Acadêmicos da Asa Norte é a campeã do Carnaval fora de época no DF

Depois de nove anos, o Distrito Federal voltou a ter o desfile das Escolas de Samba. O abre-alas para o samba no Distrito Federal aconteceu em pleno inverno no sábado 24, Dia de São João e domingo 25. O desfile com 13 escolas de samba aconteceu em uma passarela montada no Eixo Cultural Ibero-americano, na antiga Funarte, no Eixo Monumental.

Os desfiles começaram às 20h e a programação, que também contou com shows, foi disputada por seis agremiações do grupo especial e sete do grupo de acesso. Isso foi possível graças ao investimento de R$ 7 milhões com recursos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, mais R$ 5 milhões em editais.

Grupo Especial



- Unidos da Vila Planalto / Lago Sul
- Águia Imperial de Ceilândia
- Unidos do Cruzeiro(Aruc)
- Mocidade do Gama
- Bola Preta de Sobradinho
- Acadêmicos da Asa Norte
Grupo de Acesso


- Coruja Serrana de Sobradinho II
- Gruvipi Unidos de Vicente Pires
- Unidos da Vila Paranoá
- Unidos do Varjão
- Acadêmicos do Riacho Fundo II
- Capela Imperial de Taguatinga
- Acadêmicos de Santa Maria
Destaques da Acadêmicos da Asa Norte


A Acadêmicos da Asa Norte desfilou às 1h15 da noite de sábado, 24 de junho. A agremiação trouxe à avenida o enredo “Mulheres pretas do Brasil”. A atual tetracampeã do carnaval do DF foi a última a se apresentar do grupo especial e mostrou as histórias de mulheres negras que exerceram protagonismo na história do Brasil: Elza Soares, Leci Brandão, Margareth Menezes e Marielle Franco foram homenageadas durante o desfile.

A escola obteve 268,4 pontos e sagrou-se campeã do Carnaval 2023 em Brasília.


Para o carnavalesco Milton Cunha, a responsabilidade de ter comandado a celebração dos desfiles das escolas de samba da capital federal é muito importante, principalmente pelas escolas estarem a tanto tempo fora da avenida. “São 13 comunidades se apresentando aqui. É a chance de costureiras, pintores, escultores, ferreiros, compositores, cantores, dançarinos mostrarem que sabem fazer arte. Faço escola de samba para mostrar o quanto as comunidades são lindas e também sabem fazer arte. Foram nove anos sem desfile. O público estava ávido, havia um grito entalado na garganta”.

A segunda posição do Grupo Especial ficou a escola Águia Imperial de Ceilândia, por 267,2. A Águia Imperial trouxe para a avenida o tema África, berço da humanidade e do conhecimento. A escola foi fundada em 1984, em Ceilândia.

A escola Unidos do Cruzeiro (Aruc) se classificou na terceira colocação ao chegar a 267,1 pontos.

A subsecretária de Inclusão e Diversidade Cultural do DF, Sol Montes, parabenizou todas as escolas que desfilaram nos dois dias, principalmente porque as agremiações inovaram nos seus sambas-enredos. “Todas as escolas desfilaram com um número maior de componentes do que o número mínimo exigido. Foi muito bonito. Muito capricho, muito respeito, muita alegria na cara. Vale muito a pena pra gente saber que alcançamos milhares de pessoas e elevamos a autoestima dessas comunidades”

Com o enredo “Vinho português e a cachaça brasileira”, a Acadêmicos do Riacho Fundo II foi a primeira a desfilar no sambódromo. A agremiação almeja o acesso ao principal grupo do carnaval do DF.


A Capela Imperial de Taguatinga veio à avenida com o enredo “Taguatingas: A Ave Branca”, trazendo as belezas da região, exaltando a ave branca, que é o símbolo da região administrativa. A agremiação é a terceira escola mais antiga do carnaval da capital federal.


A escola que levou o primeiro lugar no grupo de acesso foi a Gruvipi, Unidos da Vicente Pires, com enredo escolhido pela agremiação foi “D’Oxum – Ora yê yê ô pra Vencer a Dor” obteve 268,1 pontos. A escola, fundada em 2013, levou ao sambódromo o dilema de combate à pobreza, educação, e proporcionar ao público um lindo desfile.
A vice-campeã do grupo acesso foi a Capela Imperial de Taguatinga. A agremiação, a terceira mais antiga da história do DF, levou ao sambódromo o enredo “Taguatingas: A Ave Branca” e conquistou 268 pontos. A Unidos do Varjão conseguiu 266,9 pontos.

A Acadêmicos de Santa Maria desfilou com o enredo “No voo da Coruja! O folclore que encanta o Pará“. A escola decidiu homenagear a região norte brasileiro, além de danças típicas e tradicionais, como o amor idílico — chamado de Siriá — e carimbó, uma das mais tradicionais do país.

Homenageando Jorge da Capadócia, que renunciou à vida de soldado pela fé em Cristo, a Mocidade do Gama desfilou com garra em busca do tão sonhado título do grupo especial. O enredo escolhido pela escola foi “Jorge da Capadócia — Santo Guerreiro: Mocidade canta em devoção”.

Disputando também o principal título do carnaval do DF, a Bola Preta de Sobradinho, nos seus 49 anos de existência, nunca ganhou o almejado troféu. O tema escolhido pela escola foi “O jeito bola de ser — No bonde do Bola Preta você é o eterno folião”.


A maioria das escolas de samba do DF nasceu das saudades do passado no Rio de Janeiro. Pessoas que se mudaram para a capital e se sentiam distantes do carnaval do Rio. Um dos exemplos de tradição é a Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, mais conhecida como Aruc, fundada em outubro de 1961.







Parabéns as agremiações que levaram emoção e identidade cultural à avenida.


Fotos: André Luís e Caio Martins / Divulgação Secec e Valter Campanato/Agência Brasil