Bombeiros e Policiais são homenageados pelo Senado com sessão especial

O Senado Federal celebrou o Dia Nacional do Policial e do Bombeiro Militares. A sessão solene realizada no dia 10 de julho, reconheceu o trabalho desses profissionais como heróis e heroínas nacionais e reforçou a importância de o Parlamento reconhecer e valorizar a atividade, principalmente, em relação a sua remuneração.
O Dia Nacional do Policial e do Bombeiro Militares é comemorado em 24 de junho. A data remete à morte do cabo Valério dos Santos Oliveira da Polícia Militar de Minas Gerais, que foi atingido por uma bala perdida durante uma reivindicação por melhores condições de trabalho e de salário, no dia 24 de junho de 1997, em Belo Horizonte.
Já o Dia do Bombeiro Brasileiro é celebrado em 2 de julho, data em que D. Pedro II criou o primeiro corpo de bombeiros no país, em 1856, no Rio de Janeiro.

A sessão solene foi presidida pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e contou com a presença da governadora Celina Leão, da comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), coronel Mônica de Mesquita Miranda; do subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), coronel Evandro Tomaz de Aquin; senadora Damares Alves, deputado federal Alberto Fraga, dentre outras autoridades.

O senador Izalci Lucas um dos autores do requerimento para a realização da homenagem, disse que a categoria é historicamente reconhecida como de maior credibilidade pela relevância de sua atuação. “A missão de salvar vidas exercida com excelência por esses profissionais precisa de reconhecimento, de valorização à altura do desafio que eles assumem diariamente. É preciso promover e dar a eles aquilo que têm direito. Creio que algumas coisas tem sido finalmente reconhecidas, mas há muitas outras que precisam de atenção”.

“Nós todos sabemos que há uma visão distorcida no país de que Brasília tem a segurança mais bem remunerada, o que não é verdade. Nós temos uma defasagem muito grande que a gente precisa recuperar”, defendeu o senador Izalci.

A senadora Leila Barros (PDT-DF) fez referência à luta da bancada do Distrito Federal para que o Fundo Constitucional do DF, que entre outras ações, é usado para custear a organização e a manutenção das forças de segurança pública e do Corpo de Bombeiros Militar, ficasse de fora das regras das regras do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023).
“Tirar os recursos do fundo enfraquece as nossas forças de segurança além de piorar a qualidade de vida da nossa população”, disse a senadora sobre a proposta alterada pelos senadores e que agora aguarda uma nova análise na Câmara.

Para a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a figura desses profissionais habita o imaginário da população desde a infância e inspira crianças e adolescentes a seguir por esse caminho. “Eu fico imaginando o preço que vocês pagam, quantas vezes longe da família. Quantas vezes as mulheres que estão aqui, mães de família, deixam as crianças em casa com febre para cuidar de outras crianças lá na rua? Quantos pais já deixaram as esposas lá perto de ter o bebê para estar lá numa viatura ajudando uma outra mulher a ter um bebê?
Parlamentares reforçaram a necessidade de valorização dos profissionais especialmente a partir de projetos que tramitam no Congresso Nacional. Outro avanço que precisa de atenção, segundo os congressistas, é o projeto de lei que abre espaço no Orçamento para reajuste salarial de 18% a bombeiros e a policiais civis e militares do DF. A matéria consta da pauta do Congresso Nacional desta semana.

A sessão também foi marcada pela celebração dos 30 anos do ingresso das primeiras mulheres no Corpo Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). A comandante-geral da corporação, coronel Mônica de Mesquita Miranda, homenageou o pioneirismo das 45 oficiais e suboficiais que entraram na instituição em 1993. Hoje, o CBMDF conta com 1,2 mil bombeiras.
A coronel foi a primeira mulher nomeada para ocupar o Comando-geral da Corporação no Distrito Federal. “As pioneiras somos todas nós oficiais e praças, e, mais ainda, aquelas que, durante esses 30 anos, permeiam a nossa corporação. O nosso “sim” resultou no ingresso das nossas praças, e a proficiência dessas praças, que hoje são oficiais (…) foram essenciais para que tivéssemos mais praças”.

A tenente-coronel Solange Ribeiro da Silva, da primeira turma de mulheres praças do CMBDF, disse que até hoje as bombeiras assumem uma luta diária para combater as desigualdades e o machismo que, segundo ela, ainda desafiam a atuação das mulheres na corporação. De acordo com ela, além de uma atividade exercida com maestria, as mulheres trouxeram um olhar mais humanizado para a atividade.

“Além do desafio profissional, as mulheres enfrentam também a cultura do machismo estrutural, que, claro, está arraigada também na caserna. Surpreende-nos, depois de 30 anos de presença da mulher, perceber que, apesar de muitos avanços, ainda passamos por situações que nos desafiam por conta da busca por respeito e igualdade”, declarou Solange Ribeiro.

Durante a sessão solene, o Senado Federal concedeu diploma de reconhecimento a seis mulheres bombeiras, pelo desempenho de suas atividades à frente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Homenageadas

Coronel Mônica de Mesquita Miranda
Tenente-coronel Solange Ribeiro da Silva
Coronel Helen Ramalho de Oliveira
Coronel Cristiane Fernandes Simões
Major Lucineide Chagas da Silva Desiderio
Major Maria José Leite



Fotos: Edilson Rodrigues e Pedro França /Agência Senado