maio de 1984, em uma família de mulheres negras e nordestinas e foi criada na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Jogadora de vôlei desde criança, Anielle se tornou jornalista, mestre em relações étnico-raciais (CEFET/RJ), doutoranda em linguística aplicada (UFRJ) e diretora do Instituto Marielle Franco. Hoje, aos 38 anos, também é mãe de duas meninas.

Graças a uma bolsa de estudos, quando tinha 16 anos pôde ir estudar nos Estados Unidos. Viveu lá por doze anos, passando por diversas escolas como a Navarro College, em Corsicana, no Texas, Universidade de Tecnologia de Louisiana, Universidade Central da Carolina do Norte e Universidade Florida A&M.

“O fascismo, assim como o racismo, é um mal a ser combatido”, Anielle Franco.

Fotos: Instituto Marielle Franco e Valter Campanato